Exclusivo SEF apanhou 773 patrões a usar imigrantes ilegais nas suas empresas
A fiscalização levanta a ponta do véu sobre o uso de mão-de-obra estrangeira ilegal. Os imigrantes queixam-se de que trabalham muito mais e recebem muito menos do que os portugueses. Não o denunciam por medo de represálias e de expulsão do país.

Família Paula: André (irmão de Marcelo), Daiana (mulher), Gabriela (filha), Rosimari (mãe), Marcelo e Miguel (filho)
© Sara Matos / Global Imagens
Marcelo e a família são a imagem da desilusão no aeroporto de Lisboa, de partida para São Paulo. Regressam de bolsos vazios e mais dívidas do que tinham quando emigraram. Viveram em Alcácer do Sal, seis pessoas movidas pelo sonho de um futuro melhor em Portugal. As promessas não se cumpriram, as deles e as de muitos outros imigrantes que procuram melhores condições de vida. Há quem use a sua força de trabalho e não lhes dê condições e um contrato.
Casos que só chegam às autoridades nas ações de fiscalização, já que os próprios têm medo de os denunciar por estarem ilegais. Entre janeiro de 2018 e julho de 2019, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) detetou 773 patrões a usar imigrantes ilegais.