Vjosa Osmani e Albin Kurti, cujos partidos são favoritos nas eleições deste domingo no Kosovo, são ambos contrários à ideia de fazer cedências territoriais à Sérvia. Esta foi admitida, em 2018, pelos presidentes kosovar e sérvio: Hashim Thaçi e Aleksander Vucic. Mas logo esbarrou com a oposição de alguns mediadores das negociações entre Pristina e Belgrado, como, por exemplo, a Alemanha, por receio de que quaisquer trocas territoriais possam ressuscitar disputas fronteiriças nos Balcãs ocidentais..Poderia ser o caso, por exemplo, da Bósnia e Herzegovina, onde, um ano após as legislativas, o país continua sem um novo governo. A paralisia política e institucional, alertam especialistas, só encontra paralelo no pós-guerra (esta decorreu entre 1992 e 1995). Segundo um artigo publicado no site Balkan Insight pelo jornalista Srecko Latal, a Sérvia poderia vir a aceitar reconhecer a independência da sua antiga província do Kosovo, se o Kosovo, em troca, deixasse anexar a sua parte norte, onde a maioria da população é sérvia. Além disso, refere o especialista em Balcãs, poderia aproveitar ainda e anexar a entidade sérvia da Bósnia, a chamada República Srpska. Entretanto, Belgrado está a construir autoestradas para a capital do Kosovo e para a Bósnia e Herzegovina..Estas conversas sobre trocas territoriais entre países que antes formavam a ex-Jugoslávia surgem como uma espécie de alternativa interna para compensar a demora na adesão destes países à UE. No dia 15, avançou o EUObserver, a UE prepara-se para recomendar a abertura de negociações de adesão com a Albânia e a República da Macedónia do Norte. Montenegro e Sérvia são países candidatos. Kosovo e Bósnia, porém, não têm quaisquer perspetivas de ver alguma evolução acontecer..No Kosovo não há avanços no diálogo Pristina-Belgrado e os promotores desse mesmo diálogo não se entendem entre si: UE, EUA, Rússia, China, Turquia, etc... Na Bósnia e Herzegovina, o Partido da Ação Democrática de Bakir Izetbegovi não se entende com a Aliança de Sociais-Democratas Independentes de Mirolad Dodik. O primeiro é muçulmano-bósnio e defende um modelo centralizado para a Bósnia e Herzegovina. O segundo é sérvio-bósnio, é contra a ideia e já chegou a ameaçar com um referendo unilateral sobre a independência da Srpska..Os sérvios-bósnios e os croatas- bósnios consideram que a proposta de um país centralizado viola a ideia de uma federação com três entidades distintas, como está contido nos Acordos de Dayton, que puseram fim à guerra. No papel de mediador, algo dúbio, o presidente da Sérvia diz que a cooperação regional não visa substituir a adesão de todos os países à UE. Os países de Visegrado defendem a adesão e dizem que quanto mais ela demorar pior (mas como se viu no caso de Chipre, a adesão à UE não resolveu a divisão da ilha). Vucic alerta para o risco de colapso económico da região se houver um novo conflito. Posto isto, é a adesão à UE ou um novo caos?
Vjosa Osmani e Albin Kurti, cujos partidos são favoritos nas eleições deste domingo no Kosovo, são ambos contrários à ideia de fazer cedências territoriais à Sérvia. Esta foi admitida, em 2018, pelos presidentes kosovar e sérvio: Hashim Thaçi e Aleksander Vucic. Mas logo esbarrou com a oposição de alguns mediadores das negociações entre Pristina e Belgrado, como, por exemplo, a Alemanha, por receio de que quaisquer trocas territoriais possam ressuscitar disputas fronteiriças nos Balcãs ocidentais..Poderia ser o caso, por exemplo, da Bósnia e Herzegovina, onde, um ano após as legislativas, o país continua sem um novo governo. A paralisia política e institucional, alertam especialistas, só encontra paralelo no pós-guerra (esta decorreu entre 1992 e 1995). Segundo um artigo publicado no site Balkan Insight pelo jornalista Srecko Latal, a Sérvia poderia vir a aceitar reconhecer a independência da sua antiga província do Kosovo, se o Kosovo, em troca, deixasse anexar a sua parte norte, onde a maioria da população é sérvia. Além disso, refere o especialista em Balcãs, poderia aproveitar ainda e anexar a entidade sérvia da Bósnia, a chamada República Srpska. Entretanto, Belgrado está a construir autoestradas para a capital do Kosovo e para a Bósnia e Herzegovina..Estas conversas sobre trocas territoriais entre países que antes formavam a ex-Jugoslávia surgem como uma espécie de alternativa interna para compensar a demora na adesão destes países à UE. No dia 15, avançou o EUObserver, a UE prepara-se para recomendar a abertura de negociações de adesão com a Albânia e a República da Macedónia do Norte. Montenegro e Sérvia são países candidatos. Kosovo e Bósnia, porém, não têm quaisquer perspetivas de ver alguma evolução acontecer..No Kosovo não há avanços no diálogo Pristina-Belgrado e os promotores desse mesmo diálogo não se entendem entre si: UE, EUA, Rússia, China, Turquia, etc... Na Bósnia e Herzegovina, o Partido da Ação Democrática de Bakir Izetbegovi não se entende com a Aliança de Sociais-Democratas Independentes de Mirolad Dodik. O primeiro é muçulmano-bósnio e defende um modelo centralizado para a Bósnia e Herzegovina. O segundo é sérvio-bósnio, é contra a ideia e já chegou a ameaçar com um referendo unilateral sobre a independência da Srpska..Os sérvios-bósnios e os croatas- bósnios consideram que a proposta de um país centralizado viola a ideia de uma federação com três entidades distintas, como está contido nos Acordos de Dayton, que puseram fim à guerra. No papel de mediador, algo dúbio, o presidente da Sérvia diz que a cooperação regional não visa substituir a adesão de todos os países à UE. Os países de Visegrado defendem a adesão e dizem que quanto mais ela demorar pior (mas como se viu no caso de Chipre, a adesão à UE não resolveu a divisão da ilha). Vucic alerta para o risco de colapso económico da região se houver um novo conflito. Posto isto, é a adesão à UE ou um novo caos?