Recetividade
Apesar de alguns casos que têm prejudicado a sua imagem junto da opinião pública, "os políticos portugueses parecem estar recetivos a melhorar a autorregulação da ética política". Isso, diz o estudo, pode trazer benefícios, uma vez que "os eleitores parecem estar dispostos a recompensar eleitoralmente os esforços dos partidos nesse sentido. Mas para isso é necessário que os esforços de autorregulação respondam às expectativas dos cidadãos", apostando numa estratégia "eficaz" para recuperar a confiança e promover a transparência em cargos públicos.
Definição
Mas como definir, então, corrupção? O estudo - comparativo entre as elites e a opinião pública - aponta várias diferenças: "Quando agregamos as palavras em torno de setores de atividade, fica claro que os cidadãos associam a corrupção à política e respetivos atores, processos e instituições. Apesar de os cidadãos mencionarem também o setor privado, em particular o setor financeiro e bancário, e manifestarem alguma preocupação com a fraude, o branqueamento de capitais e a evasão fiscal, parecem considerar esses esquemas como resultado de um conluio público-privado, da má supervisão das atividades económicas por parte do Estado, do clientelismo e do protecionismo político". Definindo corrupção pelas próprias palavras, os portugueses veem-na essencialmente "como um crime ou uma ilegalidade, sob a forma de roubo, peculato, suborno e abuso de poder. Em menor grau, a corrupção também é entendida, de forma mais ampla, como desonestidade, fraude ou algo imoral". Tanto políticos como cidadãos consideram que a corrupção prejudica a qualidade da democracia, concluem os autores.