Mota Amaral ou os Açores que o indicaram fizeram saber que não aceitam o oitavo lugar na lista de candidatos do PSD às europeias, mas Rui Rio não irá ceder à região autónoma, apurou o DN junto de fonte do partido. A lista deverá ficar fechada já na próxima semana..Fonte do PSD explicou ao DN que o partido decidiu que as regiões autónomas deviam ter representação no Parlamento Europeu alternadamente, pelo que só uma delas teria direito a lugar garantidamente elegível na lista de candidatos ao Parlamento Europeu. Nas próximas europeias, em 2024, será dado o lugar aos Açores.."Num ano em que há eleições regionais na Madeira, é lógico que seja esta região a ter esse lugar", sublinhou a mesma fonte. "Não podemos arriscar quando as eleições na Madeira são 15 dias antes das legislativas", acrescentou. Isto porque a Madeira garante muito mais votos ao PSD do que os Açores..Esta decisão de privilegiar a Madeira - a candidata será a já eurodeputada Cláudia Monteiro de Aguiar - foi comunicada antecipadamente ao PSD/Açores, segundo a mesma fonte. Mas o novo líder do partido na região, Alexandre Gaudêncio, que foi eleito em setembro do ano passado, preferiu jogar forte para tentar contrariar esta deliberação e avançou com o nome de Mota Amaral..Os anteriores cargos de Mota Amaral - que foi líder do governo regional açoriano, deputado e presidente da Assembleia da República - eram uma pressão para que fosse integrado num lugar mais cimeiro do que o oitavo lugar, que tem poucas hipóteses de ser conseguido pelo partido. Nas europeias de 2014, em coligação com o CDS, foram eleitos sete eurodeputados. E os dois partidos correm agora em pista própria, sem qualquer aliança. Paulo Rangel volta a liderar a lista de candidatos pelo PSD e Nuno Melo encabeça a do CDS..Os nomes para a lista deverão ficar fechados na próxima semana, a tempo de serem apresentados em Conselho Nacional a 13 de março, que aprovará a lista às europeias..Rui Rio admitiu que os nove ou dez primeiros nomes são da sua escolha. No PSD admite-se que o segundo e o terceiro sejam "fora da caixa" e que José Manuel Fernandes e Álvaro Amaro apareçam em quarto e quinto lugares, seguidos da Madeira. Sendo que o segundo ou terceiro será seguramente uma mulher. Fala-se de Isabel Meirelles e de Maria da Graça Carvalho..Quanto à restante lista, foi pedido às distritais que indicassem nomes, a partir do décimo lugar, até esta segunda-feira..O PSD venceu as europeias em 2009 com 31,7% (correspondentes a oito eurodeputados) e, em 2014, a coligação PSD/CDS-PP ficou em segundo lugar com 26,7% (sete eurodeputados, seis dos quais do PSD), atrás do PS..Rangel entrou logo em campanha.O eurodeputado foi aprovado por "unanimidade" como cabeça-de-lista do partido às europeias na Comissão Política Nacional, a 8 de fevereiro, e entrou logo em campanha. Entre os desafios lançados a António Costa, uma acusação: a de que usou um cargo ministerial para promover o candidato do PS às eleições, no caso Pedro Marques, ex-ministro do Planeamento que é o cabeça-de-lista do PS..Num discurso muito assertivo, como é sempre o seu timbre, Paulo Rangel desafiou então António Costa a dizer se aceita ou não a proposta da Comissão Europeia que reduz os fundos de coesão em 7% para Portugal, até 2027, quando aumenta para países mais ricos, como a Espanha, a Itália ou a Finlândia..Quer ainda que o líder do PS e primeiro-ministro se pronuncie sobre a criação de um exército único europeu, que o PSD rejeita, bem como se entende que Portugal deve abrir mão da possibilidade de veto de último recurso, ou seja, que as decisões de política externa da União Europeia sejam tomadas por unanimidade. "Timor não seria hoje independente se as decisões de política externa na UE não fossem tomadas por unanimidade", garantiu o eurodeputado..Paulo Rangel assumiu a "enorme responsabilidade" que o partido lhe colocou nas mãos, um desafio que classificou de "árduo" e "difícil", que é o de vencer as eleições, como antes tinha apontado Rui Rio, num contexto em que o PS é favorito nas sondagens. O advogado do Porto venceu os socialistas nas europeias de 2009, ainda com o governo de José Sócrates no poder, mas perdeu as de 2014 para os socialistas, na altura do executivo de Passos Coelho e Paulo Portas.."A hora da Europa é difícil, imprevisível e volátil", afirmou o candidato, mas o "PSD assume a sua matriz pró-europeia"..O eurodeputado social-democrata usou todo o seu discurso para atacar o principal opositor nas eleições, fazendo sempre um paralelo entre os problemas nacionais e o que a Europa nos exige. "Perante a contestação social e a degradação em espiral dos serviços públicos, o governo diz que tem de cumprir as regras europeias. É verdade que não há dinheiro para tudo, mas o governo fez as suas escolhas e decidiu não investir no Serviço Nacional de Saúde, na segurança, na mobilidade e nos transportes", frisou Rangel.."Nunca esteve tão em causa o Estado social. O governo apostou em sacrificá-lo. O PSD acredita no Estado social e numa Europa social. Nunca esvaziaremos os serviços públicos essenciais." Paulo Rangel garantiu ainda que o PSD se manterá firme na rejeição de novos impostos europeus, ao contrário do que defende António Costa, e que iria onerar os contribuintes nacionais. "Mas nunca diremos não às receitas próprias da União Europeia", disse, referindo-se às taxas que poderão incidir sobre as grandes plataformas digitais.