EUA não aplicarão taxas de 10% a México e Canadá. Trump diz que Xi Jinping quer acordo mas é “orgulhoso”

Os Estados Unidos aplicaram tarifas de 104% à China esta quarta-feira, China já retaliou e UE faz o mesmo. Conselho de Ministros anuncia decisões na quinta-feira.
EUA não aplicarão taxas de 10% a México e Canadá. Trump diz que Xi Jinping quer acordo mas é “orgulhoso”
EPA/JIM LO SCALZO

Trump sobe para 125% tarifa sobre produtos chineses e anuncia redução por 90 dias a países que não retaliaram

O presidente dos Estados Unidos revelou esta quarta-feira que irá aumentar para 125% a tarifa sobre produtos chineses.

"Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou a aumentar a tarifa cobrada à China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato", escreveu Donald Trump na Truth Social.

O republicano também disse esperar que, "num futuro próximo, a China perceba que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis".

Na mesma publicação, Trump anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas a países que não retaliaram contra os EUA, durante um prazo de 90 dias, referindo-se a essa redução temporária como uma "pausa".

"Autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato", escreveu Trump.

Os mercados acionistas dispararam após este anúncio do presidente dos Estados Unidos, com a bolsa de Nova Iorque a reagir em alta.

Bolsas asiáticas em baixa após recuo de Wall Street e novas taxas

As bolsas asiáticas voltaram a cair hoje, quando o último conjunto de tarifas dos Estados Unidos, incluindo uma taxa de 104% sobre as importações chinesas, estão prestes a entrar em vigor.

O principal índice do Japão, o Nikkei, estava a perder quase 4% uma hora e meia após a abertura da sessão e os mercados da Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália também registaram quedas.

Na terça-feira, nos Estados Unidos, o índice S&P 500 caiu 1,6%, após um ganho inicial de 4,1%. Este valor levou-o a ficar quase 19% abaixo do recorde estabelecido em fevereiro. O Dow Jones Industrial Average, por sua vez, caiu 0,8%, enquanto o Nasdaq Composite perdeu 2,1%.

A incerteza ainda se mantém sobre os passos seguintes do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação à guerra comercial.

A entrada em vigor das tarifas mais altas está programada para a meia-noite, horário do leste dos EUA (05:00 em Lisboa), e os investidores mão fazem ideia de como prosseguir, escreveu a agência de notícias Associated Press (AP).

A Casa Branca confirmou na terça-feira que os Estados Unidos vão passar a taxar a 104% as importações chinesas a partir de hoje, cumprindo a ameaça de aumento das tarifas em 50 pontos percentuais.

O recuo durante a noite e no início de hoje na Ásia seguiu-se a uma recuperação das ações a nível mundial no início de terça-feira, com os índices a subirem 6% em Tóquio, 2,5% em Paris e 1,6% em Xangai.

Após a abertura de hoje, o Kospi, da Coreia do Sul, estava a perder 1%, para 2.315,27, enquanto o S&P/ASX 200 da Austrália caiu 2% para 7.359,30. As ações da Nova Zelândia também registaram quedas.

Os analistas têm vindo a alertar para a possibilidade de mais oscilações nos mercados financeiros, dada a incerteza quanto ao período que Trump poderá manter de forma rígida as tarifas sobre as importações, que vão aumentar os preços para os compradores norte-americanos e abrandar a economia.

Se mantiver durante muito tempo, economistas e investidores esperam uma recessão. No caso de o presidente republicano reduzir essas taxas através de negociações relativamente rápidas, o pior cenário pode ser evitado, consideram.

Donald Trump disse na terça-feira que uma conversa com o presidente interino da Coreia do Sul os ajudou a alcançar os “a probabilidade de um grande ACORDO para ambos os países”.

No mesmo dia, as ações japonesas lideraram os mercados globais em alta, depois de o primeiro-ministro nipónico, Shigeru Ishiba, ter nomeado o negociador comercial para as conversações com os Estados Unidos, na sequência de uma conversa com Trump.

A China afirmou que vai “lutar até ao fim” e alertou para a necessidade de adotar medidas de retaliação, depois de o líder norte-americano ter ameaçado aumentar ainda mais as tarifas sobre a segunda maior economia do mundo.

O representante comercial dos EUA também disse, num testemunho perante uma comissão do Senado, que cerca de 50 países já entraram em contacto e lhes passou a seguinte mensagem: “Se tiverem uma ideia melhor para alcançar a reciprocidade e reduzir o nosso défice comercial, queremos falar convosco, queremos negociar convosco”.

A guerra comercial de Trump é um ataque à globalização que moldou a economia mundial e ajudou a baixar os preços dos produtos nas prateleiras das lojas, mas também fez com que os empregos na indústria saíssem para outros países, escreveu a agência AP.

Lusa

EUA não aplicarão taxas de 10% a México e Canadá. Trump diz que Xi Jinping quer acordo mas é “orgulhoso”
Estados Unidos aplicam tarifas de 104% à China a partir desta quarta-feira

Ajuda de 1,8 mil milhões de euros para indústria automóvel sul-coreana

A Coreia do Sul anunciou hoje uma ajuda de 1,8 mil milhões de euros para apoiar fabricantes de automóveis, após a imposição de tarifas adicionais de 25% sobre as viaturas importadas para os EUA.

“Dado que os automóveis e as peças para automóveis são as principais exportações da Coreia do Sul para os Estados Unidos, esperamos que a decisão de impor direitos aduaneiros de 25% sobre estes artigos seja um golpe significativo para o nosso setor automóvel”, afirmou o Governo, num comunicado.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na semana passada tarifas punitivas sobre as importações para os EUA provenientes da maioria dos países do globo. Os produtos sul-coreanos estão sujeitos a um imposto adicional de 25% a partir de hoje.

O dirigente norte-americano, que regressou à Casa Branca em janeiro para um segundo mandato, decidiu também visar os automóveis produzidos no estrangeiro e vendidos nos EUA com uma sobretaxa de 25%, bem como certas peças sobresselentes fabricadas fora dos Estados Unidos.

O Governo sul-coreano disse que, após ter consultado a indústria automóvel nacional, decidiu introduzir “um conjunto de medidas para proteger o setor, concentrando-se nas exigências mais urgentes”.

As exportações sul-coreanas de automóveis para os EUA totalizaram 42,9 mil milhões de dólares (38,9 mil milhões de euros) em 2024, segundo as autoridades.

No âmbito do plano de ajuda anunciado, Seul vai aumentar em dois biliões de won (1,2 mil milhões de euros) um programa de financiamento para a indústria automóvel.

O principal construtor sul-coreano, a Hyundai Motor, vai também criar um plano de apoio de um bilião de won (610 milhões de euros) para as empresas sul-coreanas do setor, em parceria com as principais instituições financeiras.

As empresas afetadas pela ofensiva comercial dos EUA podem igualmente beneficiar de adiamentos fiscais até nove meses, de acordo com Seul.

Lusa

Praças financeiras da China voltam a registar perdas na abertura

As bolsas de valores da China continental e de Hong Kong registaram hoje perdas na abertura, marcadas pelo anúncio de taxas alfandegárias adicionais de 50% sobre os produtos chineses.

Os índices de referência das bolsas de Xangai e Shenzhen caíram 2,31% e 2,58%, respetivamente, poucos minutos após o início das negociações.

O índice de referência da Bolsa de Valores de Xangai desceu cerca de 65 pontos, enquanto o da Bolsa de Valores de Shenzhen desceu cerca de 250 pontos.

As duas bolsas caíram 7,34% e 9,66%, respetivamente, na segunda-feira, na sequência do pacote de contramedidas anunciado na sexta-feira passada pelas autoridades chinesas, que incluiu taxas adicionais de 34% sobre os produtos norte-americanos.

Na terça-feira, as bolsas de Xangai e Shenzhen recuperaram 1,58% e 0,64%, respetivamente, graças aos apoios ao mercado anunciados pelas instituições de investimento estatais chinesas.

O principal índice da Bolsa de Valores de Hong Kong, o Hang Seng, caiu cerca de 3,24% nos minutos seguintes à abertura, perdendo mais de 600 pontos após os primeiros minutos da sessão, fixando-se abaixo dos 20.000.

Lusa

Venezuela decreta emergência económica devido a taxas anunciadas por Trump

 O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou na terça-feira emergência económica no país, justificando a medida com a “guerra comercial inédita” causada pelas tarifas anunciadas por Donald Trump.

O decreto, assinado perante as câmaras da televisão estatal, evoca, ainda entre os motivos, as “agressões económicas” contra a Venezuela, referindo-se às sanções, e outorga ao chefe de Estado poderes para durante dois meses, prorrogáveis, implementar políticas públicas para proteger a economia venezuelana.

“Apelo aos poderes constitucionais que o Decreto de Emergência Económica me confere para proteger de forma abrangente todos os setores produtivos e garantir o equilíbrio, a harmonia, a capacidade, a resistência e a recuperação perante as circunstâncias que se apresentam no mundo”, disse Nicolás Maduro.

O dirigente ordenou à vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, para enviar de imediato o decreto à Assembleia Nacional (parlamento) e à Câmara Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça, para que seja revisto nos próximos oito dias e depois publicado na Gaceta Oficial (equivalente ao Diário da República).

Entre os considerandos do decreto lê-se que “o mundo enfrenta atualmente uma guerra comercial inédita e sem precedentes, causada pela política tarifária do Governo dos Estados Unidos, em clara violação do sistema internacional e das regras comerciais, que gera um grande risco de recessão global com o correspondente colapso da economia mundial”.

Também que a guerra comercial se junta “às recentes ações e ameaças de agressão económica contra a Venezuela”, sendo dever do Executivo adotar todas as medidas ao seu alcance para garantir o desenvolvimento harmonioso da economia nacional e proteger a população e todos os setores produtivos.

No decreto lê-se ainda que perante a iminente recessão mundial e a agressão multifacetada contra a Venezuela, é necessário adotar e tomar medidas urgentes e extraordinárias.

O decreto estabelece que o chefe de Estado pode ditar todas as medidas que considere necessárias para garantir o desenvolvimento e o crescimento económico, incluindo a emissão de regulamentos excecionais e transitórios necessários para restabelecer o equilíbrio económico e proteger os direitos da população. Entre outras ações, pode também suspender a aplicação e a cobrança de impostos e adotar medidas para estimular o investimento nacional e internacional, assim como para promover a exportação de artigos não tradicionais.

Maduro pode ainda autorizar contratos para garantir o restabelecimento dos direitos fundamentais da população e de despesas do Tesouro Nacional e outras fontes de financiamento não previstas no orçamento anual para a expansão do programa CLAP (distribuição de alimentos a preços subsidiados), e do setor agrícola e agroindustrial.

Segundo o decreto, ficam autorizadas as operações de crédito público não previstas na Lei Especial de Endividamento e suspensa a garantia constitucional da reserva legal em matéria económica, financeira e monetária.

As autoridades públicas, os organismos de segurança pública, a polícia administrativa, assim como as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, ficam obrigadas a colaborar na execução das medidas.

Lusa

Taiwan espera ter prioridade nas negociações com os Estados Unidos

As autoridades de Taiwan disseram hoje que o território deve ser colocado numa posição de “prioridade relativamente alta” quando entrar em negociações comerciais com Washington, devido ao seu papel fundamental na cadeia de fornecimento global de produtos tecnológicos.

“O Governo preparou muitas moedas de troca, tais como aquisições e investimentos, mas durante a fase de negociação não é possível revelar detalhes ao público, pois isso afetaria os resultados”, disse o ministro do Conselho Nacional de Desenvolvimento (NDC), Paul Liu, numa audiência parlamentar, de acordo com a agência de notícias taiwanesa CNA.

O responsável sublinhou que cerca de 90% da produção mundial de servidores de inteligência artificial (IA) “está nas mãos de Taiwan”, tal como acontece com os ‘chips’, o que dá à ilha “vantagens” para negociar com os Estados Unidos.

“As empresas de Taiwan e dos Estados Unidos formam uma cadeia de abastecimento 100% integrada e mutuamente benéfica. As empresas norte-americanas apoiam fortemente Taiwan e estão agora a comunicar ativamente [connosco]”, disse Liu.

“Como o processo de substituição da cadeia de abastecimento não será tão rápido, temos certas vantagens para negociar”, acrescentou o ministro da NDC.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na semana passada uma nova ronda de “tarifas recíprocas” contra vários países e territórios, incluindo Taiwan, que deverá ser alvo de uma taxa de 32% a partir de hoje.

O líder taiwanês, William Lai, reiterou na segunda-feira, através da sua conta oficial no X, que Taipé não irá impor “tarifas de retaliação” contra os Estados Unidos, mas procurará dialogar com Washington com base na premissa de “tarifas bilaterais zero”.

Embora os semicondutores de Taiwan - o principal motor da sua economia - tenham sido excluídos das novas tarifas, a medida suscitou preocupações quanto ao ambiente comercial mais hostil entre Taipé e Washington.

Taiwan tem o sexto maior excedente comercial com os EUA, com exportações recorde de mais de 110 mil milhões de dólares (cerca de 100 mil milhões de euros) em 2024, devido à crescente procura norte-americana por ‘chips’ avançados de inteligência artificial.

Lusa

Banco central chinês segura yuan após forte desvalorização ‘offshore’

Pequim baixou hoje apenas ligeiramente a taxa de referência diária do yuan, apesar de a moeda chinesa ‘offshore’ ter registado forte desvalorização nas últimas horas, assinalando a determinação da China em estabilizar a moeda.

Poucas horas antes de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar as taxas alfandegárias em todas os produtos oriundos da China para 104%, o Banco Popular da China (banco central) permitiu que o yuan enfraquecesse em relação ao dólar norte-americano, fixando a sua taxa de ponto médio em 7,2066 yuan por cada dólar norte-americano.

Na terça-feira, o banco central fixou a taxa em 7,2038, marcando a primeira vez que o yuan caiu abaixo do limiar psicologicamente significativo de 7,2 desde setembro de 2023.

"O banco central permitiu que o yuan enfraquecesse como esperado, mas isto não é evidência de uma mudança estrutural na gestão cambial", argumentou Dan Wang, diretor para China no grupo de reflexão (‘think tank’) Eurasia Group, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

“Perante as atuais pressões tarifárias, o banco central alargou a banda de negociação do yuan para reconhecer plenamente a tensão no mercado cambial, enviando simultaneamente um sinal claro da sua determinação em defender a estabilidade da moeda - esta orientação política não deixa espaço para especulações contra o yuan”, afirmou.

A intenção do banco central era tranquilizar os mercados e manter o controlo, em vez de ajudar os exportadores a continuarem a vender os seus produtos aos EUA, acrescentou.

“O banco central procurará estabilizar, e não desvalorizar, a moeda durante a guerra comercial”, disse Wang.

O yuan ‘offshore’ caiu 1,1% para 7,4290 por cada dólar nas negociações de Nova Iorque, no final de terça-feira - o nível mais fraco desde 2010.

Em comparação com o yuan ‘onshore’, que é fortemente regulado pelo banco central e só pode oscilar diariamente num intervalo máximo de 2%, o yuan ‘offshore’ está livre de controlos de capital e é mais sensível ao sentimento de risco global.

Um relatório do banco de investimento Goldman Sachs disse na terça-feira que o Banco Popular da China poderia tolerar uma depreciação suave e ordenada do yuan.

Embora a flexibilização da política fiscal continue a ser a principal ferramenta para lidar com o impacto das tarifas dos Estados Unidos, e a depreciação cambial seja uma ferramenta de estímulo cara e menos eficaz, espera-se que o banco central permita uma maior flexibilidade bidirecional na fixação do yuan, segundo o relatório.

“A estabilidade cambial continua a ser uma prioridade para os formuladores de políticas chineses, com o foco mais na gestão do ritmo de depreciação do que na meta de um nível específico de USD / CNY”, lê-se na mesma nota.

Lusa

Trump gaba-se de ter países a ligar-lhe para negociar as tarifas e até utiliza calão para rebaixá-los

Com a iminente entrada em vigor das tarifas de Donald Trump, o presidente dos EUA gabou-se do número de países que o contactaram para fechar um acordo para a redução das tarifas, usando inclusive uma expressão pouco própria.

"Esses países estão a ligar-me, estão a beijar-me o rabo [kissing my ass]... Estão loucos para fechar um acordo", disse o presidente dos Estados Unidos à entrada para um evento republicano Washington D.C., continuando em tom de gozo: "'Por favor, por favor senhor, feche um acordo. Farei qualquer coisa'."

Trump recusou ainda a ideia transmitida pelos críticos de que estas tarifas representam um perigo para a economia. "Eu sei o que estou a fazer e vocês também sabem. Sou o único a impor as tarifas, porque todos estavam com medo de o fazer, com medo de serem criticados."

Refira-se que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ja tinha dito que os telefones "não paravam de tocar" e que cerca de 70 países já haviam entrado em contato para fechar um acordo e, dessa forma, suspender as suas tarifas.

China "jamais" aceitará "a intimidação" tarifária dos EUA

Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, disse já esta manhã em conferência de imprensa que "os EUA continuam a abusar das tarifas para pressionar a China" e nesse sentido deixou uma certeza: "A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação."

Lin acrescentou que se os EUA quiserem resolver o problema através do diálogo e das negociações devem adotar "uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo".

Até que isso aconteça, garante que a China continuará "a tomar medidas resolutas e eficazes" para salvaguardar seus direitos e interesses.

Bolsa de Tóquio fecha a perder quase 4%

A bolsa de Tóquio fechou hoje em queda acentuada, com o principal índice, o Nikkei, a perder 3,93%, equivalentes a 1.298,55 pontos ao longo do dia de negociações, para 31.714,03 pontos.

O segundo indicador, o Topix, terminou a perder 3,40% para 2.349,33 pontos.

O índice Nikkei reflete a média não ponderada dos 225 principais valores da bolsa de Tóquio, enquanto o indicador Topix agrupa os valores das 1.600 maiores empresas cotadas.

A moeda japonesa, o iene, considerada como um valor de refúgio, está a subir 0,7% desde as 07:30 em Lisboa, para os 145,27 ienes por dólar.

Lusa

Bolsa de Lisboa abre a cair 1,74%

A bolsa de Lisboa abriu hoje em terreno negativo, com o índice PSI (Portuguese Stock Index) a cair 1,74%, para os 6.325,72 pontos.

Na terça-feira, a bolsa de Lisboa encerrou em alta, com o índice PSI a ascender 2,80% para 6.437,75 pontos, destacando-se a Mota-Engil, que cresceu mais de 8%.

Lusa

UE vai votar hoje tarifas de retaliação aos EUA

A União Europeia vai votar esta quarta-feira a aplicação de tarifas de retaliação aos Estados Unidos sobre produtos norte-americanos no valor 21 mil milhões de euros.

Entre eles estão produtos agrícolas, de maquilhagem, peças de aço e plásticos.

A UE está ainda a considerar tarifas de 25% sobre dezenas de outros produtos, que vão de amêndoas a iates, de acordo com um documento a que o jornal Guardian teve acesso.

A serem aprovadas as tarifas, a sua maioria entrará em vigor a partir de 15 de maio.

Governador do Banco de Espanha admite que tarifas dos EUA vão afetar o crescimento do seu país

O governador do banco central de Espanha e responsável pelas políticas do Banco Central Europeu, José Luis Escriva, reconheceu que as tarifas aduaneiras anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, vão afetar o crescimento do seu país.

De acordo com a Sky News, Escriva admitiu que o banco central de Espanha teria de rever em baixa as projeções de crescimento.

O responsável avisou que as consequências da imposição das novas taxas aduaneiras seriam difíceis de medir, mas provavelmente vão ser generalizadas.

“No caso da economia espanhola, teremos de baixar as nossas previsões de crescimento”, disse Escriva à emissora espanhola TVE, adiantando que a criação de emprego também poderá ser afetada.

Bolsas europeias em baixa depois da entrada em vigor das tarifas dos EUA

As principais bolsas europeias abriram hoje em baixa com quedas de cerca de 3%, depois da entrada em vigor, ao início da manhã, das chamadas “tarifas recíprocas” impostas pelos Estados Unidos aos parceiros comerciais.

Pelas 08:50 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a descer 2,40% para 475,23 pontos.

As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 1,95%, 1,98% e 1,96%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão se desvalorizavam 1,97% e 2,49%.

A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 08:50 o principal índice, o PSI, recuava 1,98% para 6.310,12 pontos.

As denominadas “tarifas recíprocas” impostas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, são de 104% para a China e de 20% para a União Europeia (UE) e de taxas adicionais até 50% para mais de 50 países.

Lusa

China garante vontade firme e recursos abundantes para responder a Trump

O Governo chinês assegurou esta quarta-feira que tem “uma vontade firme” e “recursos abundantes” para responder com determinação se os Estados Unidos insistirem em “intensificar ainda mais as suas medidas económicas e comerciais restritivas”.

“Com vontade firme e recursos abundantes, a China tomará resolutamente contramedidas e lutará até ao fim”, disse o Ministério do Comércio chinês, num comunicado difundido hoje.

O ministério reiterou que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

O Governo chinês publicou na terça-feira um livro branco em que defende a posição da China nas suas relações económicas e comerciais com os Estados Unidos.

No documento, a China afirma que “ambos os países são uma oportunidade e não uma ameaça um para o outro” e apela a Washington para que elimine “imediatamente” a “imposição unilateral de tarifas”.

O documento insta ainda os EUA a “reforçar o diálogo, gerir as diferenças e promover a cooperação” e sublinha que Pequim está “disposta a comunicar” com os EUA “sobre as principais questões económicas e comerciais bilaterais e a abordar as suas preocupações através do diálogo e de consultas em pé de igualdade”.

Lusa

Xi Jinping defende que China deve reforçar laços com países vizinhos

O presidente chinês Xi Jinping apelou hoje ao “reforço dos laços estratégicos com os países vizinhos”, na sua primeira aparição pública desde que Donald Trump aumentou para 104% as taxas alfandegárias sobre a China.

Xi, que não mencionou o presidente norte-americano, instou os seus funcionários, durante uma reunião de trabalho, a melhorarem as relações com os países vizinhos “através de uma gestão adequada das diferenças”, com vista a “reforçar os laços nas cadeias de abastecimento”, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.

As relações da China com os países vizinhos estão “no seu melhor nível na História moderna” e, ao mesmo tempo, Pequim está a entrar “numa fase crucial profundamente interligada com as mudanças na dinâmica regional e nos desenvolvimentos globais”, observou.

O líder chinês defendeu que a diplomacia da China com os seus vizinhos se baseará na construção de uma “comunidade de futuro partilhado”, um dos chavões mais repetidos pelos líderes do Partido Comunista Chinês (PCC) em que se defende que a prosperidade só é sustentável se as nações trabalharem em conjunto.

Na reunião foi salientado igualmente que a China deve reforçar o seu sentido de responsabilidade e manter uma “diplomacia de vizinhança de amizade, sinceridade, benefício mútuo e inclusividade”.

Foi igualmente sublinhado que a China deve “apoiar os países da região a manterem as suas próprias vias de desenvolvimento e a gerirem corretamente os conflitos e as diferenças”.

“Devemos construir uma rede de interconexão de alto nível e reforçar a cooperação nas cadeias industriais e de abastecimento”, acrescentou o líder chinês, frisando a importância de “manter conjuntamente a estabilidade regional e cooperar em matéria de segurança e aplicação da lei”.

O líder chinês não fez qualquer referência aos Estados Unidos e Pequim tem sublinhado até agora que não vai ceder às tarifas de Trump.

Lusa

Conselho de Ministros de quinta-feira vai debater respostas

O Conselho de Ministros de quinta-feira vai discutir o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos e debater eventuais respostas, depois das reuniões do Governo com associações empresariais.

Fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro disse hoje à comunicação social que a reunião do Conselho de Ministros será centrada no tema das tarifas, depois de o presidente da ATP (Associação Têxtil e Vestuário de Portugal) ter afirmado na terça-feira que o Governo está a preparar um plano “robusto” com medidas para apoio às empresas.

Lusa

Banco de Espanha vai rever em baixa previsões para economia

O Banco de Espanha vai rever em baixa as previsões de crescimento da economia espanhola por causa do impacto das novas taxas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, disse hoje o governador da instituição, José Luis Escrivá.

"Teremos de rever em baixa as previsões de crescimento", disse o governador do banco central de Espanha, em declarações à televisão TVE.

José Luis Escrivá afirmou que as novas taxas comerciais anunciadas pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, "têm o potencial de gerar efeitos negativos na atividade económica" e que o contexto "é muito incerto".

"Ainda não temos elementos precisos de como se vai materializar [o impacto]", afirmou o governador do Banco de Espanha, que evitou falar em recessão.

"Estamos numa situação de extraordinária complexidade do ponto de vista económico e geopolítico e também de uma enorme incerteza", acrescentou.

José Luis Escrivá realçou que as previsões mais recentes para a economia espanhola eram de um "crescimento alto" e que "o lógico" é que sejam revistas em baixa, sem quantificar.

"Sabemos que o que está a acontecer tem o potencial de gerar efeitos muito negativos na atividade económica no mundo de uma forma muito assimétrica, mas também é verdade que ainda não temos elementos precisos de como se vai materializar e até que ponto e com que sequência temporal", afirmou.

"Mas eu não falaria em recessão em nenhum caso", acrescentou.

Lusa

Montenegro admite preocupação e está “em diálogo permanente com Comissão Europeia”

O primeiro-ministro admitiu hoje preocupação com a aplicação das tarifas aduaneiras pelos Estados Unidos da América, disse estar “em diálogo permanente com a Comissão Europeia”, e remeteu para quinta-feira uma resposta do ponto de vista nacional.

Luís Montenegro respondeu muito brevemente a perguntas da comunicação social no final uma sessão sobre inovação e digitalização em Portugal, no Museu das Comunicações, em Lisboa, quando questionado sobre as tarifas que hoje entraram em vigor.

“Estamos preocupados, estamos a acompanhar, estamos em diálogo permanente com a Comissão Europeia e estamos também a tratar da nossa parte mais individualmente considerada. Amanhã teremos um Conselho de Ministros que será dedicado a esse tema e falaremos”, afirmou.

Questionado se Portugal não deveria já ter dado uma resposta, voltou a remeter para quinta-feira.

Fonte do gabinete do primeiro-ministro já tinha adiantado que o Conselho de Ministros de quinta-feira iria discutir o tema das tarifas aduaneiras aplicadas pelo presidente dos Estados Unidos da América e debater eventuais respostas, depois das reuniões do Ministério da Economia entre terça-feira e hoje com associações empresariais.

Lusa

China retalia com tarifas de 84% sobre os bens norte-americanos

A China anunciou hoje uma taxa adicional de retaliação de 50% sobre as importações oriundas dos Estados Unidos, para 84%, intensificando a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

O Ministério das Finanças chinês afirmou que as novas taxas se aplicam para além das 34% anteriormente anunciados sobre as importações dos Estados Unidos.

As taxas entram em vigor na quinta-feira.

No conjunto, os produtos norte-americanos são agora taxados em 104% pela China, igualando as taxas impostas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações oriundas do país asiático.

A administração de Trump tinha anteriormente imposto uma taxa “recíproca” de 34% à China, tendo depois aumentado este valor em 50%. Os novos impostos foram adicionados às taxas de 20% anunciadas anteriormente como punição pelo tráfico de fentanil.

O Governo chinês assegurou hoje que tem “uma vontade firme” e “recursos abundantes” para responder “com determinação” se os Estados Unidos insistirem em “intensificar ainda mais as suas medidas económicas e comerciais restritivas”.

“Com vontade firme e recursos abundantes, a China tomará resolutamente contramedidas e lutará até ao fim”, disse o Ministério do Comércio chinês, num comunicado divulgado hoje.

O ministério reiterou que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

A última 'salva' surge numa altura em que a turbulência nos mercados financeiros se intensifica, com a venda de títulos do Tesouro e fortes quedas nos principais índices mundiais.

Lusa

Câmara de Comércio da UE na China diz que empresas devem repensar estratégias

A Câmara de Comércio da União Europeia na China afirmou hoje que as taxas alfandegárias de 104% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses “exigem um repensar estratégico dos modelos de negócio e das cadeias de abastecimento”.

A instituição afirmou, em comunicado, que as taxas conduzirão a “aumentos substanciais dos custos operacionais” e "a ineficiências”, o que, em última análise, significará “preços mais elevados para os consumidores”.

Muitas das empresas que são membros da Câmara já alteraram ou estão a alterar as suas estratégias comerciais para um modelo “na China para a China”.

“Isto tanto para mitigar os riscos decorrentes das tensões comerciais e para cumprir os requisitos regulamentares e de aquisição da China, que promovem cada vez mais os produtos 'made in China', como por razões comerciais”, acrescentou o texto.

O grupo empresarial denunciou também a “falta de condições equitativas” na China, especialmente no que respeita aos contratos públicos, o que “continua a limitar as oportunidades para as empresas com investimento estrangeiro” no país asiático.

Segundo a instituição, num contexto em que os Estados Unidos estão “a recuar em muitos dos princípios que sustentaram a sua abordagem comercial global, gerando uma incerteza económica global sem precedentes”, a China tem agora “a oportunidade de estabelecer um ambiente de negócios que proporcione a estabilidade e a fiabilidade de que os investidores necessitam”.

“A Câmara Europeia acredita que um bom começo seria o Governo chinês cumprir os seus compromissos de melhorar o ambiente empresarial e incentivar o investimento estrangeiro. Aguardamos com expectativa a apresentação de recomendações construtivas sobre a melhor forma de as implementar”, referiu o texto.

A instituição recordou que as empresas que produzem na China para exportar para os EUA devem “identificar mercados alternativos”, enquanto outras “podem ter de deslocar a produção para fora da China para continuar a abastecer o mercado norte-americano”.

As contramedidas da China, que até agora incluem tarifas de 34% sobre as importações dos EUA, “terão também um impacto negativo em algumas empresas chinesas com investimento estrangeiro que importam certos componentes dos EUA para a sua produção”.

 “Para as empresas que não conseguem obter alternativas, isto poderia também forçá-las a deslocar a sua produção para fora da China. A situação é ainda mais complicada pelo facto de os EUA também terem imposto tarifas a muitos outros países que anteriormente poderiam ter sido um mercado viável para o estabelecimento de instalações de produção alternativas”, lê-se no comunicado.

Lusa

Após ser conhecida retaliação da China, Trump apela às empresas para se mudarem para os EUA

China decidiu retaliar e aumentou as tarifas para 84% sobre os bens norte-americanos. Depois de ser conhecida a resposta de Pequim, o presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu nas redes sociais a conhecida frase "Make America Great Again" e fez um apelo às empresas.

"Esta é uma excelente altura para transferir a sua empresa para os Estados Unidos da América, como a Apple e tantas outras, em número recorde, estão a fazer. Zero Tarifas, e aprovações e ligações eléctricas/energéticas quase imediatas. Sem atrasos ambientais Não espere, Faça-o agora", lê-se na mensagem que publicou na sua rede social, a Truth Social.

Produção automóvel nacional será penalizada indiretamente, diz ACAP

O secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), Hélder Pedro, disse hoje que, apesar de Portugal apenas exportar 1% da produção automóvel para os EUA, sendo a UE afetada pelas tarifas de Trump o país será “indiretamente penalizado”.

“A exportação para o continente americano é de cerca de 1%. [Mas] se afetar os motores da União Europeia, que são a Alemanha e a França, para onde nós exportamos, nós indiretamente seremos naturalmente penalizados”, avançou o secretário-geral da ACAP.

O dirigente da associação falava aos jornalistas no final de uma reunião com o ministro da Economia, Pedro Reis, sobre o impacto da política norte-americana nas empresas portuguesas.

Hélder Pedro considera ainda que as tarifas anunciadas pelos EUA irão causar “prejuízo para a economia na sua globalidade” e acrescenta que o “Produto Interno Bruto (PIB) a nível mundial cresceu nas últimas décadas, porque se eliminaram barreiras alfandegárias”.

Nesta linha, o secretário-geral considera a negociação “fundamental” pois as “guerras tarifárias nunca dão bom resultado” e admite ainda ter sido esta a mensagem passada ao ministro durante a reunião.

Porém acrescenta que a “União Europeia tem que mostrar firmeza” e faz um apela à Comissão Europeia (CE) para que “acelere o plano de apoio à indústria automóvel que foi lançado dia 5 de março”.

Lusa

Setor dos combustíveis não será "afetado de imediato"

O secretário-geral da EPCOL - Empresas Portuguesas de Combustíveis e Lubrificantes disse hoje que o setor não será “afetado de imediato” pelas tarifas impostas pelos EUA, pois não preveem produtos energéticos, mas alerta que perturbam "os mercados financeiros".

“O nosso setor basicamente é exportador de gasolinas para os Estados Unidos e há uma exceção na ordem executiva do Presidente Trump, que não abrange os produtos energéticos e por isso não vamos imediato ser afetados” informou o secretário-geral da EPCOL, António Comprido.

Contudo, António Comprido considera que, apesar das exportações “não serem diretamente afetadas neste momento”, a agitação económica “perturba os mercados financeiros” e coloca “pontos de interrogação nos planos de investimento”.

Lusa

União Europeia aprova tarifa de 25% à entrada de produtos dos EUA

Os países União Europeia aprovaram hoje por maioria, em Bruxelas, a primeira ronda de tarifas à entrada dos produtos dos Estados Unidos na Europa.

O países da UE avançam para uma tarifa de 25% sobre cerca de 1700 produtos norte-americanos, numa resposta às tarifas aplicadas pelos EUA ao aço e alumínio europeus.

"A UE considera as tarifas americanas injustificadas e prejudiciais, causando prejuízos económicos a ambos os lados, bem como à economia global. A UE declarou a sua clara preferência por encontrar soluções negociadas com os EUA, que sejam equilibradas e mutuamente benéficas", podia ler-se num comunicado.

As medidas, que deverão entrar em vigor a 15 de abril, podem ser suspensas "a qualquer momento", afirmou a UE, caso os EUA concordem com uma "solução negociada justa e equilibrada".

As taxas incidem, segundo a Reuters, sobre os seguintes produtos: milho, trigo, cevada, arroz, motociclos, aves de capoeira, fruta, madeira, vestuário e fio dentário.

Os combustíveis ficaram de fora dos produtos taxados, de acordo com a SIC Notícias.

Esta decisão foi aprovada com os votos de 26 dos 27 Estados-membros, uma vez que só a Hungria votou contra.

Setor do comércio e serviços alerta para inflação resultante da "guerra comercial"

O presidente da Confederação do Comércio e dos Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, disse hoje prever o aumento da inflação resultante da “guerra comercial” e realça que os “EUA são um grande exportador” de serviços para Portugal.

“Os EUA, em termos de serviços, são um grande exportador para Portugal, muito superior à nossa balança de pagamentos, e isso é difícil de determinar em termos de números, mas isso pode afetar todo o tecido empresarial” disse o presidente da CCP.

“Praticamente, em termos de novas tecnologias, estamos muito dependentes das empresas americanas”, acrescentou.

Por outro lado, disse ainda que uma "grande preocupação tem que ver com (a possibilidade) resultado da guerra comercial, de um aumento da inflação", o que é "negativo em termos de capitalização e em termos de capacidade de financiamento".

João Vieira Lopes considera ainda que no caso dos serviços vindos dos EUA serem taxados (pela UE), o universo das empresas portuguesas será “bastante afetado”.

“Por isso, estamos de acordo (Governo e CCP) que haja uma tática inicial que tente encontrar, pelo menos, soluções de compromisso, e o futuro dirá se isso é possível ou não”, acrescentou.

O presidente da CCP avançou também que o Governo deu algumas informações sobre o “conjunto de medidas que vai ser anunciado amanhã” (quinta-feira), e que consistem em apoios ao crédito e medidas a fundo perdido, no sentido de incentivar a diversificação das exportações financiando as atividades nesse sentido.

João Vieira Lopes alertou ainda para o impacto noutros setores, como o alimentar, cujos mercados de importação para a Europa mudaram.

“Temos que estar muito atentos às matérias-primas alimentares, pois, a partir da guerra da Ucrânia, parte das matérias-primas alimentares vêm dos Estados Unidos, vêm da América Latina, vêm de outros países, e se houver um fenómeno inflacionista aí, nessa área, é capaz de ter que haver uma análise de alterações até de política fiscal em relação ao alimentar”, disse.

Lusa

AIMMAP avisa que apoios só serão eficazes com mais desburocratização

A Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) defendeu hoje que os apoios às empresas, no âmbito das tarifas anunciadas pelo Presidente dos EUA, só poderão ser eficazes com mais desburocratização.

Segundo disse à Lusa o vice-presidente executivo da entidade, Rafael Campos Pereira, após uma reunião com o Governo, que está a receber as associações empresariais, o executivo “tem feito um grande esforço nos últimos meses no sentido de ajudar a desburocratizar e a agilizar” questões como os licenciamentos industriais, licenciamentos ambientais e a gestão dos fundos europeus.

“Portanto, nós reconhecemos que está a ser feito um esforço no sentido de ajudar as empresas, mas achamos que deve continuar-se a fazer esse esforço”, destacou.

Para o dirigente associativo, “as medidas de garantias bancárias, seguros de crédito, apoio à internacionalização, que são bem-vindas, só poderão ser eficazes se, de facto, continuar a haver esse esforço de desburocratização”.

“Entendemos, e foi recíproco, que este é um assunto [as tarifas] que tem de ser liderado de forma estratégica pela Europa e, portanto, há um conjunto de matérias que tem de ser a Europa a defender”, referiu, apontando que “o Governo português deverá defender tarifas zero recíprocas entre a Europa e os Estados Unidos”.

Rafael Campos Pereira avisou ainda que “não se justifica, nem vale a pena minimamente estar a tentar compensar o mercado americano com o mercado chinês, porque isso seria verdadeiramente suicida”.

“Apesar da exposição direta das nossas empresas ao mercado americano ser apenas de 800 milhões de euros, portanto 3% das nossas exportações, a verdade é que há muitas exportações indiretas de equipamentos e componentes e peças técnicas nossas que são incorporados em produtos finais franceses e alemães e até italianos, que são vendidos depois para os Estados Unidos”, alertou o dirigente da AIMMAP.

Rafael Campos Pereira reconheceu assim uma exposição “mais significativa do que a frieza dos números pode evidenciar”, alertando ainda para um aumento substancial da burocracia, “até porque as taxas e as tarifas são aplicáveis apenas a parte daquilo que é o preço final dos produtos”.

O dirigente associativo sublinhou a necessidade de haver uma negociação entre os EUA e a Europa. “Nós não podemos perder acesso ao principal mercado do mundo, mas os americanos também não querem perder o acesso ao terceiro maior mercado do mundo”, referiu.

Por outro lado, alertou, “não faz sentido que a União Europeia esteja a aplicar tarifas às importações de matérias-primas, aço e alumínio, vindas não dos Estados Unidos, mas da China e de outros sítios” quando, “ao mesmo tempo não está a aplicar tarifas com a mesma dimensão e na mesma proporção a produtos transformados”.

Desta forma, realçou, “estão a ser penalizados os fabricantes europeus de produtos acabados”.

Confederação do Turismo de Portugal teme que perda de poder de compra dos norte-americanos afete turismo nacional

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, disse hoje temer que a crise das tarifas comerciais afete o poder de compra dos norte-americanos e por consequência o turismo em Portugal.

“Tememos que, se não houver razoabilidade no meio disto […] possa acarretar uma crise, quer para o mercado americano, para as suas pessoas, e falta de poder de compra é diminuir o consumo”, disse o presidente no final de uma reunião com o ministro da Economia, Pedro Reis, para avaliar "o impacto e as medidas de mitigação" das tarifas que o Presidente dos EUA, Donald Trump.

Francisco Calheiros disse não ter “nota de qualquer abaixamento” no que toca às previsões para o turismo este ano relativas ao mercado americano, sendo que este é um mercado “com grande poder de compra e é um mercado que fica mais pernoitas do que é normal”.

“As nossas exportações são as importações dos turistas, nós não exportamos vinho, cortiças, peças de automóveis, portanto nesta fase não estamos, digamos assim, abrangidos por este aumento de tarifas”, afirmou o presidente da confederação.

O dirigente disse ainda que “a nível europeu a negociação não é numa base de retaliação” e acrescenta esperar que a situação não afete o verão em Portugal.

Wall Street dispara com anúncio de suspensão na aplicação de tarifas

A bolsa nova-iorquina disparou hoje após o anúncio de Donald Trump de que iria suspender a aplicação de tarifas por 90 dias a 75 países, ainda que tenha voltado a subir, para 125%, para a China.

Pelas 19:12 (hora de Lisboa) o índice tecnológico Nasdaq apresentava uma valorização superior a 10%, com o Dow Jones a ganhar 6,73% e o S&P 500 a avançar 7,35%.

Estas subidas são um forte contraste com as descidas acentuadas da bolsa americana desde a semana passada, devido às tarifas anunciadas por Donald Trump.

Ouro subiu quase 4% e aproximou-se de máximos históricos com guerra comercial

O ouro, ativo considerado um refúgio em tempos de incerteza, subiu esta tarde 3,7%, para 3.093,6 dólares com a intensificação da guerra tarifária entre os EUA e a China.

Pelas 18:00, o preço do ouro estava a subir 3,7% para 3.093,6 dólares, segundo dados da Bloomberg, compilados pela Efe, e atingia o seu nível mais alto do dia.

Com isto, o preço do ouro aproximou-se do máximo histórico atingido em 03 de abril, quando foi negociado a 3.167,84 dólares.

O ouro negociou com tendência ascendente ao longo do dia e acentuou a sua subida após o fecho negativo das bolsas na Europa, num dia em que entraram em vigor as tarifas “recíprocas” do Presidente norte-americano, Donald Trump, incluindo 104% sobre a China.

Moeda brasileira regista forte alta após Trump suspender tarifas a 75 países por 90 dias

A moeda brasileira (real) registou forte valorização face ao dólar revertendo a tendência de queda na tarde de hoje após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma pausa nas tarifas impostas a mais de 75 países.

No início da manhã, a moeda brasileira registava forte desvalorização face à moeda norte-americana, que chegou a máximo de 6,09 reais, mas, assim que Donald Trump anunciou uma novas medidas de retaliação contra a China e mudanças nas tarifas impostas a países que procuraram negociar com os Estados Unidos, esse movimento inverteu-se bruscamente. Às 16:05 (horas locais) o dólar caía 2,58%, cotado a 5,84 reais.

Wall Street conhece reviravolta espetacular com ganhos não vistos desde há muito

Depois de uma abertura mitigada, Wall Street conheceu uma reviravolta espetacular depois de Donald Trump anunciar uma pausa na imposição de taxas alfandegárias a alguns países, propulsionando os índices emblemáticos da praça bolsista.

“Foi o momento decisivo que o mercado esperava”, considerou, em nota analítica, Gina Bolvin, do Bolvin Wealth Management Group.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones Industrial Average avançou 7,87%, o tecnológico Nasdaq ganhou 12,16% e o alargado S&P500 valorizou 9,52%.

A valorização do Nasdaq só encontra algo idêntico em 2001.

As subidas nas cotações, porém, só aconteceram na parte final da sessão, depois de Trump ter feito o anúncio, na sua rede social.

Esta foi a maior subida bolsista em um dia do Nasdaq desde 2001, em plena expansão das ‘dot-com’, desde 2008, em plena crise financeira, no que concerne ao S&P500, e desde 2020, no que se refere ao Dow Jones, depois da pandemia do novo coronavirus.

As maiores recuperações localizaram-se nos setores da tecnologia (14,4%), bens não essenciais (11,4%), comunicações (10%) e industriais (9%), que tinham sido os mais prejudicados desde que na quarta-feira Trump anunciou o seu programa de taxas alfandegárias.

Nas tecnológicas, as ações que mais recuperaram foram as da Tesla (22,6%), AMD (23,8%), Nvidia (18,8%) e Apple (15,3%).

Trump diz que Xi Jinping quer acordo comercial mas é “orgulhoso”

O Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou hoje acreditar num entendimento com todos os países aos quais aplicou sobretaxas aduaneiras, incluindo a China, cujo líder Xi Jinping quer um acordo que trave a guerra comercial, mas é “orgulhoso”.

Poucas horas depois anunciar um novo aumento proibitivo, para 125%, das tarifas aduaneiras norte-americanas sobre importações da China, enquanto suspendeu por 90 dias sobretaxas aplicadas a outros países, Trump previu que “haverá um acordo com a China (...) e com todos" os países afetados.

“A China quer chegar a um acordo”, mas “não sabe bem como o fazer”, acrescentou aos jornalistas o Presidente norte-americano, cujas tarifas punitivas provocaram pânico nos mercados financeiros mundiais desde a semana passada.

Pequim foi castigada por retaliar sobre as tarifas norte-americanas, apesar dos avisos de Washington, justificou o Presidente republicano.

“Eles (chineses) são pessoas muito orgulhosas (...) e o Presidente Xi [Jinping] é um homem orgulhoso. Conheço-o muito bem", adiantou.

Questionado sobre as causas do seu recuo de hoje, Donald Trump admitiu que antes de decidir suspender a guerra comercial estava a acompanhar a subida dos juros das obrigações do Tesouro.

"Estava a observar o mercado de obrigações. É um mercado muito complicado", disse.

Na terça-feira à noite, prosseguiu, observou que as suas sobretaxas aduaneiras estavam a ”assustar um pouco as pessoas" e “é preciso ser flexível”.

Questionado sobre as consequências das tarifas para as empresas norte-americanas, Trump prometeu analisar os casos individuais.

"Algumas, pela sua natureza, são atingidas um pouco mais duramente. Vamos analisar isso”, adiantou.

Republicanos no Congresso bloqueiam votação sobre medidas de Trump

Os líderes republicanos da Câmara dos Representantes dos EUA utilizaram hoje uma artimanha regulamentar para derrubar a tentativa dos democratas de forçar uma votação para limitar o poder do Presidente Donald Trump para impor tarifas.

A medida permite ao presidente republicano da câmara baixa do Congresso, Mike Johnson, adiar até outubro a análise de uma resolução redigida pela minoria democrata, que visava rescindir a emergência nacional declarada por Donald Trump para justificar as suas medidas protecionistas.

A resolução democrata tinha perdido relevância desde o anúncio de que o presidente iria instituir uma pausa de 90 dias na sua guerra comercial com a maioria dos países.

E o poder de veto presidencial significaria que qualquer legislação aprovada contra estas tarifas seria rejeitada pelo inquilino da Casa Branca.

Os democratas, no entanto, manifestaram indignação e acusaram os republicanos de permitirem que o Congresso se tornasse uma câmara de aprovação em vez de reivindicarem as suas prerrogativas constitucionais sobre o comércio internacional.

Mike Johnson "está aterrorizado que os membros desta câmara tenham de votar para reduzir os custos impostos aos americanos", frisou o congressista democrata Gregory Meeks.

A influente congressista republicana Virginia Foxx, no entanto, salientou que os democratas utilizaram uma tática semelhante em 2021 para impedir que os republicanos acabassem com a emergência nacional devido à pandemia de covid-19.

EUA não aplicarão taxas de 10% ao México e ao Canadá

A Casa Branca garantiu hoje que não serão aplicadas tarifas de 10% ao México e ao Canadá, retificando o que o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, tinha dito anteriormente.

“Nenhum desses dois países receberá o nível básico de 10% neste momento”, disse um funcionário do gabinete presidencial dos EUA quando questionado pela agência espanhola EFE.

Pouco antes, Bessent tinha respondido afirmativamente quando questionado se o México e o Canadá estavam incluídos no esquema tarifário anunciado hoje pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.

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