A China anunciou um aumento das tarifas adicionais sobre produtos dos Estados Unidos de 84% para 125%. Uma medida que entra em vigor a partir de amanhã, de acordo com o Ministério das Finanças chinês, prometendo que se os EUA insistirem em atingir os interesses da China, irá tomar mais contramedidas e promete "lutará até o fim".
"A imposição de tarifas anormalmente altas pelos EUA à China viola seriamente as regras do comércio internacional, as leis económicas básicas e o bom senso, além de ser uma forma de intimidação e coerção unilateral", justificou o ministério.
Este anúncio surge depois de Donald Trump ter aumentado para 145% as tarifas para a China, ao mesmo tempo que suspendeu nas tarifas para a maioria dos países durante 90 dias.
A Comissão Europeia pediu esta sexta-feira “cautela na resposta orçamental” dos países da União Europeia (UE) às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, após Portugal ter anunciado um pacote de medidas de 10 mil milhões de euros às empresas exportadoras.
“Do lado da Comissão Europeia, a nossa primeira avaliação é que precisamos de ser um pouco cautelosos na nossa resposta orçamental. Tivemos a pandemia de covid-19, tivemos uma crise energética relacionada com a agressão da Rússia na Ucrânia, enfrentamos sérios desafios de segurança e temos um défice e uma dívida elevados”, disse o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis.
Em conferência de imprensa após o primeiro dia da reunião informal dos ministros das Finanças da UE marcado pelas tensões comerciais das novas políticas protecionistas norte-americanas, em Varsóvia pela presidência polaca do Conselho, Valdis Dombrovskis reforçou: “Temos de ter em mente estas considerações de sustentabilidade orçamental”.
O ministro da Coesão Territorial afirmou hoje que, independentemente do futuro da guerra comercial, nada ficará igual e alertou para a possível invasão comercial da Europa pela China.
“Qualquer que seja o futuro desta guerra comercial agora iniciada, nada ficará igual”, afirmou Castro Almeida, que falava numa sessão dedicada ao PRR, organizada pela Estrutura de Missão Recuperar Portugal, em Lisboa.
Para o governante, a confiança, estabilidade e previsibilidade ficaram afetadas e mesmo que a guerra comercial não tenha uma relação direta com Portugal, a remanescente tensão entre os EUA e a China terá “efeitos enormes” na Europa.
“É muito fácil pensar que os chineses vão tentar invadir a Europa do ponto de vista comercial, o que pode ser dramático para o nosso sistema económico”, apontou.
O ministro disse que Portugal tem de estar preparado para enfrentar as adversidades, insistindo que existe um clima de instabilidade no mundo, que "não augura nada de bom".
Lusa
A presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse hoje que a instituição financeira está “sempre pronta” para, se necessário, atuar para garantir a estabilidade dos preços na zona euro face à ‘guerra’ tarifária iniciada pelos Estados Unidos.
“O BCE está a acompanhar e está sempre pronto a utilizar os instrumentos de que dispõe - e que, no passado, apresentou os instrumentos e ferramentas adequados que eram necessários - para garantir a estabilidade dos preços e, claro, a estabilidade financeira, porque uma coisa não passa sem a outra”, disse Christine Lagarde.
Falando no final da reunião informal dos ministros das Finanças do euro, em Varsóvia, a presidente do BCE escusou-se a especificar se isso implicaria continuar a flexibilizar a política monetária ou evitar o choque inflacionista que tais direitos aduaneiros podem desencadear, numa altura em que temem os impactos nas economias da área da moeda única e nos mercados pelas novas políticas protecionistas norte-americanas.
Certo é que, nos últimos meses, o banco central tem vindo a reduzir as taxas de juro pelas melhorias na inflação, que atingiu valores recorde após a crise energética acentuada pelos efeitos da guerra da Ucrânia.
Também hoje, a Comissão Europeia estimou um impacto económico de até 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia por novos direitos aduaneiros norte-americanos permanentes, que seria cinco vezes pior nos Estados Unidos pela ‘guerra’ tarifária iniciada pelo país.
“De acordo com as nossas últimas simulações de modelos sobre o impacto dos direitos aduaneiros nos Estados Unidos, o PIB norte-americano seria reduzido entre 0,8 a 1,4% até 2027, enquanto o impacto negativo na UE seria menor, de cerca de 0,2% do PIB”, começou por dizer o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis.
Também final no final da reunião do Eurogrupo, o responsável acrescentou: “Se os direitos aduaneiros forem considerados permanentes ou se forem tomadas novas contramedidas, as consequências económicas seriam mais negativas, podendo atingir 3,1% a 3,3% para os Estados Unidos e 0,5% a 0,6% para a UE e 1,2% para o PIB mundial”.
Ao mesmo tempo, “o comércio mundial diminuiria 7,7% em três anos”, destacou ainda Valdis Dombrovskis, numa das primeiras previsões de Bruxelas sobre as atuais tensões comerciais transatlânticas, baseadas na taxa de 25%.
Lusa
O euro continuou a tendência ascendente e superou esta sexta-feira 1,1450 dólares, o nível mais alto em mais de três anos, depois de a China ter aumentado as tarifas sobre as importações dos Estados Unidos.
A China vai subir as tarifas sobre todos os produtos importados dos Estados Unidos a partir de 12 de abril, de 84% para 125%, em resposta às últimas taxas que Washington aprovou de até 145% sobre os produtos chineses.
O euro estava a ser negociado a 1,1342 dólares às 11:50 (em Lisboa), depois de ter flutuado num intervalo entre 1,1249 dólares e 1,1471 dólares durante a sessão de hoje, já que a política tarifária do Presidente dos EUA, Donald Trump, geralmente enfraquece o dólar.
Os receios de que a economia dos EUA entre em recessão desencadearam uma venda de títulos do Tesouro dos EUA e de dólares, aumentando os rendimentos dos títulos e baixando a taxa de câmbio do dólar.
Na quinta-feira à noite, a moeda única tinha subido para 1,1385 dólares, o valor mais alto desde fevereiro de 2022.
O dólar também se desvalorizou em relação a outras moedas, como o iene e o franco suíço, que são historicamente considerados ativos de refúgio em tempos de crise.
O euro também se valorizou depois de a Comissão Europeia (CE) ter suspendido as tarifas após a trégua de 90 dias de Trump e ter mostrado que quer negociar com Washington.
"Trump muda de rumo e é agora a sua vez de negociar as tarifas. A pressão do mercado obrigou Trump a reconhecer as suas limitações para travar uma guerra comercial global agressiva. O colapso de Wall Street e a punição dos títulos do Tesouro enfraqueceram a sua posição, obrigando-o a embarcar numa maratona de negociações com uma postura enfraquecida", consideram especialistas da Universidade Europeia citados pela Efe.
Lusa
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, disse esta sexta-feira que é perigoso pensar que a China pode substituir os Estados Unidos como parceiro comercial, tendo em conta os últimos desenvolvimentos sobre as tarifas impostas pela administração de Donald Trump.
“A ideia de que os EUA podem ser substituídos pela China é uma ideia terrivelmente perigosa”, disse Bayrou, citado pela Reuters.
Durante um evento, o chefe do governo francês defende que os membros da União Europeia devem continuar unidos no atual contexto de instabilidade económica.
A diretora executiva do Centro de Comércio Internacional (ITC, na sigla em inglês), agência da ONU, afirmou que a instabilidade económica na sequência das tarifas impostas pelos EUA pode ter um impacto “catastrófico” nos países em desenvolvimento.
“As tarifas podem ter um impacto muito mais prejudicial do que a retirada da ajuda externa”, afirma Pamela Coke-Hamilton à Reuters.
“Se esta escalada entre a China e os Estados Unidos continuar, o resultado será uma redução de 80% no comércio entre os dois países, e o efeito em cascata pode ser catastrófico”.
A Comissão Europeia estima um impacto económico de até 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia por novos direitos aduaneiros norte-americanos permanentes, que seria cinco vezes pior nos Estados Unidos pela ‘guerra’ tarifária iniciada pelo país.
“De acordo com as nossas últimas simulações de modelos sobre o impacto dos direitos aduaneiros nos Estados Unidos, o PIB norte-americano seria reduzido entre 0,8 a 1,4% até 2027, enquanto o impacto negativo na UE seria menor, de cerca de 0,2% do PIB”, começou por dizer o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis, em Varsóvia, na Polónia.
Falando no final da reunião informal dos ministros das Finanças do euro e antes do encontro esta tarde dos governantes europeus da tutela, Valdis Dombrovskis acrescentou: “Se os direitos aduaneiros forem considerados permanentes ou se forem tomadas novas contramedidas, as consequências económicas seriam mais negativas, podendo atingir 3,1% a 3,3% para os Estados Unidos e 0,5% a 0,6% para a UE e 1,2% para o PIB mundial”.
Ao mesmo tempo, “o comércio mundial diminuiria 7,7% em três anos”, destacou, numa das primeiras previsões de Bruxelas sobre as atuais tensões comerciais transatlânticas, baseadas na taxa de 25%.
Valdis Dombrovskis salvaguardou, porém, que “estas simulações não têm em conta a perda adicional de confiança dos investidores e das empresas na economia dos Estados Unidos, o que poderia aumentar o impacto negativo no PIB”.
Além disso, “dada a extraordinária incerteza e a rápida mudança das suas decisões, as nossas simulações de modelo não podem ser totalmente precisas, mas mostram a tendência geral de que as tarifas são prejudiciais para a economia e para a prosperidade”, adiantou.
Os ministros das Finanças da zona euro discutiram hoje o impacto económico das novas tarifas aduaneiras dos Estados Unidos, num contexto de alívio após o anúncio norte-americano de suspensão temporária, pausa também adotada pelo bloco comunitário.
As previsões macroeconómicas estão a ser influenciadas pelas políticas protecionistas dos Estados Unidos devido à imposição de tarifas elevadas a vários blocos, incluindo à UE, o que tem desencadeado tensões comerciais e instabilidade nos mercados financeiros e receios de desaceleração económica e inflação persistente.
Lusa
Neste fim de semana, o comissário europeu para o comércio, Maros Sefcovic, viaja até os EUA “para tentar assinar acordos” com a administração de Donald Trump, noticia o The Guardian.
A informação foi revelada pelo porta-voz da Comissão Europeia para o comércio, Olof Gill, em declarações a uma rádio irlandesa.
"Vai a Washington para tentar assinar acordos. É nisso que estamos concentrados", afirmou Olof Gill.
Na sequência da imposição de tarifas aduaneiras por parte dos EUA, a China apresentou uma queixa adicional na Organização Mundial do Comércio (OMC), avança esta sexta-feira a Reuters.
A missão da China junto (OMC) informou hoje que apresentou uma queixa adicional ao organismo comercial sobre as tarifas impostas pela administração de Donald Trump.
"A 10 de abril, os Estados Unidos emitiram a ordem executiva, anunciando um novo aumento da chamada 'tarifa recíproca' sobre os produtos chineses. A China apresentou uma queixa junto da OMC contra as últimas medidas pautais dos Estados Unidos”, refere o comunicado da missão da China, segundo a agência de notícias.
A China disse hoje que Washington deve “assumir toda a responsabilidade” pela “turbulência” económica mundial, na sequência da ofensiva tarifária do Presidente norte-americano, Donald Trump, que pune sobretudo Pequim.
As taxas alfandegárias anunciadas por Washington causaram “graves choques e turbulências na economia global, nos mercados mundiais e no sistema comercial multilateral”, disse hoje um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
Os Estados Unidos devem “assumir total responsabilidade”, salientou.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo intensificou-se nos últimos dias, numa altura de grande volatilidade dos mercados. A China insiste que não quer uma guerra comercial, mas garante não ter medo de a enfrentar "se necessário”.
Numa reviravolta, Trump anunciou, na quarta-feira, uma suspensão de 90 dias das chamadas “tarifas recíprocas” impostas sobre o resto do mundo, mas manteve e agravou as taxas impostas à China, que vão já em 145%.
A China disse hoje que a pausa de 90 dias se deveu em parte à “pressão” de Pequim.
“Sob a pressão da China e de outras partes, os Estados Unidos suspenderam temporariamente a imposição de tarifas recíprocas elevadas sobre certos parceiros comerciais”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio.
As ações de Trump levaram líderes empresarias a alertar para uma potencial recessão e alguns dos principais parceiros comerciais dos EUA a retaliar com as suas próprias taxas, antes da trégua.
“Os Estados Unidos aumentam alternadamente as tarifas anormalmente elevadas sobre a China, o que se tornou um jogo de números, que não tem qualquer significado económico prático e que se tornará uma anedota na História da economia mundial”, afirmou o Ministério das Finanças chinês, em comunicado.
“No entanto, se os Estados Unidos insistirem em continuar a infringir substancialmente os interesses da China, [Pequim] vai contrariar resolutamente e lutar até ao fim”, acrescentou.
O Ministério do Comércio disse que apresentou outro processo junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas dos EUA.
Dada a dimensão das duas economias, os especialistas temem uma turbulência económica global.
A presidente da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, disse no início desta semana que a guerra comercial entre os EUA e a China pode “prejudicar gravemente as perspetivas económicas globais”.
Lusa
As principais bolsas europeias inverteram a tendência de alta e o euro subia para mais de 1,14 dólares, depois de o Governo chinês anunciar um novo aumento das taxas impostas sobre produtos oriundos dos EUA.
Pelas 10:00 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava a recuar 1,12% para 481,84 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt baixavam 0,34%, 1,13% e 1,39%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão se desvalorizavam 0,65% e 1,41%.
A bolsa de Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 10:00 o principal índice, o PSI, subia 0,94% para 6.465,31 pontos.
Lusa
A Comissão Europeia avisou hoje que a União Europeia (UE) avançará com um primeiro conjunto de direitos aduaneiros se, na atual pausa nas tarifas dos Estados Unidos, os dois blocos não chegarem a “soluções construtivas e mutuamente aceitáveis”.
“Do lado da UE, estamos dispostos a trabalhar connosco e a encontrar soluções construtivas, soluções mutuamente aceitáveis e, para tal, também suspendemos por 90 dias o nosso primeiro conjunto de direitos aduaneiros. Mas, obviamente, também estamos a passar a mensagem de que, se não virmos movimento do lado dos Estados Unidos e vontade de se afastar deste tipo de política, não hesitaremos a defender a nossa economia, ajudaremos a defender as nossas empresas”, avisou o comissário europeu da Economia, Valdis Dombrovskis.
Em declarações à chegada à reunião informal dos ministros das Finanças do euro, em Varsóvia, o responsável apontou que “o tema mais urgente” hoje em cima da mesa está relacionado com “as tarifas de Trump [Presidente norte-americano] e as suas implicações macroeconómicas, bem como a resposta da UE para, de certa forma, minimizar o contributo económico negativo”.
“Em todo o caso, do lado da UE, vemos o efeito macroeconómico negativo na economia da UE e dos Estados Unidos e, na verdade, na economia norte-americana, os efeitos negativos são maiores do que na UE, uma vez que os Estados Unidos estão a aplicar amplamente essas tarifas”, observou, sem quantificar.
Valdis Dombrovskis admitiu tratar-se de uma “situação muito volátil e incerta” e reforçou que a UE está “pronta para defender os seus interesses económicos e as suas empresas, se for necessário, se não vir qualquer movimento por parte dos Estados Unidos”.
Lusa
O presidente francês Emmanuel Macron avisou hoje, numa publicação na rede social X, que a redução das tarifas norte-americanas para 10% é “uma pausa frágil” e que “juntamente com a Comissão Europeia", o seu país "deve ser forte”.
“A Europa deve continuar a trabalhar em todas as contramedidas necessárias”, sublinhou.
La suspension partielle des tarifs américains pour 90 jours est un signal et une porte ouverte à la négociation.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) April 11, 2025
Mais cette pause reste fragile.
Fragile, car les droits de 25% sur l’acier, l’aluminium et l’automobile et les tarifs à 10% sur tous les autres produits…
O presidente chinês Xi Jinping pediu que a China e a União Europeia trabalhem juntas para "se oporem às práticas unilaterais de intimidação", como caracterizou às tarifas comerciais aplicadas por Donald Trump.
“China e UE devem assumir as suas responsabilidades internacionais, proteger conjuntamente a globalização económica e o ambiente comercial internacional e resistir conjuntamente a qualquer coerção unilateral”, afirmou Xi Jinping, em Pequim, durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
"Não há vencedores numa guerra tarifária", acrescentou o líder chinês, lembrando que "ir contra o mundo só levará ao isolamento".
O pacote de cerca de 10 mil milhões de euros do Governo para apoiar as empresas exportadoras portuguesas face às tarifas anunciadas pelos Estados Unidos estará em vigor dentro de algumas semanas, anunciou hoje o ministro das Finanças.
“Ontem [quinta-feira] tivemos a oportunidade de responder com um programa muito ambicioso de apoio às empresas – cerca de 10 mil milhões de euros, 3% do PIB, muito maior do que o que Espanha tinha apresentado há uns dias – “e esse pacote de medidas “estará operacional dentro de algumas semanas”, disse o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.
Na chegada à reunião informal dos ministros das Finanças do euro, em Varsóvia, o governante apontou que estão em causa “cerca de 10 mil milhões de euros que empréstimos, linhas de seguros e fundos europeus” que permitirá “responder de forma firme” à incerteza comercial relacionada com as decisões da administração norte-americana.
Para estar operacional, “falta sobretudo, por um lado, o diálogo com a Comissão Europeia e verificar qual é o resultado final das decisões sobre tarifas e depois, obviamente, a operacionalização mais administrativa”, especificou Joaquim Miranda Sarmento, assegurando que “rapidamente estes apoios chegarão às empresas portuguesas”.
Segundo o ministro, este “foi um trabalho feito em colaboração com as associações empresariais e responsável, pensado e preparado ao longo do tempo e não uma resposta rápida e imediata, sem ponderação que alguns exigiram logo”.
Saudando a pausa de 90 dias anunciada pelos Estados Unidos nas novas tarifas recíprocas à UE, passo que foi também depois dado pelo bloco comunitário, Joaquim Miranda Sarmento adiantou que “agora é o momento de encontrar pontos comuns e de manter unido o maior bloco comercial que existe no mundo”.
E, apesar dos eventuais impactos na economia portuguesa, que ainda estão a ser calculados, a zona euro tem um quadro orçamental “estável”, garantiu ainda, tal como havia feito minutos antes o presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, que salientou a estabilidade da área da moeda única.
Lusa
Donald Trump acusou hoje o México de estar a "roubar" a água do Texas e avisa que se isso não parar poderá enfrentar novas tarifas.
O presidente do EUA diz que os agricultores daquele Estado estão a ser "prejudicados" pelo México, referindo-se a um acordo que tem 81 anos.
Segundo o Tratado da Água de 1944, assinado entre os dois países, o México está obrigado a enviar por ano 2,15 milhões de metros cúbicos de água do Rio Grande para os Estados Unidos.
Os democratas lançaram a questão no Congresso sobre se o presidente Donald Trump e seus apoiantes estão a fazer negócios de forma indevida com base em informações privilegiadas, tendo em conta uma publicação do presidente dos EUA na rede Truth Social, na qual escreveu que era um "ótimo momento para comprar" ações.
Este comentário surgiu pouco antes de anunciar que cortava algumas tarifas, uma medida que fez os mercados recuperarem.
Hakeem Jeffries, líder da minoria na Câmara, disse que os democratas "precisam ir ao fundo da questão sobre a possível manipulação de ações que está a acontecer debaixo dos olhos do povo americano".
"Que conhecimento prévio, se é que há algum, os membros da Conferência Republicana da Câmara tinham sobre a decisão de Trump de suspender as tarifas que ele colocou em prática?", questionou, garantindo que irá exigir "respostas e transparência".
A Casa Branca negou que Trump esteja envolvido na manipulação do mercado de ações e acusou os democratas de "jogos partidários".
O preço do ouro fixou hoje um novo máximo histórico acima dos 3.200 dólares por onça (equivalente a 28,3 gramas), enquanto continuam as tensões comerciais e o receios de uma recessão global.
Pelas 04:30 de Lisboa, o ouro atingia os 3.220,08 dólares (2.855,69 euros), segundo dados da Bloomberg, compilados pela agência de notícias espanhola Efe, superando os dois recordes alcançados na quinta-feira, o último dos quais nos 3.175,83 dólares (2.815,82 euros).
Anteriormente, o último máximo que o metal amarelo tinha alcançado foi a 03 de abril, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas sobre quase todos os países do mundo.
Às 06:00 de hoje, o ouro estava a subir ligeiramente menos, 1%, para 3.208,73 dólares (2.844,19 euros).
Desde 01 de janeiro, o ouro, um ativo considerado um refúgio em tempos de incerteza, viu o valor aumentar mais de 21%, depois de um primeiro trimestre que fechou como o melhor início de ano desde 1974.
Lusa
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse hoje ao Presidente chinês, Xi Jinping, que Espanha “vê a China como parceira da União Europeia”, num encontro em Pequim que coincide com um período transformações na ordem internacional.
“Espanha é um país profundamente pró-europeu que vê a China como um parceiro da União Europeia”, afirmou Sánchez, que chegou à capital chinesa na quinta-feira à noite.
Madrid vai “trabalhar para que as relações entre a UE e a China sejam pautadas pelo diálogo e pela reciprocidade”, assegurou.
Os laços entre a Europa e a China foram fragilizados pela aproximação de Pequim a Moscovo, no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia. Bruxelas criticou Pequim por ter apoiado Moscovo económica e diplomaticamente, embora a China tenha garantido repetidamente que pretende uma solução pacífica para o conflito.
O regresso ao poder de Donald Trump, nos Estados Unidos, pode, no entanto, remodelar alinhamentos geopolíticos e parcerias económicas. As posições antagónicas do líder norte-americano face à aliança transatlântica e a guerra comercial lançada contra o resto do mundo são vistas por analistas como suscetíveis de reaproximar Europa e China.
“A Espanha trabalhará sempre para promover relações sólidas e equilibradas entre a China e a UE. Uma Europa forte também contribui para a estabilidade e a prosperidade mundiais”, disse o líder espanhol a Xi Jinping.
“Queremos trabalhar em questões de interesse comum, promover o comércio e o investimento de forma equilibrada para que beneficiem o desenvolvimento dos nossos países, a partir das nossas respetivas visões, e queremos promover a aproximação entre as nossas sociedades”, acrescentou.
Sublinhando que esta é a terceira visita a Pequim do líder espanhol em três anos, Xi apontou que “perante a evolução das mudanças globais, só com a colaboração entre países" se pode "trabalhar em prol da paz e estabilidade”.
A reunião decorreu nas instalações protocolares de Diaoyutai e não no Grande Palácio do Povo, onde os chefes de Estado ou de Governo são habitualmente recebidos.
“[A China] está disposta a construir uma parceria estratégica abrangente com Espanha, com vista a melhorar o bem-estar dos nossos povos, injetar uma força motriz nas relações sino-europeias e dar um maior contributo para a paz global, a estabilidade e o desenvolvimento”, acrescentou.
“Quanto mais turbulenta e mutável for a situação internacional, mais importante é manter um bom e estável desenvolvimento das relações”, afirmou.
Xi referiu-se ainda ao artigo conjunto publicado na imprensa internacional em março por Sánchez e os presidentes do Brasil e da África do Sul, Luiz Inácio Lula da Silva e Cyril Ramaphosa, respetivamente, que descreveu como “visões estratégicas e reflexões racionais”.
O texto, segundo o líder chinês, é “um apelo para dar novo impulso ao multilateralismo e rejeitar o recuo para o isolamento e as ações unilaterais”.
No encontro com Xi, Sánchez deverá abordar questões como o desequilíbrio comercial, os investimentos chineses em Espanha, a guerra na Ucrânia e o cenário convulsivo provocado pela guerra comercial lançada por Washington.
O chefe do Governo espanhol tem também previsto um encontro hoje com o homólogo chinês, Li Qiang, com quem presidirá à assinatura de acordos bilaterais.
Lusa
O presidente chinês, Xi Jinping, vai visitar o Vietname, Malásia e Camboja, na próxima semana, foi hoje anunciado, num momento de incerteza internacional após a guerra comercial desencadeada pelo líder norte-americano, Donald Trump.
Entre 14 e 15 de abril, Xi Jinping visitará o Vietname, um dos países, juntamente com a China, mais afetados pelas tarifas “recíprocas” anunciadas por Trump na semana passada. Entre 15 e 18 de abril, Xi deslocar-se-á à Malásia e ao Camboja, detalhou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.
Na semana passada, Trump anunciou tarifas de mais de 40% sobre países como o Vietname, Laos, Myanmar e Camboja, e fixou em 32% as tarifas sobre a Indonésia, a maior economia da região.
A imposição de pesadas taxas alfandegárias pelos Estados Unidos sobre bens oriundos das nações do Sudeste Asiático ameaça penalizar ainda mais a China.
Em causa está o 'comércio triangular', no qual os produtos são exportados quase concluídos da China para aqueles países, onde é acrescentado um componente ou acabamento, visando alterar o local de fabrico.
Esta estratégia serviu para os exportadores chineses contornarem as taxas impostas por Trump sobre centenas de milhares de milhões de dólares de importações oriundas da China, durante o primeiro mandato do republicano (2017–2021).
Vietname, Tailândia e Camboja representaram, no ano passado, 6% do total das importações dos EUA, em comparação com 3,5%, antes do primeiro mandato de Trump, segundo dados analisados pela Gavekal Dragonomics, unidade de investigação focada na economia chinesa.
Durante o mesmo período, as exportações da China para esses países aumentaram acentuadamente. O aumento das importações dos EUA e o aumento das exportações chinesas verificaram-se nas mesmas categorias de bens, em grande parte maquinaria e eletrónica, destacou a unidade de investigação.
A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) manifestou na quinta-feira o desejo de “encetar um diálogo construtivo” com os Estados Unidos.
Lusa
As bolsas de Xangai e Shenzhen registaram hoje perdas de 0,13% e 0,75%, respetivamente, na sessão de abertura, depois de a Casa Branca ter confirmado que a tarifa total sobre as importações chinesas é de 145%.
Nos últimos dias, o Presidente norte-americano, Donald Trump, aumentou sucessivamente as taxas alfandegárias sobre bens oriundos da China, para 145%, apesar de ter anunciado uma trégua de 90 dias para o resto do mundo, face ao colapso do mercado bolsista.
Pequim reagiu com tarifas no mesmo valor sobre bens oriundos dos Estados Unidos.
Na segunda-feira, Xangai e Shenzhen caíram 7,34% e 9,66%, respetivamente, mas foram recuperando parcialmente ao longo da semana, face ao apoio ao mercado anunciado pelos investidores estatais chineses e aos planos de recompra de ações empreendidos pelas grandes empresas cotadas chinesas, com o objetivo de estabilizar as bolsas.
A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo escalou rapidamente, numa altura de grande volatilidade nos mercados.
A China insiste que não quer uma guerra comercial, mas que “não tem medo de a enfrentar se necessário”.
Lusa
Mercados na Ásia Pacífico abriram hoje em queda, após novas tensões tarifárias entre as maiores economias do mundo terem feito descer ações, obrigações e o dólar dos EUA, sublinhando um apetite frágil pelo risco a nível global.
Os índices do Japão, Austrália e Coreia do Sul recuaram depois de o S&P 500 ter caído 3,5% na quinta-feira, com a euforia do mercado a transformar-se em angústia depois de a Casa Branca ter esclarecido que as tarifas dos EUA sobre a China aumentaram para 145%.
O dólar alargou as suas perdas depois de ter sofrido o pior dia desde 2022. O franco suíço atingiu o nível mais alto em uma década, o iene fortaleceu-se e o ouro estabeleceu um novo recorde, mostrando seu apelo como refúgio de investimento. Os títulos do Tesouro dos EUA mantiveram a queda iniciada no início da semana.
Um dia apenas depois de os mercados financeiros aplaudirem a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de adiar alguns planos tarifários, a venda de ativos dos EUA esta quinta-feira sugere ceticismo em relação às conversações comerciais anunciadas agora pela Casa Branca, assim como relativamente à escalada das tensões entre Estados Unidos e China.
As ações chinesas subiram na quinta-feira devido às expectativas de que o Governo irá apresentar mais estímulos económicos. Os principais líderes da China deverão reunir-se em Pequim para discutir as medidas.
Em contrapartida, as ações de empresas chinesas cotadas nos Estados Unidos caíram devido a uma notícia de que a Administração Trump está a considerar a possibilidade de fechar as negociações às empresas públicas chinesas listadas nas bolsas americanas, citando fontes não identificadas.
As tensões comerciais também se refletiram no mercado cambial, com o dólar a descer e o iene a subir. No mercado obrigacionista, a taxa de rendibilidade das obrigações do Tesouro a 10 anos subiu quatro pontos de base, somando-se aos nove de quinta-feira, com os investidores a continuarem a vender os títulos de dívida. As “yields” da Austrália e da Nova Zelândia também abriram hoje a subir.
Os ganhos do iene empurraram hoje a moeda japonesa para cerca de 143 por dólar, um nível não visto desde outubro. Um indicador das moedas dos mercados emergentes subiu cerca de 0,6%, no ritmo do seu melhor dia desde agosto e o yuan offshore está a subir pelo terceiro dia.
Nas 'commodities', o petróleo caiu hoje ligeiramente, enquanto o ouro ampliou os ganhos. A bitcoin caiu ao início do dia para cerca de 79.600 dólares.
Lusa
Altos funcionários da União Europeia (UE) estão a planear uma visita à China para se reunirem com o Presidente chinês, Xi Jinping, avançou hoje um jornal de Hong Kong, numa altura de reconfiguração da ordem internacional.
A viagem terá lugar no final de julho, segundo o South China Morning Post, que citou cinco pessoas familiarizadas com o assunto.
A última cimeira entre as duas partes realizou-se na China, pelo que os representantes da UE estão a quebrar o protocolo ao não alternar a deslocação com uma visita de altos funcionários chineses a Bruxelas.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente do Conselho Europeu, António Costa, terão concordado com a realização da cimeira em Pequim, segundo o SCMP.
China e União Europeia estão também a iniciar negociações sobre a decisão de Bruxelas de aumentar as taxas alfandegárias sobre veículos elétricos oriundos da China, de acordo com o jornal alemão Handelsblatt.
Os laços entre a Europa e a China foram fragilizados pela aproximação de Pequim a Moscovo, no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia.
Bruxelas criticou Pequim por ter apoiado Moscovo económica e diplomaticamente, embora a China tenha garantido repetidamente que pretende uma solução pacífica para o conflito.
Mas o regresso ao poder de Donald Trump, nos Estados Unidos, pode remodelar alinhamentos geopolíticos e parcerias económicas.
As posições antagónicas do líder norte-americano face à aliança transatlântica e a guerra comercial lançada contra o resto do mundo são vistas por analistas como suscetíveis de reaproximar Europa e China.
Durante uma conversa por telefone na terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, disse a Von der Leyen que a China tem as ferramentas políticas para “compensar totalmente” qualquer choque externo negativo e reiterou o seu otimismo quanto ao crescimento da segunda maior economia do mundo em 2025.
Lusa