Sucessor de Mário Centeno pode ser conhecido esta sexta-feira

Com o mandato a terminar – no dia 19 deste mês – e já em cima das férias, Luís Montenegro poderá anunciar esta sexta-feira, 18 de julho, o nome do sucessor de Mário Centeno, atual governador do Banco de Portugal. O ex-ministro das Finanças deverá, assim, fazer parte do não tão curto rol de governadores da instituição que, desde que esta foi criada, em 1846, não faz mais do que um madato - apesar de nas últimas décadas ter sido essa a tradição.

Segundo informações avançadas pelo Jornal de Negócios esta quinta-feira, 17 de julho, Luís Montenegro fará o anúncio da escolha do sucessor de Centeno após a reunião do Conselho de Ministros. Fora da corrida estarão dois nomes que tinham sido avançados nos últimos meses como sendo prováveis de ocupar a posição: Vítor Gaspar, atualmente no Fundo Monetário Internacional, e o economista Ricardo Reis, professor na London School of Economics. Escreve o Negócios que, ainda assim, o novo governador deverá vir de fora do país.

Tendo em conta o atraso na escolha do sucessor de Centeno – o facto de ter havido eleições em maio também não terá ajudado na celeridade do processo –, o governador deverá manter-se à frente da instituição pelo menos até setembro. Até lá, ainda representará o país em duas reuniões do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), em Frankfurt: a 23 e 24 de julho, onde será anunciada mais uma decisão de política monetária; e a 10 e 11 de setembro, quando serão reavaliadas as taxas de referência.

Recorde-se que Mário Centeno tem repetido a sua disponibilidade para se manter no cargo, deixando assim nas mãos do Executivo a responsabilidade sobre a decisão de o reconduzir. Ainda há pouco mais de um mês, durante a conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de Primavera, Centeno dizia que, não comentando o tema da recondução, estava comprometido com o seu atual mandato.

“Eu tenho um mandato para cumprir e que vou cumprir. Estarei sempre disponivel para o país, seja para o Governo, Portugal ou uma Universidade”, atirou.

Na mesma ocasião, no entanto, continuava a ser visível a subida de tensão entre o governador e o Governo, com algumas farpas atiradas a números e medidas apresentados recentemente pelos ministérios da Economia e Finanças do atual Executivo.