Conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2024 do Santander Portugal.
Conferência de imprensa de apresentação dos resultados de 2024 do Santander Portugal.Gerardo Santos

Santander tem quase 2500 pedidos de crédito à habitação ao abrigo da garantia pública no valor de 500 milhões

Santander ficou com a maior quota da garantia dada pelo Estado no crédito à habitação para jovens, num total de 269 milhões de euros. Valor já escriturado ao abrigo do programa atinge os 40 milhões.
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O banco Santander já recebeu quase 2500 pedidos de crédito à habitação para jovens até aos 35 anos de idade ao abrigo do programa de garantia pública, uma medida lançada pelo Governo para facilitar a compra de habitação pelos jovens, e que permite aos bancos financiarem a 100% o valor da casa.

"Temos praticamente 2500 pedidos já realizados para um total de crédito concedido de cerca de 500 milhões. Isto significa que em relação ao volume total que nós podemos conceder nos próximos dois anos, já temos cerca de 30% em pipeline", disse esta sexta-feira Miguel Belo de Carvalho, administrador do banco Santander, em conferência de imprensa.

Miguel Belo de Carvalho sublinhou que o Santander tem "cerca de 26% deste programa, 269 milhões, o que permite conceder um total de 1,7 mil milhões durante os próximos dois anos".

"Isto começou no mês de janeiro e já escriturámos 40 milhões de crédito de habitação a obrigo desta garantia. Pesou cerca de 10% da nossa produção de janeiro. Os pedidos com a garantia representam cerca de 20% do total de pedidos", adiantou ainda.

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"Em média, a idade dos jovens que contrataram connosco está à volta dos 29 anos, com maturidades médias dos contratos de cerca de 38 anos e meio, e temos uma taxa de aprovação que acho que é muito importante, de praticamente 90%", disse o administrador do Santander.

O banco revela também que o valor médio dos empréstimos com garantia pública é de "190 mil euros, perto dos 200 mil, superior à produção mais genérica". O spread médio e a taxa de esforço destes créditos estão "alinhados" com o crédito sem garantia.

O administrador fala numa grande adesão à garantia pública, considerando a medida um "sucesso". "Portanto, é um programa que acho que fez todo o sentido, do ponto de vista político, do ponto de vista de organização, e acho que o Santander está claramente a ter aqui uma boa liderança", sublinhou.

Miguel Belo de Carvalho considera contudo que "continua a haver um gap muito grande entre a produção de novas casas e a necessidade que o mercado tem. Tudo o que é produzido é automaticamente vendido".

Para o CEO do banco, Pedro Castro e Almeida, "o grande problema que temos em Portugal é um tema de oferta. O setor da construção, no ano passado, cresceu 0,8%, é muito baixo. Toda a redução de capacidade instalada que houve no setor da construção, que foi destruída entre 2009 e 2014, nunca mais se conseguiu realizar", apontou.

A isenção de IMT e do imposto do selo para os jovens é vista como positiva, mas "até podem dar incentivo na taxa de juro, mas o que tem que ser resolvido é do lado da oferta, não é do lado da procura", sublinhou Pedro Castro e Almeida.

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