Gastos nos supermercados estão a crescer
Gastos nos supermercados estão a crescerAntónio Pedro Santos/Lusa

Retalho emprega quase meio milhão de pessoas e continua a ganhar peso em Portugal

Relatório da Randstad lembra que o setor sofreu uma queda acentuada em 2020 (-6,8% de emprego) mas recuperou a partir de 2021.
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Num momento de forte procura sazonal, a Randstad Research publicou esta quinta-feira, 27, um diagnóstico do emprego no comércio a retalho em Portugal, que evidencia a relevância económica do setor e a sua recuperação pós‑pandemia.

O Comércio e Reparação de Veículos, que engloba o retalho, o comércio por grosso e a reparação de veículos, representou 14,8% do emprego total em 2024 — cerca de 767,2 mil postos. A componente de retalho (venda direta ao consumidor) é a dominante, correspondendo a 62,4% do emprego do setor e totalizando 479,8 mil profissionais no segundo trimestre de 2025, segundo dados da Eurostat, com um crescimento trimestral de 0,4%.

O relatório recorda que o retalho sofreu uma queda acentuada em 2020 (-6,8% de emprego) mas recuperou a partir de 2021. Em 2023 o setor contava com 123.900 empresas responsáveis por quase 480 mil empregos. Entre as atividades, os estabelecimentos não especializados — hipermercados, supermercados e grandes armazéns — são os maiores empregadores, com 161,6 mil trabalhadores.

A composição do emprego mostra uma forte presença feminina (60,5%) e uma predominância de profissionais qualificados e semiqualificados (67,3%), enquanto funções não qualificadas representam apenas 5,1% do total. O retalho apresenta ainda marcada sazonalidade, com picos de contratação no inverno — sobretudo na Black Friday e no Natal — e mínimos no verão.

Em termos salariais, o setor regista uma valorização sustentada: o salário médio mensal subiu de 1.028 euros em junho de 2015 para 1.539 euros em junho de 2025, um aumento de 50% em dez anos, sublinhando a maturidade e a importância económica do retalho na distribuição de bens e no estímulo ao consumo interno.

Sobre a procura de profissionais, a Randstad Portugal aponta um acréscimo da procura durante a peak season (Black Friday, Natal e períodos de promoções).

De acordo com Pedro Empis, Diretor de Soluções de Talento Operacional da Randstad Portugal, “o retalho conseguiu recuperar o seu dinamismo e voltar a afirmar‑se como um dos grandes motores do emprego em Portugal".

Atualmente, "emprega quase meio milhão de pessoas, sustentado por uma base maioritariamente feminina e composta por profissionais cada vez mais qualificados, o que reflete não apenas a importância social do setor, mas também a sua evolução estrutural”, sublinha Pedro Empis.

A Randstad assinala ainda que a procura de talento aumentou este ano, com reforços particularmente notórios no retalho, na indústria alimentar e na logística, registando subidas na contratação temporária entre 10% e 30% face a 2024.

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