A Fercopor, promotora de luxo detida pela família Ferreira da Costa, já iniciou o projeto residencial junto ao Parque Eduardo VII, um investimento de 25 milhões de euros que marca a sua entrada no mercado de Lisboa. O empreendimento, que tem a assinatura do arquiteto Aires Mateus, será também a estreia da empresa no segmento das branded residences (em português, residências de marca). A insígnia ainda está em estudo, mas o conceito é para estender a outras localizações que a Fercopor está a trabalhar, avança Mário Almeida, administrador da empresa. O edifício será constituído por 16 apartamentos e os residentes terão acesso a comodidades como piscina, spa, ginásio, sala de cinema, recepção, lavandaria, concierge, entre outras. “São serviços habituais neste conceito de habitação, focado no alto luxo”, diz Mário Almeida. Nestes projetos, o comprador “não procura só a qualidade da habitação e localização, valoriza o elevado serviço”, sublinha. A obra, que está atualmente na fase de contenção, tem um prazo de conclusão de 30 meses. Neste investimento, o gestor admite que os estrangeiros serão os principais clientes, embora conte com a adesão dos nacionais. O lançamento comercial ainda não tem data.Mas é na fase de planta e de construção que a Fercopor vende a quase totalidade das casas que promove, e essencialmente a portugueses. “Produto acabado quase não vendemos”, garante Mário Almeida. Exemplo disso é o Foliage, na zona da Foz, no Porto. A obra só arranca em outubro e já foram vendidos 21 dos 28 apartamentos que constituem o projeto, 90% a portugueses. “Foi um sucesso”, reconhece. “É o reconhecimento da Fercopor no mercado”, a que se junta um produto “bastante exclusivo, com tipologias com boas áreas e numa rua emblemática”. O desenho é do arquiteto José Carlos Cruz. O preço médio ronda os 8800 euros/m2. Com valores semelhantes, será lançado no final do verão o condomínio fechado Raiz, a construir junto ao Parque da Cidade, no Porto. Serão 58 apartamentos, entre T1 e T4, com ginásio, piscina (haverá casas com piscina privada), jardins interiores e outras amenities. Segundo Mário Almeida, a Fercopor irá investir neste projeto 40 milhões de euros. Entretanto, a empresa já adquiriu outros terrenos nas proximidades para desenvolver empreendimentos residenciais no que Mário Almeida apelida de “triângulo dourado” - o território que envolve as zonas da Boavista-Foz-Aldoar. Serão produtos de “alta qualidade”, com a empresa a privilegiar arquitectos de renome que agregam valor acrescentado.Como lembra o gestor, a Fercopor tem em Vila do Conde (concelho de onde é natural a família proprietária, que nos anos 60 emigrou para o Brasil) e no Porto o seu berço. Nestas cidades, deu os primeiros passos no desenvolvimento de edifícios de habitação para um segmento médio-alto e alto. Mas, sem deixar cair essa aposta, foi ocupando espaço no território nacional. Em Vilamoura, Algarve, tem atualmente dois projetos em execução e comercialização. O Serenity, empreendimento de 53 apartamentos e que implicou um investimento de 41 milhões de euros, estará concluído no final de 2026. Já a construção dos 62 apartamentos do Lumare, orçada em 48 milhões de euros, está prevista terminar no segundo trimestre de 2027. Ambos registam bons níveis de vendas, com foco nos compradores nacionais, diz o responsável.E enquanto decorrem estas obras e avançam os projetos para os novos terrenos, a Fercopor está à procura de mais oportunidades no Algarve, em Lisboa e Cascais, sem descurar o Porto e Vila do Conde. Aliás, nesta última cidade, está prestes a arrancar o VC Forte, um investimento de 38 milhões de euros. Como frisa Mário Almeida, o foco será sempre o mercado de luxo. “O momento exige especialização e é neste segmento que temos conseguido crescer”, sublinha. No ano passado, a empresa atingiu o marco histórico dos 100 milhões de euros de faturação. .Ícones mundiais da moda de luxo estreiam-se no imobiliário em Portugal .Promotora de luxo quer construir para a classe média, mas só consegue com redução do IVA para 6%