Portugueses viajaram mais cá dentro, mas fugiram da Madeira e de Lisboa
A Páscoa trouxe novos recordes ao turismo e encheu hotéis e Alojamentos Locais de norte a sul do país. Apesar de os estrangeiros terem sido os principais responsáveis pelas estadas em território nacional - 4,1 milhões de dormidas (+13,8%) em março, os portugueses também aproveitaram este período para fazer as malas e ir para fora cá dentro. No terceiro mês do ano, os alojamentos turísticos receberam 2,3 milhões de hóspedes (+12,8%) que foram responsáveis por 5,7 milhões de dormidas (+12,2%), divulgou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE).
As dormidas do mercado nacional cresceram 10,3%, face a março de 2023, totalizando 1,6 milhões. Numa análise ao mapa nacional, todas as regiões receberam mais turistas portugueses à exceção da Madeira e da Grande Lisboa. Olhando para as ilhas, a Madeira registou perto de 100 mil dormidas do mercado interno no 3.º mês do ano, um decréscimo de 12,9% face ao ano anterior. O gabinete de estatística ressalva que “os resultados foram influenciados pelo efeito de calendário do período de férias associado à Páscoa, que este ano se repartiu entre março e abril, enquanto no ano anterior se concentrou apenas em abril”. Ou seja, mesmo com este feriado em março como bónus, as duas regiões perderam quota de dormidas de turistas nacionais.
Na capital o cenário foi idêntico, embora menos expressivo. Os alojamentos turísticos de Lisboa registaram 284 mil dormidas, o que se traduz num decréscimo de 2,4%. Ainda assim, Lisboa foi a segunda região do país com maior número de dormidas de portugueses, sendo ultrapassada apenas pelo Norte, com 368 mil dormidas. O maior crescimento verificou-se, contudo, na Região Oeste e Vale do Tejo que totalizou 115 mil dormidas de residentes o que representa um crescimento de 23%. Seguiram-se o o Centro (+22,6%), o Alentejo (+22,5%) e o Algarve (+21,2%).
Também o indicador da estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico apresentou uma performance positiva de 2,48 noites, um avanço de 0,5% (-0,7% em fevereiro). “Este indicador registou os maiores crescimentos na RA Açores (+6,5%) e no Oeste e Vale do Tejo (+3,5%)”, aponta o gabinete, adiantando que os “valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,51 noites) e no Algarve (3,74 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,68 noites) e no Alentejo (1,76 noites)”.
Americanos e canadianos continuam a crescer
Apesar da boa performance do mercado interno, são os estrangeiros os grandes responsáveis pelos números recorde do turismo do país. Em março, ingleses, alemães e espanhóis foram os principais protagonistas das dormidas realizadas em terras lusas. Mas do outro lado do Atlântico continuam a chegar aviões cheios. “No grupo dos 10 principais mercados emissores, destacaram-se ainda os mercados irlandês, canadiano e norte-americano (quotas de 2,9%, 3,9% e 8,9%, respetivamente) pelos crescimentos mais significativos, +30,7%, +27,5% e +23,9%, pela mesma ordem, face ao mesmo mês do ano anterior”, adianta o INE.
No acumulado dos primeiros três meses do ano, entre janeiro e março, os alojamentos turísticos do país somaram 13 milhões de dormidas e receberam 5,6 milhões de hóspedes (3,2 milhões dos quais estrangeiros, e 2,4 milhões portugueses), representando crescimentos de 7,7% e 7,1%, respetivamente.
As dormidas de estrangeiros aumentaram 8,7% para os 9,3 milhões, o que representa 71,5% do total de dormidas nesse período. Já as dormidas de residentes chegaram aos 2,4 milhões (+3,9%).