Foto: Paulo Spranger/Global Media
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Património financeiro global das famílias chega a 260 biliões de euros em 2024

Estima-se que esse valor atinja 340 biliões de euros até 2029, segundo um relatório da Oliver Wyman & Morgan Stanley sobre gestão de ativos e património.
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O património financeiro global das famílias alcançou 301 biliões de dólares (260 biliões de euros) em 2024, representando um aumento de 7% em relação a 2023 e uma previsão de crescimento de 8% para o próximo ano. Estima-se que esse valor atinja 393 biliões de dólares (340 biliões de euros) até 2029, com uma taxa de crescimento anual composta de 5,5%, revela o mais recente relatório global sobre gestão de ativos e património da Oliver Wyman & Morgan Stanley.

O património dos clientes UHNWI, definido como aqueles com um património líquido superior a 25 milhões de euros, deverá crescer a uma taxa de 8,1% ao ano. Já os indivíduos de alto património (HNWI), aqueles cujo valor líquido é de pelo menos 800 mil euros, deverão experimentar um crescimento de 6,6% ao ano até 2029, contribuindo para um aumento desproporcional no setor.

Os centros offshore gerem atualmente 14 biliões de dólares (12 biliões de euros), com fluxos transfronteiriços a crescer cerca de 10% anualmente. Prevê-se que a Suíça, Hong Kong e Singapura absorvam aproximadamente dois terços das novas entradas de capital até 2029. Além disso, novos paraísos fiscais estão a surgir, como os Estados Unidos, atraindo capital da América Latina, e os Emirados Árabes Unidos, expandindo-se para além do Médio Oriente.

Gestão de ativos em alta

Os ativos sob gestão global ultrapassaram os 135 biliões de dólares (116 biliões de euros), com 80% deste crescimento atribuído a efeitos de mercado. Notavelmente, pela primeira vez, os fundos passivos superaram os fundos ativos em termos de ativos sob gestão.

Embora os ativos privados tenham estagnado no último ano, as previsões indicam um retorno ao crescimento robusto, especialmente devido à penetração no mercado retalhista. Em 2029, espera-se que os ativos privados representem 44% das receitas do setor.

Os ativos geridos para clientes retalhistas superam agora os de instituições, e prevê-se que continuem a crescer a uma taxa duas vezes superior. No entanto, o acesso aos clientes retalhistas está a tornar-se cada vez mais institucional, com mais de 64% dos ativos retalhistas detidos através de soluções personalizadas, como carteiras modelo e fundos de fundos.

Mudanças no setor de gestão de ativos

Nos próximos cinco anos, espera-se uma redução de 20% no número de gestores de património e de ativos, estimando-se entre 250 a 350 transações anuais até 2029. A gestão de ativos torna-se uma questão de escala, com fusões a desempenharem um papel fundamental. Os gestores de médio porte, com ativos entre 432 mil milhões e 1,7 biliões de euros, enfrentam maiores desafios, apresentando margens operacionais de cerca de 26%, inferiores aos gestores maiores (44%) e menores (36%).

A consolidação no setor resultará em uma redução significativa no número de clientes, com uma queda estimada de 30% a 40%. Desde 2023, o número de novos gestores de produtos cotados caiu drasticamente, passando de uma média anual de 145 para menos de 10.

Apesar das dificuldades históricas em alcançar melhorias na relação custos-receitas através de fusões, uma nova abordagem em fusões e aquisições pode gerar valor significativo no setor.

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