Numa reviravolta digna de um argumento de Hollywood, a Apple demonstrou que os seus críticos mais ferozes podem estar a olhar para os indicadores errados. Após uma “sangria” imediata em bolsa que lhe custou cerca de 142,1 mil milhões de euros em valor de mercado, como o DN/DV noticiou na semana passada, ocorrida após a apresentação da linha iPhone 17, a empresa de Cupertino não só recuperou totalmente as perdas como viu as suas ações atingirem um novo máximo histórico esta semana, tendo conseguido uma subida de mais de 9% desde o valor mínimo atingido há duas semanas.A questão que se levantava no rescaldo do evento era se os novos produtos seriam “assim tão maus” ou se as novidades “incrementais” seriam suficientes para o consumidor. A resposta, ao que parece, é um sim retumbante a favor da segunda opção. A reação inicial de Wall Street, focada na ausência de uma inovação disruptiva e num menor protagonismo da Inteligência Artificial, ignorou a variável mais importante na equação da Apple: a sua base de clientes fiéis.Os primeiros relatórios de pré-vendas, especialmente para os modelos iPhone 17 Pro Max, com o seu zoom ótico de 8x e ecrã mais brilhante, e para o iPhone 17 “base”, com o seu ecrã ProMotion de 120Hz, excederam as expectativas. Mesmo o controverso iPhone Air, o mais fino de sempre, mas com uma bateria de menor capacidade, parece ter encontrado o seu nicho de mercado. Encomendas e pré-reservas acima das expetativas em especial na China e na Índia superaram as previsões mais otimistas. Só na China, as pré-reservas para a série iPhone 17 na plataforma de comércio eletrónico JD.com ultrapassaram, em apenas um minuto, o total de vendas do primeiro dia do iPhone 16, segundo publicações especializadas.Este sucesso valida a criticada estratégia da gestão de Tim Cook, mais focada na otimização e na solidez do ecossistema do que em saltos tecnológicos arriscados. E o mercado acabou por se render à evidência: se as vendas do “grande cavalo de batalha” da marca se mantêm elevadas, então a bolsa estava errada e os investidores regressaram naturalmente. A Apple provou, uma vez mais, que quem manda no seu destino não são os analistas, mas sim os milhões de consumidores que, ano após ano, continuam a comprar os seus produtos.