Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, solicitou auditoria ao negócio da nova sede do Banco de Portugal
Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, solicitou auditoria ao negócio da nova sede do Banco de PortugalEPA/OLIVIER HOSLET

Ministério das Finanças ordena auditoria à nova sede do Banco de Portugal após polémica sobre custos

O Governo vai pedir uma auditoria à Inspeção Geral de Finanças (IGF) sobre o processo de obras do novo edifício do Banco de Portugal, anunciou o Ministério das Finanças
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O Ministério das Finanças anunciou esta terça-feira, 22 de julho, que irá solicitar uma auditoria à nova sede do Banco de Portugal, a cargo da Inspeção Geral de Finanças (IGF), na sequência das notícias divulgadas sobre o custo real e as condições da operação. Em comunicado, a tutela justifica a medida com a necessidade de proteger a instituição e garantir o respeito pela sua independência.

O anúncio surge após o jornal Observador ter revelado que o investimento anunciado de 192 milhões de euros corresponde apenas ao valor das obras estruturais. Segundo o mesmo órgão, o custo total do projeto poderá ultrapassar os 235 milhões de euros, devido aos acabamentos e equipamento interior — os chamados fit outs — cujo valor poderá variar entre os 43 e os 87 milhões de euros, dependendo da estimativa usada.

A operação, liderada pela equipa de Mário Centeno no Banco de Portugal, envolve a aquisição de um edifício em Entrecampos, Lisboa, através de um contrato-promessa assinado com a Fidelidade, promotora e proprietária dos terrenos. A conclusão do negócio está prevista apenas para o final de 2027.

Além da escalada de custos, o Observador relatou ainda alertas dos consultores técnicos e jurídicos do Banco sobre riscos no processo, incluindo dúvidas quanto à conclusão do licenciamento, a necessidade de avaliação de impacto ambiental do parque de estacionamento e possíveis alterações ao uso previsto do imóvel (de comércio para serviços).

Em resposta, o Banco de Portugal garantiu à agência Lusa que tem cumprido todos os normativos legais e regulamentares aplicáveis, e que o contrato celebrado salvaguarda os seus interesses face às contingências do processo. A instituição sublinhou ainda que o preço da aquisição seguiu a avaliação pericial mais baixa obtida e que a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações legais na construção cabe ao promotor.

A auditoria agora anunciada pelo Ministério das Finanças visa esclarecer os contornos do negócio, numa altura em que termina o mandato de Mário Centeno como governador do banco central, ainda sem nomeação de sucessor por parte do Governo, o que deve acontecer na próxima quinta-feira, 24 de julho.

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