Miguel Maya: "Não tememos incumprimento na garantia pública à habitação. Os jovens são gente séria"
FOTO: Gerardo Santos

Miguel Maya: "Não tememos incumprimento na garantia pública à habitação. Os jovens são gente séria"

BCP já utilizou 30% da garantia pública. Presidente diz estar "tranquilo", não antecipando um custo para o Estado. Apesar de elogiar medida, alerta que não resolve "o problema sério da habitação".
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O BCP já atribuiu uma fatia de 30% da quota referente à garantia pública para a habitação, que totaliza, no caso da instituição, 185 milhões de euros, revelou esta quarta-feira, 30, o presidente executivo, Miguel Maya, durante a conferência da apresentação dos resultados financeiros do primeiro semestre.

O gestor detalhou que os jovens até aos 35 anos representam cerca de 60% do total de pedidos de crédito ao banco para a compra da primeira habitação, sendo que os empréstimos realizados ao abrigo da medida pesam entre "20% a 30%" do crédito global concedido.


"A garantia pública tem desempenhado um papel que consideramos francamente positivo. A expetativa é a de que para o Estado não venha a ter um custo significativo. Não antevemos um grau de incumprimento superior ao crédito que não tem a garantia do Estado", referiu o gestor.

O presidente do BCP assegurou estar "muito tranquilo", indicando que "a maioria das situações de incumprimento dos créditos se devem a situações de divórcio, de doença e de desemprego" e que estes jovens "não têm mais propensão para isto [do que os restantes mutuários]".

"Estes jovens são gente séria, empreendedora e gente que quer ser dona do seu próprio futuro. Às vezes enganamo-nos num ou noutro, mas não estou preocupado", reiterou.

Sobre o perfil, indicou que "há de tudo": licenciados e não licenciados "um padrão muito próximo da população que reside em Portugal". "E são, essencialmente, jovens que não têm o pai ou a mãe para lhes emprestarem os 10% da entrada para comprar uma casa", apontou.

Miguel Maya elogiou a medida, mas alertou que não é através dela que a crise habitacional no país será amenizada. "Não é a garantia pública que resolve o problema da habitação em Portugal. Permite ao jovens comprarem casa, é um ciclo virtuoso que existe quando as pessoas têm essa possibilidade. É um contributo positivo, mas não podemos confundir com o problema da habitação que é sério e que não se resolve com soluções simples", rematou.

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