O Millennium BCP registou um resultado líquido consolidado de 502,3 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa um aumento de 3,5% face ao mesmo período do exercício anterior (485,3 milhões de euros), informou o maior banco privado português esta quarta-feira, 30, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O mercado português foi o principal responsável pelos números, com um resultado líquido a ascender aos 424 milhões de euros, o que se traduz num crescimento de 3,2% comparativamente com os seis primeiros meses de 2024, detalha a instituição em comunicado.O presidente do BCP, Miguel Maya, destacou que os primeiros seis meses do ano ficaram muito "marcados pela incerteza e pela volatilidade", referindo-se à situação macroeconómica e geopolítica pautada pela guerra comercial e pelos conflitos armados na Ucrânia e no Médio Oriente "o que não é muito positivo para a economia", sublinhou durante a conferência de imprensa de apresentação dos resultados, realizada no Taguspark, em Oeiras.A operação na Polónia também foi positiva, com o Bank Millennium, detido em 50,1% pelo BCP, a registar lucros de 121,1 milhões de euros - uma subida de 43%, apesar dos condicionamentos dos encargos relacionados com a carteira tóxica de crédito em francos suíços.O indicadores financeiros expressos no relatório indicam que o produto bancário, que resulta da soma das comissões, margem financeira ou ganhos em operações financeiras, subiu 5,6% para 1,8 mil milhões de euros.A margem financeira - diferença entre os valores que os bancos cobram em juros e o que pagam pelos empréstimos - registou um aumento homólogo de 3,3% para 1,44 mil milhões de euros. Por outro lado, na operação em Portugal, recuou 2,2% para os 658,8 milhões de euros. As comissões líquidas da atividade consolidada subiram 4% para 413,8 milhões de euros, sendo que na operação doméstica totalizaram 307,1 milhões de euros, um acréscimo de 6,7%.O balanço evidencia que entre janeiro e junho foi superado mais um recorde com 106,2 mil milhões de euros em recursos aplicados por clientes, que englobam os depósitos (+5,5%). Já a carteira de crédito aumentou 3,4% para 60,3 mil milhões de euros, com Portugal a atingir os 41,5 mil milhões de euros numa evolução de 4,6%.A base de clientes superou a fasquia dos 7 milhões, com destaque para um crescimento de 9% dos clientes mobile que representam 73% da base de clientes.No capítulo da despesa, os custos operacionais apresentaram uma subida de 10,5% para 683,5 milhões de euros à boleia de um agravamento na rubrica dos custos administrativos e nos gastos com pessoal.O peso dos custos nos proveitos (cost-to-income) fixou-se em 37%, acima dos 35% registados no primeiro semestre de 2024. Em Portugal, este indicador também agravou para os 35% face aos 32% do exercício homólogo. O BCP indica ainda que a rentabilidade dos capitais próprios (ROE, na sigla em inglês), que mede a capacidade do banco gerar retorno para os acionistas, se fixou em 14,3%, abaixo dos 15,4% verificados no primeiro semestre do ano passado.Nos fundos próprios, o rácio de capital mais exigente (CET1) manteve-se nos 16,2% e o rácio de capital total caiu para 20,2% (20,6% há um ano)..Currículo de Álvaro Santos Pereira "é sólido e fala por si".Questionado sobre a nomeação de Álvaro Santos Pereira para o cargo de Governador do Banco de Portugal, na passada semana, o presidente do BCP afirmou que o currículo do sucessor de Centeno "fala por si"."Nem eu nem nenhum dos meus colegas nos pronunciamos sobre os governadores, não nos compete. É um currículo que fala por si e não carece de considerações, é solido", apontou. .Miguel Maya: "Não tememos incumprimento na garantia pública à habitação. Os jovens são gente séria" .CGD regista lucro de 893 milhões entre janeiro e junho