Metsola do Parlamento Europeu responde a Trump: "Não estamos a tentar lixar ninguém"
"Penso que deveríamos estar a falar de acordos comerciais e não de tarifas aduaneiras, de união e não o contrário. Não estamos a tentar lixar ninguém", disse, num registo informal, a presidente do Parlamento Europeu (PE) numa conferência na Universidade de Johns Hopkins que decorreu em Washington esta quinta-feira de manhã (hora da Costa Leste dos EUA).
Roberta Metsola, do PE, respondeu num registo equivalente ao mesmo linguajar de Donald Trump na véspera, à noite, que voltou a atacar a Europa, referindo que "a União Europeia [UE] foi criada para lixar os Estados Unidos".
Ato contínuo, o Presidente dos Estados Unidos assumiu que a intenção agora é impor, "em termos gerais", tarifas de 25% às importações procedentes da UE, nomeando especificamente "automóveis e outros produtos". Não disse quais, mas disse que a decisão será revelada "brevemente".
Metsola fez coro com Donald Tusk, o presidente rotativo (semestral) do Conselho da UE e primeiro-ministro da Polónia, que horas antes, na sua conta no Twitter (hoje X), disse, numa intervenção na prestigiada universidade norte-americana, que "a União Europeia não foi criada para lixar ninguém".
Para a representante máxima do PE, voltar a falar em união e boas relações com os EUA e "não lixar ninguém" é "uma atitude vantajosa para todos e será sempre a nossa abordagem preferida".
Mas, "claro que, ao mesmo tempo, estamos prontos para tudo", acrescentou a política maltesa. Isto é, como já disseram praticamente todos os líderes europeus, se Trump avançar com tarifas brutais e não negociadas, receberá uma resposta em igual medida.
A presidente do Parlamento Europeu não esqueceu o ambiente crescentemente beligerante e de guerra, apelando ao aumento das despesas com a defesa.
"Vamos investir o nosso dinheiro onde a nossa boca está. Sabemos que o nosso compromisso tem de corresponder ao nível de ameaça que enfrentamos e essa ameaça é muito elevada", declarou a alta responsável do Parlamento.
Disse ainda que "a paz é a essência da União Europeia", sublinhando que "precisamos de ser honestos connosco próprios: a paz sem liberdade, a paz sem dignidade, a paz sem justiça, a paz que não se baseia no princípio de tudo sobre a Ucrânia sem a Ucrânia, não é uma paz verdadeira", afirmou.