Metade dos compradores que escolheram a Portugal Sotheby’s International Realty para adquirir uma casa no primeiro semestre deste ano são estrangeiros. Os norte-americanos lideram o ranking dos investidores, seguidos dos britânicos e brasileiros, diz Miguel Poisson, CEO da marca imobiliária no país. Na sua opinião, são “atraídos por uma conjugação única de valor, segurança e potencial retorno dos ativos imobiliários”. Os preços, que escalaram 16,3% no início do ano, não estão a travar a procura. Segundo Miguel Poisson, nos primeiros seis meses deste ano, a operação da Sotheby's em Portugal registou um crescimento de 34% em transações e de 40% em faturação. São números que demonstram “a resiliência deste mercado”, a que se somam “condições financeiras competitivas e taxas de juro historicamente baixas”, considera. A habitação de luxo “continua a revelar uma procura muito sólida”, frisa, mas a oferta mantém-se limitada e “esta escassez explica, em grande parte, a valorização” dos ativos. A falta de imóveis no mercado tem conduzido os investidores a adquirir casas já existentes, sobretudo em localizações como Cascais, Lisboa, Porto, Madeira e Algarve. Nesta primeira metade do ano, o escritório da Sotheby’s na Madeira “está a ter um desempenho muito forte”. A mediadora tem registado vários negócios “com imóveis acima dos três milhões de euros”. Em Machico, foi responsável pela venda de um prédio por 4,5 milhões de euros a investidores espanhóis, que pretendem transformar o edifício numa unidade hoteleira.Esta transação destacou-se na atividade semestral da Sotheby's, que ainda protagonizou a venda de um apartamento T5, em Lisboa, por oito milhões de euros a uma compradora brasileira, para segunda habitação. Para Miguel Poisson, “a tendência está na procura por imóveis únicos, com características distintivas, entre as quais localização premium, vista desafogada, arquitetura com assinatura, construção sustentável, integração com a natureza, e acabamentos de excelência”. Segundo diz, o conceito de luxo “está a evoluir de forma clara para uma lógica mais sensorial, mais ética e mais inteligente”. Mas a maior transação que mediou foi a venda de um prédio de 12 milhões de euros em Lisboa a investidores portugueses. Aliás, os clientes lusos “têm representado, de forma consistente, cerca de 50% do nosso negócio”, sublinha o responsável. As moradias, com destaque para as tipologias T3 e T4, em condomínios privados ou zonas residenciais com boa qualidade de vida, são opções que atraem as famílias portuguesas, mas também estrangeiros que procuram uma segunda residência ou mudança definitiva para Portugal. Nos apartamentos, os T1, T2 e T3 continuam a ser os mais vendidos. Segundo Miguel Poisson, são o reflexo de “uma procura consistente por imóveis funcionais, quer para residência permanente, quer para investimento, sobretudo em zonas urbanas ou com forte atratividade turística”. Os T1 e T2 “são especialmente valorizados por investidores nacionais e internacionais que procuram rentabilidade através do arrendamento de curta ou longa duração”, revela. A Sotheby’s tem atualmente dez escritórios no país, localizados em Cascais, Estoril, Oeiras, Lisboa (Amoreiras e Parque das Nações), Madeira, Porto (Boavista e Baixa), Carvoeiro e Vilamoura. A marca emprega cerca de 300 pessoas, sendo que Miguel Poisson quer continuar a reforçar a equipa. Na sua opinião, a Sotheby's distingue-se da concorrência pelo “alcance global, reputação e experiência especializada”. Com mais de 280 anos de experiência no segmento de luxo e uma rede presente em mais de 80 países, o responsável afirma que garante aos imóveis portugueses uma grande visibilidade internacional. Os ativos são ainda divulgados em portais como o Financial Times ou o Mansion Global. O Instituto Nacional de Estatística ainda não divulgou os dados do mercado imobiliário do segundo trimestre de 2025, mas as informações relativas aos três primeiros meses dão conta de uma quebra homóloga de 8,3% nas vendas a investidores de países fora da União Europeia (UE), a quinta consecutiva, que se poderá justificar pelo fim dos vistos gold. O mesmo não sucedeu com os residentes na UE, cujas aquisições cresceram 12%. .Ícones mundiais da moda de luxo estreiam-se no imobiliário em Portugal .Ensino Superior. Só 13% das camas previstas no plano nacional de alojamento estão concluídas