Nuno Pontes e João Rodrigues são o rosto do grupo.
Nuno Pontes e João Rodrigues são o rosto do grupo.Direitos Reservados

Meio milhão de francesinhas depois, Camada chega aos ‘shoppings’

Grupo, que já tem em plena operação 13 casas no país, prepara agora a estreia no Amoreiras Shopping. E está a trabalhar mais aberturas. Internacionalizar para os EUA é o último sonho.
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O grupo Camada Francesinhas prepara-se para inaugurar em abril um espaço no Amoreiras Shopping Center, em Lisboa, estreando o conceito de restauração desenhado por João Rodrigues e Nuno Pontes em centros comerciais. Em perspetiva, está a abertura no Alvalade Shopping e no Saldanha Residence, também na capital, bem como no Campus S. João, no Porto.

Com 13 casas em operação, esta entrada nos centros comerciais é mais um passo para a consolidação da marca que, no ano passado, serviu cerca de meio milhão de francesinhas. Como anteveem os dois jovens empreendedores, esta aposta “vai dar outra notoriedade” ao grupo. E potenciar o negócio, pois “há muita gente que consome em shoppings”.

A francesinha será em tudo igual à que se pode apreciar nas várias casas do Camadas de norte a sul de Portugal. O grupo tem um centro de logística e produção em Braga, onde prepara toda a matéria-prima que abastece os restaurantes. “Fazemos a compra de todos os produtos, cortamos os bifes de lombo - temos quatro talhantes -, fazemos o molho, a sangria, colocamos o azeite em vácuo... por questões de controlo de custos e harmonização do produto”, sublinha.

Recentemente os dois empreendedores escrituraram um terreno para instalar uma fábrica em Braga, cidade de onde são naturais. É um objetivo para 2026/27, cujo investimento rondará os 2,5 a 3 milhões de euros. Também estão a preparar uma unidade para o fabrico de sobremesas, que são feitas de modo artesanal e assim continuarão. Este projeto irá nascer no espaço do restaurante de Matosinhos, que tem uma área de 200 metros quadrados desocupada.

Desde que em junho de 2018 abriram a primeira casa, em Barcelos, já aplicaram no projeto cerca de quatro milhões de euros, revela João Rodrigues. E com pouco apoio da banca, sublinham os dois jovens. “O lucro é todo reinvestido no crescimento do grupo”, asseguram. Certo é que desde que deram o primeiro passo, depois de obterem experiência na matéria (e no molho) com a organização de festivais de francesinhas na região minhota e em Lisboa, não pararam de abrir unidades, com a exceção do ano 2000, quando o país e o mundo ficaram suspensos devido à pandemia de covid.

O ano passado foi o exercício em que abriram mais restaurantes: quatro. E, em 2025, além das aberturas nos shoppings, vão continuar a apostar nas lojas de rua. Ainda este mês, está prevista a inauguração de mais uma unidade em Braga. Irão duplicar a presença na Cidade dos Arcebispos, aposta que não é de estranhar, já que é a casa do grupo com mais sucesso. Em maio, a estreia será em Santo Tirso. Segundo João Rodrigues, o objetivo é fechar o ano com uma rede de 20 restaurantes.

E há outro sonho em que estes dois empreendedores estão a trabalhar: a internacionalização da marca. O alvo são os EUA. “É um produto que nos EUA vencia”, diz convicto Nuno Pontes.

O projeto está feito e até já foi apresentado. João Rodrigues admite que lá para 2026/27 se possa tornar uma realidade, embora a eleição de Donald Trump crie alguma incerteza. Os dois jovens empresários ainda não definiram se apostam no conceito de franchising no outro lado do Atlântico ou optam por um parceiro local. Certo é que gostavam de dar esse passo e acreditam que a francesinha tem espaço no universo da fast food americana.

No ano passado, o grupo Camada Francesinhas - a escolha do nome deve-se ao facto de a francesinha ser feita por camadas e também as sobremesas que integram a carta - faturou 8,7 milhões de euros, um crescimento de 74% face aos cinco milhões obtidos em 2023. De salientar que se verificou um aumento no número de lojas entre um exercício e outro. Para este ano, o objetivo é atingir os 12 milhões de vendas. Segundo afirmam, “desde o início que a operação é rentável”. O grupo emprega 180 pessoas.

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