Lucro do BPI cresce 12% para 588 milhões de euros em 2024. É o "maior resultado de sempre"
O resultado líquido do BPI cresceu 12%, para 588 milhões de euros, em 2024, anunciou esta quinta-feira o banco que é detido a 100% pelo espanhol CaixaBank.
É o "maior resultado de sempre", anunciou João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, em conferência de imprensa. "São resultados muito bons e que vieram muito do volume de negócios", disse o gestor, realçando que o banco está "muito mais capitalizado" face ao exercício anual anterior.
O resultado líquido do banco beneficiou do crescimento da atividade em Portugal, que contribuiu com 511 milhões de euros (+15%) para o lucro anual. Já a atividade em Angola, através do BFA, e em Moçambique, através do BCI, contribuíram com 39 e 38 milhões de euros, respetivamente, para o resultado líquido.
Na conferência de imprensa, João Pedro Oliveira e Costa explicou que a atividade do banco também ganhou com uma "evolução das taxas de juro mais lenta do que se previa". O gestor referiu, ainda, a reunião do Banco Central Europeu, esta quinta-feira, de onde sairão novidades sobre a evolução das taxas de juro - é esperado um novo corte.
A margem financeira, que representa a diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos, aumentou 3% para 979 milhões de euros, em 2024, enquanto as comissões bancárias cresceram 12% para 326,6 milhões de euros.
Segundo o CEO do banco, a margem financeira "apresentou um comportamento mais estável durante o ano de 2024 [face a 2023], mas com uma quebra no último trimestre de acordo com a evolução das taxas de juro".
O produto bancário totalizou 1 337 milhões de euros, mais 12% em termos homólogos.
Relativamente à concessão de crédito, o BPI anunciou ter uma carteira de crédito de 31,1 mil milhões de euros, o que representa um crescimento homólogo de 3%. Os empréstimos a particulares totalizaram 16,8 mil milhões de euros (+3%) e o crédito à habitação ascenderam a 15,2 mil milhões de euros (+5%).
O crédito a empresas atingiu 12 mil milhões de euros, mais 4%, enquanto os empréstimos ao setor público caíram 1%, para 2,3 mil milhões de euros.
Os depósitos cresceram 4%, para 30,5 mil milhões de euros.
De acordo com Oliveira e Costa, a exposição do banco a imparidades é mínima A informação enviada à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) indica que o rácio de exposição "mantém-se em mínimos históricos de 1,4% e a cobertura por imparidades e colaterais ascende a 151%".
O BPI chegou ao final de 2024 com uma rentabilidade de 18,2%.
Em 2024, saíram do banco perto de 200 trabalhadores. Segundo o CEO, a saída de pessoas através de reformas antecipadas e rescisões amigáveis custaram ao banco 65 milhões de euros, que contribuíram para o aumento de 5% dos custos de operação, para 555 milhões de euros.