Cláudia Azevedo, CEO do grupo Sonae.
Cláudia Azevedo, CEO do grupo Sonae.Leonel de Castro/Global Imagens

Lucro da Sonae cai 37,5% para 223 milhões de euros

Excluída a mais-valia de 168 milhões registada em 2023 com a venda da participação no ISGR, detentor da marca Sportzone, o resultado líquido atribuível aos acionistas cresceu 18% para 223 milhões
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O grupo Sonae fechou o ano de 2024 com um volume de negócios consolidado de 9947 milhões de euros, mais 18,4% do que em 2023. Já o resultado líquido atribuível aos acionistas foi de 223 milhões, 37,5% abaixo do período homólogo. No entanto, explica o grupo liderado por Cláudia Azevedo, que, se excluída a mais-valia de 168 milhões de euros obtidos em 2023 com a venda da participação na ISGR - Iberian Sports Retail Group, detentora da marca Sportzone, o resultado líquido teria aumentado 18%.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Cláudia Azevedo refere que “2024 foi um ano memorável para a Sonae e estou plenamente convencida de que temos todas as condições para alcançar ainda mais sucesso no futuro. Globalmente, todos os nossos negócios tiveram um desempenho excecional num contexto de elevada competitividade".

Como referido, a faturação consolidada atingiu quase 10 mil milhões de euros, "com reforço das posições de liderança no retalho e investimento na expansão orgânica dos negócios e em movimentos estratégicos no portefólio, nomeadamente as aquisições da Musti e da Druni", que operam no negócio de produtos para animais de estimação e na área da cosmética, respetivamente.

Diz o comunicado que o grupo "beneficiou do reforço das posições de liderança dos principais negócios de retalho e da crescente internacionalização dos negócios, potenciada pelo crescimento orgânico e pelo investimento em aquisições".

Assim, o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subjacente cresceu 26% para 908 milhões de euros, "com fortes melhorias na rentabilidade operacional dos negócios e uma contribuição sólida das empresas recentemente adquiridas". Especifica a Sonae que "os resultados pelo método de equivalência patrimonial beneficiaram de melhores resultados da NOS (+57% em termos homólogos) e Sierra (+10% em termos homólogos), refletindo os seus desempenhos robustos e crescimento sustentado".

Isto num ano em que o investimento consolidado do grupo atingiu o valor recorde de 1589 milhões de euros, "mais do que duplicando, face aos 665 milhões de 2023". O investimento operacional dos negócios foi de 467 milhões, um aumento de mais de 5% com a expansão e remodelação do parque de lojas e a digitalização dos negócios; já o investimento em aquisições ascendeu a 1121 milhões, com destaque para os investimentos na Musti e na Druni.

"Apesar deste investimento e do pagamento de dividendos de 154 milhões, a dívida líquida consolidada foi de 1,6 mil milhões de euros no final de 2024. A estrutura de capitais da Sonae manteve-se sólida, com níveis significativos de liquidez disponível e um perfil de maturidade confortável", pode ler-se no comunicado. A Sonae explica, ainda, que "86% das linhas de financiamento de longo prazo estão indexadas a desempenho Sustentável, “Green” ou ESG".

Quanto a dividendos, a proposta à Assembleia Geral de Acionistas prevê a distribuição de 5,921 cêntimos por ação, mais 5% do que o valor homólogo, "correspondendo a um dividend yield de 6,5% (com base no preço da ação no final de 2024) e a um payout ratio de 52% do resultado líquido consolidado atribuível ao grupo".

Por áreas de negócio, destaca o comunicado que, no retalho alimentar a MC "encerrou 2024 com posições de liderança reforçadas nos mercados onde opera: retalho alimentar em Portugal e saúde, beleza e bem-estar na Península Ibérica".

Num contexto operacional "altamente competitivo", o volume de negócios aumentou 15,3% em termos homólogos, atingindo 7,6 mil milhões de euros em 2024, "impulsionado por sólidos desempenhos tanto do segmento de retalho alimentar como do segmento de saúde, beleza e bem-estar, com um contributo relevante da Druni no segundo semestre de 2024".

E se no segmento alimentar a MC apresentou um "desempenho robusto de vendas, impulsionado por um sólido crescimento de volume em todos os formatos, num contexto de inflação baixa", com a inauguração de um número recorde de 25 novas lojas próprias durante o ano - das quais 24 lojas de proximidade Continente Bom Dia, avançando simultaneamente com "investimentos estratégicos em remodelações", com maior foco em formatos de loja maiores. No segmento de saúde, beleza e bem-estar apresentou um "crescimento de dois dígitos em todas as insígnias, impulsionado por fortes tendências favoráveis do mercado de beleza e pelo reforço da proposta de valor da MC nas diferentes categorias".

Numa base comparável (excluindo a contribuição da Druni), o volume de negócios de saúde, beleza e bem-estar cresceu 10% em termos homólogos, especifica a Sonae.

Quanto ao retalho de eletrónica, contribuiu com um volume de negócios de 1,4 mil milhões de euros, mais 7,6% em termos homólogos.

Já no retalho de produtos para animais, "a Musti reforçou a sua liderança no setor de cuidados para animais de estimação nos nórdicos e expandiu-se com sucesso para os países bálticos com a aquisição da Pet City nos últimos três meses de 2024". As vendas cresceram 5,6% para 122 milhões no trimestre, "beneficiando de ganhos de vendas no parque de lojas comparável, do desempenho sólido do canal online e do contributo da Pet City, após a sua aquisição em novembro".

No setor imobiliário, a Sierra fechou 2024 com um resultado líquido de 97 milhões de euros, um aumento de 9,8% em termos homólogos, "impulsionado pelo desempenho positivo do portefólio de centros comerciais europeus e pelos resultados mais elevados de vendas de imóveis".

Por fim, nas telecomunicações, a NOS apresentou "resultados excecionais", refere o comunicado, sublinhando ter sido alcançado um "crescimento recorde de vendas, rentabilidade e geração de cash flow", a par de uma expansão de quota de mercado. Destaca o comunicado que, "nas contas consolidadas da Sonae, os resultados pelo método de equivalência patrimonial da NOS atingiram 100 milhões em 2024, um aumento de 57% em termos homólogos".

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