Com a inflação e as taxas de juro em alta, há menos dinheiro para comprar roupa ou calçado.
Com a inflação e as taxas de juro em alta, há menos dinheiro para comprar roupa ou calçado.Artur Machado / Global Imagens

Insolvências aumentaram 8,2% em 2024. Têxteis e moda foram os setores mais afetados

As indústrias lideram a subida das falências, com especial destaque para os têxteis e moda, indica o barómetro empresarial da Informa D&B
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As insolvências em Portugal subiram pelo segundo ano consecutivo. De acordo com o barómetro empresarial da Informa D&B, o número de empresas insolventes cresceu 8,2% em 2024. No total, o ano passado houve 2.080 novos processos de insolvência, mais 157 do que em 2023. As indústrias foram as mais atingidas pelas dificuldades, em especial no segmento de têxteis e moda.

O barómetro, divulgado esta terça-feira, mostra ainda que, no ano passado, fecharam 12.818 empresas, abaixo de 2023. “Esta descida verifica-se apenas no segundo semestre do ano, já que no primeiro semestre os encerramentos aumentaram quase 5%, face ao registado no mesmo período do ano anterior”, destaca a Informa D&B. Os transportes foi o único setor a registar um aumento no número de fechos face a 2023: um crescimento de 2,9%, correspondente a mais 22 empresas encerradas.

Não admira por isso que, no que à criação de novas empresas diz respeito, seja precisamente o setor dos transportes, mais especificamente o transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros, que arrasta os números das novas empresas para terreno negativo.

Durante o ano de 2024 foram criadas, em Portugal, 50.705 novas empresas. Diz a Informa D&B que “este registo confirma o elevado empreendedorismo no período a seguir à pandemia e é o segundo mais alto de sempre, ficando 2,6% atrás (-1 367 constituições de empresas) do ano de 2023”.

O decréscimo na criação de novas empresas verifica-se em mais de metade dos setores de atividade, mas foi sobretudo marcada pela “queda muito significativa” no setor dos transportes, que regista um decréscimo de 22% correspondente a menos 1.324 constituições, e em especial no transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros que cai 28%, equivalente a menos 1.370 novas empresas criadas.

Mas há setores a crescer, com especial destaque para a construção: nasceram, no ano passado, 6.187 novas construtoras, mais 409 do que em 2023. É um aumento de 7,1%.

“Os distritos de Aveiro (+8,1%), Funchal (+13%) e Viana do Castelo (+19%) são aqueles onde o número de constituições de empresas mais aumentou face ao ano anterior. Pelo contrário, os grandes centros urbanos de Lisboa (-9,3%) e Porto (-2,5%), foram os que registaram a maior queda no número de constituições de empresas no ano, uma queda que está associada sobretudo do setor dos transportes”, destaca a Informa D&B.

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