Indústrias de defesa valem 1,6% do PIB, mais do que a Autoeuropa
"Os indicadores recentes mostram que as indústrias de defesa já representam mais de 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) e, por isso, mais do que o peso da Autoeuropa na economia que, em 2024, foi de 1,4%", disse esta segunda-feira Nuno Melo, ministro da Defesa, na sessão de encerramento da conferência Land Defence Industry Day, uma iniciativa do Exército português, que decorreu em V.N. de Gaia.
Na ocasião, Nuno Melo defendeu que "as indústrias de defesa podem ter um papel estratégico cada vez maior na mobilização das Forças Armadas e no fortalecimento da economia do país". Como recordou, as indústrias de defesa agregam cerca de 380 empresas, que garantem perto de 40 mil postos de trabalho. Assumem também "o dobro dos salários em comparação com a economia geral, investem muito mais em investigação e no desenvolvimento e mostram-se também mais produtivos", sublinhou.
Segundo Nuno Melo, o objetivo do governo em funções é o da criação de um ecossistema que promova a autonomia estratégica do Estado e potencie a economia nacional, promovendo a inovação e o desenvolvimento tecnológico. "Nós acreditamos que o setor privado da economia têm inúmeras oportunidades na defesa nacional", disse ainda.
O ministro relevou também que "uma equipa conjunta do Ministério da Defesa Nacional e do Ministério da Economia está a ver as regras da contratação pública", uma questão que "consideramos absolutamente fundamental". Para Nuno Melo, "as leis não podem dificultar de forma absurda o acesso das nossas empresas à contratação". E acrescentou: "O que acontece em Portugal estará , em vários casos, nas leis. Se as leis não servem, mudam-se as leis".
Segundo Nuno Melo, o objetivo é "criar uma verdadeira via verde para a contratação pública em Portugal, em que as coisas fluam, em que os processos sejam excelentes, em que a litigância seja reduzida, em que as empresas tenham oportunidades".