A Royal Caribbean, a segunda maior empresa de cruzeiros do mundo, a MSC, a terceira operadora mundial, e as portuguesas Mystic Cruises e Douro Azul vão estar presentes na Feira de Emprego e Carreiras Azuis, que decorre a 15 de outubro, em Lisboa, a recrutar profissionais das mais variadas competências para responder ao contínuo crescimento que a indústria está a registar. A Lisnave e o grupo de logística ETE vão também marcar lugar neste evento. São mais de mil oportunidades de emprego que serão apresentadas ao longo dia, revela Álvaro Sardinha, que promove, desde 2017 e duas vezes por ano, este certame. Segundo o responsável, o principal motor de recrutamento são as empresas de cruzeiros. E, nesta edição, a Royal Caribbean tem uma especial motivação. Em junho de 2026, o grupo norte-americano vai lançar ao oceano o maior navio cruzeiro do mundo. O Legend of the Seas vai ter capacidade para 7600 passageiros e irá empregar 2350 tripulantes. Em 2027, o grupo vai arrancar com uma operação fluvial na Europa, que foi totalmente comercializada em apenas seis minutos, garante Álvaro Sardinha. Para já, tem 68 navios nos mares, a navegar para mais de 800 destinos em todo o mundo, e emprega cerca de 106 mil pessoas.E para ter estes navios turísticos em pleno funcionamento são necessários ajudantes de cozinha, recepcionistas, empregados de mesa, médicos, enfermeiros, pilotos de navio, diretores de hotelaria, oficiais de máquinas... E também artistas, animadores, fotógrafos. É uma panóplia de profissões para uma indústria que atingiu o recorde de 34,6 milhões de passageiros em 2024, um crescimento de 9% face ao exercício de 2023, e representa atualmente quase 3% do turismo global, segundo a Clia (associação do setor).De acordo com Álvaro Sardinha, a feira deverá receber mais de 1500 visitantes, sendo que 82% são da área da hotelaria e turismo e os restantes 18% de profissões técnicas para navios, estaleiros, energias renováveis e sustentabilidade. É que apesar do grande número de oportunidades de emprego estar concentrado nos navios cruzeiro, há necessidade de trabalhadores para a construção de navios, para o negócio das plataformas eólicas offshore (no mar), para a desmontagem e posterior reciclagem dos vários componentes das embarcações, entre outras. Como frisa o antigo oficial da marinha mercante, “a economia azul oferece vastas oportunidades de emprego e desenvolvimento de carreiras profissionais, em setores económicos tradicionais e emergentes”. Os investimentos realizados e em curso “na construção de navios de cruzeiros, iates e estruturas no oceano, criam a necessidade de contratação para várias profissões”, diz O evento, de participação gratuita, desenrola-se em três espaços do hotel Olissipo Oriente. No salão de congressos, as empresas participantes dispõem de 15 minutos para se apresentar, explicar que profissionais procuram e que condições oferecem. Em geral, um trabalhador num cruzeiro recebe um salário três vezes superior ao que ganharia em terra na mesma função. Na área Emprego, os interessados podem apresentar a sua candidatura e curriculum vitae, e avançar logo com uma entrevista. Há ainda o espaço Carreiras, onde várias instituições de ensino, de qualificação e investigação irão dar a conhecer as suas formações, como são exemplo a Nova Executive Education, o Centro de Formação Profissional das Pescas e do Mar, a Escola do Mar dos Açores e o Centro de Competência em Economia Azul.Com base nos dados das Nações Unidas, Álvaro Sardinha sublinha que a economia azul está a afirmar-se como um setor chave de rápido crescimento. Entre 1995 e 2020, cresceu 2,5 vezes, superando o crescimento de 1,9 vezes da economia global. Em 2023, o valor gerado pelos diversos setores de atividade da economia azul no mundo ultrapassou os 2,2 triliões de dólares (mais de 1,8 triliões de euros) - cerca de 7% do comércio mundial. O turismo azul gera 725 mil milhões de dólares/ano, ou seja, um terço de todo o valor da economia azul. .MSC Cruzeiros. Líder europeia do setor quer chegar aos seis milhões de passageiros em 2028 .Portos nacionais querem garantir operação mais verde até 2030