O Conselho Geral e de Supervisão do Novobanco aprovou a destituição de Carlos Jorge Ferreira Brandão, membro do conselho de administração executivo e chief risk officer, revelou ontem a instituição financeira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em causa, segundo o Ministério Público (MP), estão suspeitas de “prática de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação”. No âmbito da investigação foram constituídos dois arguidos. O MP não divulga a identidade dos visados, mas fonte judicial adiantou à Lusa que os arguidos são Carlos Brandão e a sua mulher.O inquérito está a ser conduzido pelo 4.ª Secção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e “ estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova de interesse para a descoberta da verdade”, lê-se no comunicado do MP. “Foram ordenadas/autorizadas, em concreto, quatro buscas domiciliárias, uma busca em estabelecimento bancário e sete buscas não-domiciliárias”, acrescenta a entidade.Denúncia internaA decisão de destituir Carlos Brandão do cargo que exercia “foi tomada no seguimento da identificação, através de processos internos do banco, de operações fi- nanceiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades”, explica o Novobanco na informação ao mercado. O banco liderado por Mark Bourke procurou tranquilizar os clientes, garantindo que “as operações em causa não estão relacionadas, nem envolvem, de forma alguma, o banco e, como tal, não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes, na posição financeira ou na atividade do banco, nas suas operações comerciais, no sistema de gestão de riscos, nem nos seus colaboradores”.A destituição de Carlos Brandão surgiu na sequência de uma investigação interna que resultou numa “denúncia junto do Ministério Público, o que levou ao início de uma investigação que está agora em curso”. O processo foi também reportado “ao regulador e à autoridade de supervisão competente nesta matéria”, informa o Novobanco.O banco iniciou o processo de substituição do administrador destituído e até estar concluído será o presidente executivo, Mark Bourke, a assumir interinamente o cargo de chief risk officer, informa o Novobanco.Carlos Brandão entrou no Novobanco em julho de 2017 e assumiu o cargo de chief risk officer em setembro de 2022, altura em que também passou a integrar o conselho executivo. Anteriormente, foi country manager para Portugal do Bankinter e esteve 14 anos no Barclays Bank em território nacional.