Francisco Calheiros, presidente da CTP
Francisco Calheiros, presidente da CTPReinaldo Rodrigues

Francisco Calheiros: “Precisamos de aumentar a produtividade e não é com uma greve geral que o faremos”

Presidente da Confederação do Turismo diz que greve geral de dia 11 é "extemporânea". Calheiros deixa elogios à ministra do Trabalho e acredita que adesão no setor do turismo será fraca.
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"Não estou contra a greve, a greve é um direito constitucionalmente aceite, mas é extemporânea e desproporcionada. Não vi uma discussão até à exaustão para dizer que não se chegou a um a acordo, não assisti a isso", disse esta terça-feira, 2, Francisco Calheiros.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), que falava aos jornalistas à margem do 50º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre em Macau, reiterou as críticas à greve geral de dia 11, convocada pelas centrais sindicais CGTP e UGT, uma vez que o processo negocial sobre a lei laboral se encontra ainda em curso.

"Uma greve geral é algo complicado, pode parar o país e é tudo o que não precisamos neste momento. Precisamos de aumentar a produtividade e não é com uma greve geral que o faremos", frisou.

Para Francisco Calheiros "não é razoável paralisar o país sem sequer se conhecer o resultado das negociações".

"O Governo apresentou, em sede de Concertação Social, a sua proposta de revisão da legislação laboral. Antes de começar a ser discutida, já se estava a anunciar uma greve geral, portanto considero que a greve geral, embora seja um direito constitucionalmente aceite por todos, deve ser determinada numa altura em que já não haja qualquer espécie de diálogo", defendeu.

O representante dos empresários do turismo deixou ainda elogios à ministra do Trabalho, sublinhando Rosário Palma Ramalho está aberta ao diálogo. "É uma pessoa super capaz e que está muito bem preparada do ponto de vista da legislação laboral. Temos tido imensas conversas e reuniões com ela. É evidente que muitas das posições que a CTP defende se calhar também não vão para a frente, mas estamos a esgrimir os nossos argumentos", referiu.

"Há temas para os quais a ministra foi mais sensível, que são importantes, como a questão do banco de horas individual, a questão do contrato de muito curta duração ou o contrato intermitente. O nosso diálogo tem sido grande, tem havido uma discussão. Faz-me alguma confusão que alguns sindicatos digam que não há diálogo porque eu acredito que tem havido um espírito muito dialogante por parte da ministra", acrescentou ainda.

Já sobre a adesão do setor que representa, está confiante de que será fraca, embora admita consequências indiretas. "Do ponto do turismo, das várias entidades com quem temos falado, da hotelaria à restauração, não pensamos que haverá uma grande adesão a esta greve. Contudo, quando as pessoas vão, por exemplo, almoçar a um restaurante, se sentirem dificuldades na deslocação por causa dos transportes, se calhar aí haverá consequências", admitiu.

*A jornalista viajou para Macau a convite da APAVT

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