Francesa Iad ganha fundos para crescer por aquisição
Com dez anos de operação em Portugal, mercado onde se estreou com um modelo 100% digital, antecipando que a procura de casas iria ter na internet um canal essencial, a francesa Iad - Imobiliária ao Domicílio prepara-se agora para crescer por aquisição. Com a entrada do fundo norte-americano Insight Partners na empresa, que injetou cerca de 300 milhões de euros, a marca decidiu juntar ao crescimento orgânico a componente aquisição. Foi assim que entrou nos mercados do Reino Unido e da Flórida, que reforçou a sua presença em Itália e Espanha, e agora chegou a vez de Portugal. Como revela Alfredo Valente, CEO da Iad Portugal, “estamos prestes a fechar a primeira operação”.
Segundo o gestor, há ano e meio que a Iad está à procura de oportunidades. Para a estreia na nova estratégia de crescimento, a escolha recaiu na região Centro. “Não vamos propriamente comprar uma empresa. O que queremos é aquela equipa e aquele negócio. Queremos aqueles profissionais produtivos e integrá-los na Iad”, frisa Alfredo Valente. “Este ciclo de dez anos provou que viemos para ficar, que o modelo é viável fora de França - não havia nenhum desmaterializado, assente em tecnologias. O passo que se segue é acelerar o crescimento e tornarmo-nos a escolha óbvia de um profissional que queira trabalhar de uma forma contemporânea, mais ágil e compensadora”, frisa.
Numa década, a Iad passou de 200 consultores para 984, num crescimento médio de 25% ao ano, frisa Alfredo Valente. No acumulado destes 10 anos a operar em Portugal, a marca distribuiu 88 milhões de euros em comissões, que resultaram de mais de 14 mil transações e de um volume negociado de 2,5 mil milhões de euros. Neste período, somou uma faturação de 111 milhões de euros. Para apoiar os agentes criou 27 polos de formação no país. Refira-se que a Iad França é dona de todas as filiais nos mercados onde opera.
Em Portugal, a marca fechou o primeiro trimestre do ano com um volume de transações da ordem dos 153 milhões de euros, um crescimento de 63% face ao período homólogo. Esta performance é justificada pelo contexto de baixa dos juros e, em menor grau, por um maior dinamismo aquisitivo dos jovens, devido aos apoios à compra da primeira habitação. Nestes três primeiros meses, o preço das casas subiu 6%. Para Alfredo Valente, esta tendência “não vai mudar tão cedo”. Os compradores estão agora a procurar casas mais pequenas e mais afastadas dos centros urbanos. Como frisa, “diminuíram a expectativa”.