Os eleitores da coligação PSD-CDS-PPM (AD - Aliança Democrática), do PS e do Chega são os mais confiantes na melhoria da economia durante este ano, indica o Barómetro DN/Aximage, conduzido no final de janeiro, tendo para isso auscultado 800 pessoas maiores de 18 anos residentes em Portugal.Estes eleitores (nas forças do bloco central e do partido do extremo mais à direita) também mostraram estar mais optimistas do que os restantes na evolução da sua "situação económica pessoal" em 2025.É de relevar que este inquérito decorreu entre 23 e 28 de janeiro, já com a confirmação de Donald Trump como Presidente da maior economia do mundo, os Estados Unidos, mais os seus anúncios de rutura com a ordem estabelecida, designadamente, medidas de agravamento brutal das tarifas comerciais, hostilidade extrema contra imigrantes e funcionários públicos, ameaças de ocupação ou controlo de territórios vizinhos dos EUA, como parte do México, Gronelândia (Dinamarca), Panamá (o canal), mais a antipatia em relação ao pacífico vizinho de sempre, o Canadá..Os eleitores ouvidos na pesquisa DN/Aximage, volvidos três dias da tomada de posse de Trump, não se mostram ainda muito impressionados com tais desenvolvimentos e possíveis repercussões negativas na economia europeia e em Portugal de um cenário de guerra comercial global e em larga escala, já em 2025.Para já, relativamente à expectativa sobre o que vai ser a evolução económica geral, os mais otimistas são os eleitores (nas legislativas do ano passado) da coligação que está no poder, com 32% destes a afirmar que sim, a economia portuguesa vai melhorar este ano.Os votantes mais confiantes do PS e do Chega surgem com certa distância face aos da AD, mas ainda assim 17% dos inquiridos em ambos os quadrantes afirmou que a economia até deve melhorar.São os mais confiantes porque este novo barómetro indica que apenas 4% dos eleitores da CDU acredita numa melhoria da situação económica e 56% diz que vai piorar.O pessimismo também grassa entre os eleitores do PAN (apenas 6% acha que a economia vai melhorar, 38% afirma que vai ficar pior em 2025).Os votantes da esquerda parlamentar consolidam a aura de pessimismo, com 10% dos inquiridos do Livre a acreditarem numa melhoria (e 48% a anteverem uma degradação da economia).No universo Bloco (BE), 12% diz que vai ficar pior, 55% afirma que só vai piorar.A amostra ligada à direita liberal (IL) denota um maior equilíbrio de razões: 13% acha que o quadro económico tenderá a melhorar, 35% teme uma degradação do país.Maioria acha que fica tudo na mesmaAté aqui, analisámos os extremos nas respostas, mas a sondagem indica, sem margem para dúvidas, que a maioria dos eleitores, seja qual for a cor política, acredita que a situação da economia "vai manter-se".Isto acontece num momento que pode ser de viragem na economia portuguesa perante o aumento dos riscos externos, das incertezas e da política de taxas de juro que "continua a ser restritiva", apesar das descidas de taxas, como diz Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu (BCE).Eventual viragem porque também subsistem sinais positivos ou encorajadores: o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acelerou na reta final de 2024 (para 2,7%), a inflação está contida, as agências de ratings elogiam o País por conseguir entregar excedentes orçamentais e manter a rota de descida da dívida, o turismo prossegue exuberante.Em todo o caso, há um reverso: o desemprego parece estar a subir, os despedimentos coletivos atingiram um recorde em 2024, os níveis de pobreza também, o investimento está a claudicar, especialmente o público, o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está cada vez mais atrasado.Ainda assim, os apoiantes da coligação governativa liderada pelo primeiro-ministro Luís Montenegro são os mais confiantes na estabilização da economia nos níveis atuais (49% diz que as condições vão "manter-se". No grupo associado à IL é igual.No campo socialista, 45% espera que a economia não aqueça, nem arrefeça.A meio caminho, aparece o Chega, os partidos da esquerda e o PAN.O grupo dos que votam no partido de André Ventura 39% afirma que 2025 vai ser de manutenção dos níveis atuais de riqueza e atividade. Nos inquiridos da CDU, do Livre e do PAN a percentagem dos que apostam tudo na mesma surge nessa linha, ligeiramente acima de 40%.Os mais moderados nesta avaliação são os eleitores do BE, com 39% a antecipar que a economia irá "manter-se" como está.Por região, sexo, idade e rendimento.Até aqui desfilámos sobre as opiniões dos eleitores de acordo com as suas cores partidárias.Abrindo mais o plano, o barómetro indica que no universo das oito centenas de inquiridos a maioria (relativa) ainda acredita que a economia se vai "manter", vai aguentar: 42% dos entrevistados assim afirma.Mas, aqui, os pessimistas superam os otimistas: 34% diz que a situação se vai degradar em 2025, 20% afirma que a coisa deve melhorar. Cerca de 4% não sabe ou não responde..Quem são estas pessoas? A maior fatia de otimistas (a economia vai melhorar) está na região do Grande Porto (área metropolitana), são 25% do total. No Sul e Ilhas são 23%. A percentagem dos que confiam numa melhoria é mais baixa na região da Grande Lisboa e no Norte do País: 18%.A expectativa de que o quadro vai manter-se é maior no grupo Sul e Ilhas (46%) e no Norte do país (44%). Cerca de 43% dos eleitores da Grande Lisboa alinha nesse diagnóstico. Na região Centro são apenas 36%.A maioria (38%) dos eleitores residentes na região centro teme um agravamento da situação económica. É aliás a única região onde o grupo dos pessimistas domina, é maioritário, superando a percentagem dos que dizem "vai melhorar" e "vai manter-se"..Na Grande Lisboa, 36% antecipa uma degradação económica, seguida de perto na proporção de 35% dos eleitores do Norte que considerou o mesmo.O pessimismo quanto ao ano económico de 2025 é maioritário entre as mulheres (38%). Apenas 37% das eleitoras considera que será um ano de estabilização.No homens, 47% defende que o quadro económico vai manter-se; 29% diz que pode piorar.Por grupo etário, os mais descrentes são os eleitores com idade entre 50 e 64 anos: 41% afirma que isto vai piorar em 2025. Os mais jovens estão bem mais confiantes: 27% diz que a economia tenderá a degradar-se, 32% aposta numa melhoria.Por classe de rendimento, sem surpresas, a maioria dos mais pobres (classe D), cerca de 41%, vê tempos piores no horizonte. Entre os mais ricos (classe A/B), a sensação de tranquilidade é superior: apenas 26% antecipa um 2025 mais adverso..Ficha Técnica Destinada a publicação e elaborada de acordo com um modelo proposto para a imprensa. Objetivo do Estudo: Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre intenção de voto legislativo e temas da atualidade política. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTS Il), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 800 entrevistas efetivas: 67 entrevistas CAWI e 121 entrevistas CATI; 380 homens e 420 mulheres; 170 entre os 18 e os 34 anos, 210 entre os 35 e os 49 anos, 199 entre os 50 e os 64 anos e 221 para os 65 e mais anos; Norte 268, Centro 164, Sul e Ilhas 125, Área Metropolitana de Lisboa 243. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela Aximage nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 23 e 28 de janeiro de 2025. Taxa de resposta: 68,36%. Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,5%. A responsabilidade do estudo, Aximage - Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.