Easyjet suspende expansão no Porto à espera dos novos investimentos no aeroporto
A Easyjet está à espera de conhecer o resultado do investimento que está a ser efetuado na pista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, para projetar o seu crescimento na região.
"Temos de aguardar para ver qual vai ser a nova capacidade que será libertada para o ano, para ver qual será o crescimento que podemos apresentar", disse esta quarta-feira José Lopes, country manager da Easyjet em Portugal, ao DN, antes do início do evento comemorativo dos 10 anos da instalação da sua base no aeroporto do Porto.
"Temos de aguardar para saber primeiro com o que é que podemos contar, antes de apresentarmos os nossos planos. Temos vários cenários em que estamos a trabalhar, obviamente, mas, antes de concretizar, temos de ver o que é que está disponível para podermos ocupar em termos de espaço", adiantou ainda.
Na sua intervenção na cerimónia, frisou que a Easyjet quer "continuar a investir no Porto". Está, agora, " a fazer um interregno", aguardando que "todos estes investimentos que a ANA está a fazer estejam concluídos", disse.
Recorde-se que a ANA está a realizar um investimento de 50 milhões de euros no reforço estrutural da pista do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, para acomodar o crescimento futuro do tráfego.
Ainda assim, as entidades do setor do turismo e hotelaria da região têm apelado a uma ampliação da infraestrutura, de forma a responder ao crescimento do tráfego. No ano passado, o aeroporto recebeu quase 16 milhões de passageiros, mais 5% do que em 2023.
Presente na cerimónia, o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, lembrou que "há um masterplan em curso" e que "é preciso deixar a ANA trabalhar", mas "com ritmo". E acrescentou: "É muito importante que nos permita levar este aeroporto para 40/45 milhões de passageiros." O responsável do governo frisou que "só há o grande salto do aeroporto com rotas de longo curso". Hugo Espírito Santo disse ainda que o objetivo é que o aeroporto do Porto seja uma "referência para o norte, mas também para o noroeste peninsular".
A Easyjet oferece atualmente 27 destinos, distribuídos por 12 países, a partir do Porto, o que lhe confere a posição de segunda maior companhia aérea no aeroporto, disse José Lopes. Neste momento, opera com 11 aviões, seis dos quais baseados na infraestrutura. Segundo adiantou, já transportou mais de 23 milhões de passageiros desde junho de 2007, ano em que estreou a operação a partir da Invicta.
Um par de jeans
Este verão, a companhia aérea low-cost apostou no lançamento da rota Porto-Split (Croácia) e Porto-Sal (Cabo Verde). Neste momento, "é aquilo que é possível, porque, como disse, a capacidade que existe no Porto está estagnada", afirmou. No próximo ano, "vai haver mais oportunidades e, aliás, já estamos a trabalhar em algumas, para, dentro de um par de meses, podermos anunciar para a época de inverno", adiantou ainda.
Relativamente ao preço das tarifas, José Lopes frisou que a Easyjet se orgulha de "ter democratizado a aviação na Europa e em Portugal". Como sublinhou à margem do evento, "para nós, isso é uma pedra de toque essencial e vamos continuar a lutar para continuarmos a poder permitir que todas as pessoas tenham acesso a este meio de transporte".
O responsável pela transportadora em Portugal acrescentou ainda: "Há 30 anos, quando começámos a operar, o nosso objetivo era que voar custasse o mesmo que um par de jeans. 30 anos depois, o par de jeans custa muito mais do que a nossa tarifa média na Easyjet".