A Mercer Marsh Benefits divulgou esta sexta-feira, 24, o relatório Health Trends 2026, que revela que as taxas de tendência médica, ou seja, o aumento anual dos custos de saúde, deverão ultrapassar 10% na maioria das regiões, marcando o sexto ano consecutivo de crescimento. Este aumento é impulsionado pela inflação e pela maior complexidade dos tratamentos.O relatório indica que o cancro, as doenças circulatórias e as condições musculoesqueléticas continuam a ser as principais causas de despesas com reembolsos. Miguel Ros Galego, líder da Mercer Marsh Benefits em Portugal, alerta que “pela primeira vez em quatro anos, as seguradoras antecipam que os empregadores reduzam a cobertura para gerir os custos, o que pode prejudicar a experiência dos colaboradores e a sua segurança financeira”.Em Portugal, a incapacidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para atender a população tem elevado a procura por cuidados de saúde privados, muitas vezes através de seguros. A esse propósito, Euclides Soares, manager da Mercer Marsh Benefits em Portugal, afirma que “com a pressão contínua sobre o SNS, espera-se que a tendência médica se mantenha em dígitos duplos, o que levará as organizações a prepararem-se para custos mais elevados”.Globalmente, a tendência médica projeta-se em dois dígitos, com a maior taxa no Médio Oriente e África (12,5%), seguida pela Ásia (10,8%) e Pacífico (10,4%). As seguradoras planeiam melhorar a gestão de sinistros de elevado custo.O relatório também destaca lacunas na cobertura de benefícios, especialmente nas áreas de saúde mental e saúde reprodutiva, com apenas 50% das seguradoras a oferecerem aconselhamento em saúde mental. À medida que a força de trabalho envelhece, os benefícios direcionados tornam-se cruciais para manter os colaboradores saudáveis e produtivos.A Mercer alerta que 76% das seguradoras estão preocupadas com a ineficiência dos cuidados, que poderá tornar os serviços de saúde menos acessíveis. A adoção de estratégias inovadoras e uma gestão proativa do risco serão essenciais para garantir benefícios de saúde eficazes e acessíveis no futuro..IVA e descontos dos empregadores é o que mais agrava a carga fiscal portuguesa