O European Consumer Payment Report 2025 da Intrum aponta para uma mudança clara nos hábitos de consumo na Europa, com especial destaque para Portugal, onde a redução das compras por impulso online é mais acentuada. Apenas 32% dos consumidores portugueses dizem comprar mais por impulso do que há dois anos, contra 43% em 2024, enquanto a média europeia desceu de 45% para 30%. A Intrum associa essa inversão às pressões do custo de vida, inflação e subida das taxas de juro, que obrigam a uma gestão orçamental mais cuidadosa.As redes sociais continuam a influenciar decisões de compra, mas cedem terreno: 34% dos portugueses admitem ter feito compras por impulso após verem publicidade nessas plataformas. Além disso, 76% dos inquiridos em Portugal consideram que as redes sociais fomentam expectativas financeiras pouco realistas, acima da média europeia (70%). Estas perceções podem contribuir para um maior escrutínio das ofertas promocionais durante a Black Friday.O relatório também aponta para a crescente utilização do modelo “compre agora, pague depois” (BNPL): 31% dos portugueses dizem estar mais inclinados a comprar quando esta opção está disponível (28% na média europeia). A Intrum alerta para os riscos desta modalidade quando aplicada a despesas não essenciais, por poder comprometer a estabilidade financeira a médio prazo.Sobre o comportamento desejável para o período promocional, Luís Salvaterra, diretor‑geral da Intrum Portugal, afirma que “a Black Friday deve ser encarada como uma oportunidade para poupar de forma consciente e não como um incentivo ao consumo desenfreado”. A Intrum defende ainda que, além da responsabilidade individual, empresas e decisores públicos devem promover literacia financeira, publicidade transparente e meios de pagamento equilibrados para limitar os impactos negativos do consumo impulsivo..Black Friday eleva reclamações e pressiona logística das empresas