BCE corta mais 0,25% na taxa de juro da Zona Euro, que assim cai para 2,5%, sexta redução em menos de um ano
As taxas de juro centrais da Zona Euro, designadamente a taxa de depósito, a principal referência, vão ser novamente reduzidas pelo Banco Central Europeu (BCE).
De acordo com uma nota da autoridade presidida por Christine Lagarde, publicada esta quinta-feira após mais uma reunião de política monetária, em Frankfurt, a referida taxa de depósito cai mais 0,25 pontos percentuais, para 2,5%.
É, assim, a sexta redução de juros em menos de um ano, desde o máximo histórico de 4% que esteve em vigor entre setembro de 2023 e junho do ano passado para tentar reduzir a inflação, que chegou a atingir 10,6% em outubro de 2022, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O mandato e o objetivo do BCE é manter a inflação estável em 2%.
Com o aumento brutal de juros do passado, a inflação, traduzida no indicador que mede a variação anual/homóloga de preços, acabou por cair muito, tendo tocado em 1,7% em setembro do ano passado. Depois subiu um pouco, mas em janeiro foi 2,5% e em fevereiro desceu novamente para 2,4%, segundo o Eurostat.
O preço a pagar por isto foi um forte abrandamento da atividade económica pois a subida passada as taxas de juro condicionou e muito as despesas dos consumidores e as decisões de investimento dos empresários.
Segundo informa o BCE, esta quinta-feira, as três taxas de juro diretoras são reduzidas "em 25 pontos base", isto é, 0,25 pontos percentuais.
Assim, a taxa da facilidade permanente de depósito, a das operações principais de refinanciamento e a facilidade permanente de cedência de liquidez "serão reduzidas para, respetivamente, 2,5%, 2,65% e 2,9%, com efeitos a partir de 12 de março de 2025".
Segundo o BCE, este alívio ajuda a reduzir ainda mais a restritividade da política monetária, ajudando a uma eventual retoma do consumo e do investimento.
"A política monetária está a tornar-se significativamente menos restritiva, com as reduções das taxas de juro a tornarem a contração de novos empréstimos menos onerosa para as empresas e as famílias e o crescimento do crédito a recuperar", refere o Banco.
No entanto, a concessão de crédito pelos bancos comerciais da Zona Euro continua fraca e a travar a atividade económica geral. Diz o BCE que "simultaneamente, um fator adverso para a diminuição da restritividade das condições de financiamento advém de os anteriores aumentos das taxas de juro ainda estarem a ser transmitidos ao stock de crédito, permanecendo a concessão de empréstimos, em geral, fraca".