Ryanair tem de explicar contratações em dias de greve

Autoridade para as Condições de Trabalho pediu explicações à transportadores e às duas empresas que contratam pessoal sobre a forma como lidaram com a greve de março e abril. Espera respostas
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A Autoridade para as Condições de Trabalho quer explicações da Ryanair, Workforce e Crewlink sobre irregularidades que podem ter sido cometidas pelas três empresas durante a greve que os tripulantes de cabine portugueses cumpriram nos dias 29 de março e 1 e 4 de abril.

Numa resposta ao DN sobre inspeções efetuadas às tripulações da Ryanair que descolam ou aterram em Portugal durante os dois dias de greve que decorrem estas quarta e quinta-feira em Portugal, Espanha e Bélgica, a ACT adiantou que na primeira greve decretada por tripulantes nacionais da empresa foram detetadas irregularidades "em matéria de substituição de trabalhadores grevistas".

Perante essa situação foram pedidos esclarecimentos à transportadora e às duas empresas de contratação de trabalhadores sobre as suas práticas.

Segundo a ACT "após análise da documentação enviada pelas três empresas, recebida em maio de 2018, considerou-se necessário solicitar esclarecimentos complementares às mesmas empresas".

Acrescenta a entidade responsável pela fiscalização das condições de trabalho que aguardar "o envio de informação complementar solicitada, após o que procederá à sua análise e conclusão da intervenção inspetiva".

Nesse documento é explicado que "foram desenvolvidas pela ACT um conjunto de outras diligências para apuramento de todos os factos, nomeadamente junto do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil e outras entidades do setor da aviação civil".

Questionada pelo DN, a Ryanair adiantou que está a analisar os pedidos efetuados pela Autoridade para as Condições de Trabalho e que "providenciou a informação requerida".

Voos cancelados

Neste segundo dia de paralisação a Ryanair garantiu não existir perturbações nos voos previstos. Na rede social Twitter a companhia pede desculpa ao "50,000 belgas, espanhóis e portugueses cujos voos foram cancelados na quarta-feira (tal como a todos os que viram os voos alterados) devido a uma greve de algumas tripulações de cabine nesses países. Não há problemas nesses países e hoje todos os voos estão a ser cumpridos".

Versão diferente tem o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil. À Lusa fonte desta entidade garantiu que "sete dos voos planeados foram cancelados no Porto, em Faro foram todos cancelados, ou seja, sete em sete, e em Lisboa estão três cancelados dos cinco planeados".

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