Presidente e CEO do Santander reduzem salários em 50% devido à pandemia

Ana Botín, líder do banco espanhol, recebeu quase dez milhões de euros em 2019. Banco Santander suspende também pagamento de dividendos intermédios aos acionistas em novembro
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O banco Santander antecipa uma crise difícil em Espanha, um dos países mais afetados pela pandemia covid-19. E para dar o exemplo, o Conselho de Administração já anunciou, esta segunda-feira, que irá reduzir as remunerações, tanto as fixas como as variáveis, dos seus conselheiros para fazer face ao impacto do coronavírus. Assim, tanto a presidente da entidade, Ana Botín, como o CEO, José Antonio Álvarez, receberão apenas metade do salário habitual.

Além disso, irão ser revistos os dividendos a ser distribuídos e os pagamentos aos acionistas ficam suspensos. O Santander já afirmara que a crise causada pelo coronavírus iria reduzir o seu lucro em 5%, apesar de ainda não ter detetado nenhum impacto nos seus negócios neste primeiro trimestre de 2020.

Em 2019, o valor da remuneração de Ana Botín foi de 9,95 milhões de euros, valor que diminuiu 5,05% relativamente ao total auferido em 2018 (10,48 milhões). Já António Alvarez auferiu 8,27 milhões do ano de 2019, valor inferior em 4,3% à remuneração do ano anterior (8,64 milhões).

Os restantes conselheiros do banco irão observar uma redução de 20% nos seus salários, conforme ditado pelo comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários (CNMV). Para além disso, esta medida poderá estender-se a todas as equipas diretas nos mercados em que o Santander opera, o que antecipa reduções significativas em toda a administração internacional. "A política de bónus será revista para garantir que o maior número possível de recursos seja gasto na ajuda aos nossos clientes", acrescentou o banco.

Desta forma, o Santander criou um fundo para todo o grupo, que também se dispõe a receber contribuições de todos os funcionários "para fornecer material e equipamentos médicos que ajudam a impedir a propagação do vírus. O banco espera que o fundo seja estabelecido com um valor inicial de 25 milhões de euros".

"Para muitos de nós, a pandemia de coronavírus é o desafio mais importante que enfrentamos nas nossas vidas. A magnitude da tarefa a seguir requer um esforço coletivo massivo, no qual governos, bancos centrais e outras autoridades, setor privado, instituições de caridade e indivíduos trabalhem juntos para limitar a disseminação e prestar assistência às pessoas afetadas, direta ou indiretamente. Esperam-nos meses difíceis mas estou confiante da nossa capacidade, como sociedade, em superá-los e o banco fará jus a isso ", disse Ana Botín em comunicado.

Dividendo em novembro suspenso

Por outro lado, o conselho de administração do Santander decidiu "suspender o dividendo a ser pago em 2020, a fim de dispor de todos os recursos necessários para apoiar as empresas e clientes particulares que precisam. Assim, o conselho decidiu manter um único dividendo no final do exercício anual, que será submetido à aprovação da assembleia geral em 2021. Portanto, em novembro de 2020, nenhum pagamento intermediário de dividendos será efetuado ", assegura a entidade. Desta forma, o Santander fará um pagamento único em maio de 2021 e o valor será mantido até que o impacto da pandemia seja conhecido.

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