Em comunicado, a administração do Metropolitano de Lisboa explicou que tem procurado "ativamente soluções", apelado "à ponderação das propostas realizadas" e mantido "a disponibilidade para a construção de uma solução que sirva ambas as partes".."Só assim conseguiremos salvaguardar os interesses dos trabalhadores, que são o maior ativo da empresa, contribuindo para o seu crescimento, por forma a prestar um melhor serviço aos nossos clientes", frisou a empresa na nota, no seguimento de novo pré-aviso de greve de 24 horas apresentado para 26 de junho para todos os trabalhadores..O Metropolitano de Lisboa não deverá funcionar no prolongamento da noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, devido à greve ao trabalho suplementar e eventos especiais no mês de junho, porque a proposta apresentada pela empresa aos sindicatos é considerada "muito insuficiente", segundo a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans)..Em declarações à Lusa, Anabela Carvalheira, da Fectrans, explicou na quinta-feira que nos plenários ocorridos na quarta-feira os trabalhadores da transportadora -- que já realizaram este ano várias paralisações com suspensão do serviço - decidiram manter o pré-aviso de greve ao trabalho suplementar e aos eventos especiais durante o mês de junho, o que abrange a noite da festa..De acordo com a sindicalista, foi também apresentado um pré-aviso de greve de 24 horas para 26 de junho..No esclarecimento, o Metropolitano de Lisboa referiu que de março a maio de 2022 foram efetuadas pelos trabalhadores da área da operação, maquinistas e chefias, um total de oito greves parciais entre as 05:00 e as 09:00..Além destas greves, nos meses de maio e junho, foram, ainda, apresentados pré-avisos de greves ao trabalho suplementar e aos eventos especiais, adiantou ainda a empresa, lamentando "os incómodos e transtornos que estas greves causam aos cidadãos na cidade de Lisboa e concelhos limítrofes"..O Metropolitano de Lisboa esclareceu também que a empresa tem vindo a negociar com as associações sindicais da área da operação um conjunto alargado de matérias, nomeadamente em relação ao número de trabalhadores chefias e guarnecimento dos postos de trabalho, aos recrutamentos internos e à forma de organização de trabalho dos maquinistas..Entre as matérias em discussão incluem-se a não atribuição de tarefas de condução nos primeiros 15 minutos da entrada e reentrada dos períodos normais de trabalho, diminuição das circulações em vazio sem passageiros e regime especial da sua contabilização em tempo de tripulação..A administração do Metro de Lisboa referiu também que, "paralelamente a este processo negocial relativo às greves, têm sido realizadas reuniões periódicas entre a empresa e as associações sindicais, no âmbito do processo de negociação coletiva/2022, tendo sido apresentada pela empresa uma proposta negocial que contempla um aumento da tabela salarial e a prorrogação por mais um ano da vigência do Acordo de Empresa, ou seja, uma vigência alargada até 31 de dezembro de 2025, salvaguardando-se os interesses e direitos dos trabalhadores".."A prorrogação da vigência tinha sido colocada pelas associações sindicais, como condição essencial para a continuação das reuniões referentes ao processo negocial/2022 em clima de diálogo e consenso", vincou ainda o Metropolitano..Segundo a Fectrans, o Metro de Lisboa encontra-se com "muita falta de trabalhadores na área operacional", considerando que "é quase impossível, para resolver o problema da OP [trabalhadores maquinistas e os trabalhadores chefia do posto de comando central], encontrar uma solução" que agrade aos funcionários.."Por outro lado, em relação à negociação coletiva, a matéria apresentada pelo conselho de administração foi muito insuficiente para os trabalhadores que há muitos anos não veem melhoradas as suas condições salariais", explicou a responsável, salientando que na proposta apresentada iriam ser retirados benefícios aos trabalhadores já firmados no Acordo de Empresa.