Exportações nacionais caíram 39% em maio. Pandemia é razão principal
As exportações nacionais caíram 39% em maio, face ao período homólogo, para um total de 3.417 milhões de euros, registando "decréscimos significativos" em todas as categorias de produtos. Também as importações tiveram uma quebra de 40,2%. O Instituto Nacional de Estatística dá especial ênfase à categoria "material de transporte", que inclui os veículos automóveis, e que regista um decréscimo de 54% nas exportações e de 66,6% nas importações.
Destaca o INE que esta informação, respeitante a maio, reflete já os efeitos da pandemia Covid-19, "quer no comportamento da atividade económica, quer na quantidade de informação primária disponível na compilação dos resultados apresentados".
Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações e as importações diminuíram, respetivamente, 35,2% e 35,1%.
O défice da balança comercial de bens diminuiu 722 milhões de euros face ao mês homólogo de 2019, atingindo 908 milhões de euros em maio de 2020. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, o saldo negativo da balança comercial foi de 778 milhões de euros, menos 420 milhões do que em maio de 2019.
No entanto, estes números representam já alguma recuperação da economia nacional face a abril: na comparação com o mês anterior, as exportações crescem 14,4% (18,6% se excluídos os combustíveis e lubrificantes).
Recorde-se que em abril, as vendas nacionais ao exterior haviam caído 40,1% comparativamente a igual mês de 2019 e 33,7% face a março. Mas, ao contrário do mês de abril, em que os produtos alimentares e as bebidas estavam, ainda, em terreno positivo, em maio, todas as categorias de produtos registam quebras, com especial destaque para o decréscimo de 88,1% nos combustíveis e lubrificantes, de 54% no material de transporte e acessórios, em especial para Espanha e Alemanha, e de 33,5% nos fornecimentos industriais, principalmente para Espanha.
São menos 635 milhões de euros em material de transporte e peças e menos 598 milhões de fornecimentos industriais. Só nestes duas categorias, Portugal perdeu 1.233 milhões de euros face a maio de 2019. Quanto às importações, o destaque vai, também, para o decréscimo de 66,6% de compras ao exterior de material de transporte, em especial proveniente de França, de 78,7% nos combustíveis e lubrificantes, justificado sobretudo, lembra o INE, pelo encerramento das refinarias nacionais, e de 32,6% nos fornecimentos industriais, neste caso oriundos sobretudo de Espanha.
No total, as exportações portuguesas para Espanha caíram 41,2% para um total de 790 milhões de euros em maio, o que corresponde a menos 554 milhões de euros do que no período homólogo. As perdas para França e Alemanha são similares, na ordem dos 33% e correspondentes a menos 242 e 224 milhões de euros, respetivamente.
Nas importações, a quebra é generalizada: as compras a Espanha caíram 31,3% (menos 670 milhões de euros), 42,4% à Alemanha (menos 401 milhões) e 62,6% a França (menos 464 milhões de euros). Só as compras à China crescem, 5,1%, por efeito, essencialmente, da importação de material de proteção individual, maioritariamente máscaras, diz o INE.
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, Portugal exportou bens no valor de 20.933 milhões de euros, uma quebra de 18,27% face ao período homólogo, que correspondem a quase menos cinco mil milhões de euros. E aqui a performance varia, consoante as geografias. As exportações comunitárias caem, no acumulado do ano, 25% para 14.819 milhões de euros, mas as extracomunitárias estão a crescer quase 5% para 6.115 milhões.