Debate sobre transferências para o Novo Banco não acabou. Deputados voltam ao tema para a semana
Quase um ano depois de entregue, vai ser discutido na próxima semana um projeto de resolução da Iniciativa Liberal que recomenda ao "Governo que não efetue quaisquer contribuições adicionais para o Fundo de Resolução.
Uma discussão que teria passado quase despercebida não fosse o facto de a proposta do Bloco de Esquerda que impede a transferência de 460 milhões de euros do Fundo de Resolução para o Novo Banco ter sido aprovada no último dia de votações do Orçamento do Estado para 2021, na quinta-feira, 26 de novembro.
O Dinheiro Vivo/DN questionou o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças, o socialista Filipe Neto Brandão, que referiu tratar-se de uma "questão processual", de "agendamento" dos serviços e que nada tem a ver com a viabilização da norma do BE.
Na exposição de motivos, o partido liderado por João Cotrim de Figueiredo sublinha que "os impostos não podem servir, nem para financiar o despesismo do Estado, nem para cobrir prejuízos privados", lembrando "que, ao contrário do que foi inicialmente dito aos portugueses, a Lone Star vai utilizar a totalidade dos 3 890 milhões de euros".
"É de adivinhar que, nos tempos mais próximos, aumentem as pressões para que o Estado injete mais dinheiro no Fundo de Resolução", lê-se no projeto datado de 09 de dezembro de 2019, ainda antes da polémica injeção de 850 milhões de euros, autorizada por Mário Centeno em maio, um dia antes de o primeiro-ministro ter garantido no parlamento que não haveria nova transferência sem estar concluída a auditoria financeira ao Novo Banco.
Mas soube-se que a injeção estava feita, o que levou António Costa a afirmar que desconhecia a realização da transferência e a apresentar um pedido de desculpas à líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
Ao Dinheiro Vivo, fonte da IL garantiu que não vai retirar o projeto de resolução da agenda de discussão da próxima quarta-feira, dia 02 de dezembro.