Costa. "Já conseguimos conter a pandemia sem matar a economia"

Primeiro-ministro revelou que Estado já concedeu cinco milhões em garantias, e reiterou promessa de pagamentos de lay-off até ao final da semana.
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O primeiro-ministro, António Costa, prometeu esta terça-feira apoios mais rápidos para reabertura das atividades económicas, defendendo que a pandemia do novo coronavírus está sob controlo e que é tempo de dar passos para reanimar a economia.

"Agora, que já conseguimos conter a expansão da pandemia sem matar a economia, é fundamental reanimar a economia sem deixar descontrolar a pandemia", afirmou o líder do governo após a assinatura de uma declaração de compromisso com os parceiros sociais que levou as rubricas da CAP, CIP, CCP, CTP e UGT, sem contar com a subscrição da CGTP, e perante o repto do sector turístico para que os apoios mudem e passem a assumir a forma de injeções de capital nas empresas.

Na resposta, António Costa afirmou que da parte do governo, os empresários poderão contar, "não só com diálogo permanente, mas também com uma determinação muito forte em ir procurando tomar, com a maior rapidez possível e a maior rapidez na execução que seja possível, as medidas necessárias para em conjunto vencermos esta crise".

Na assinatura, no palácio Nacional da Ajuda, o primeiro-ministro fez balanço dos apoios do Estado mobilizados para as linhas de crédito aos vários sectores afetados pela pandemia, num valor global de 6,2 mil milhões de euros e que se encontra esgotado para a generalidade dos sectores. O valor das garantias públicas concedidas para segurar o financiamento na banca está em cinco mil milhões de euros, afirmou. António Costa justificou as demoras na agilização deste apoio.

"Os empréstimos não são dinheiro distribuído, são dinheiro contratado. É muito importante para a retoma que todos tenhamos confiança de qual é o destino do dinheiro público e da garantia do dinheiro dos contribuintes", afirmou.

"O que se trata de viabilizar são empresas que são viáveis, são empresas que estão em crise porque foram atingidas por este vírus, e não propriamente alimentar agora empresas que vão custar amanhã dinheiro aos contribuintes", defendeu o primeiro-ministro.

Por outro lado, Costa reiterou o compromisso de, até sexta-feira, serem pagos os apoios da Segurança Social às empresas com pedido de acesso ao lay-off simplificado apresentado em abril e que tenha sido aprovado.

Mas, indicou o primeiro-ministro, a adoção de novas medidas de apoio vai agora depender da resposta que seja dada a nível europeu, num momento em que está por definir o Fundo de Recuperação da UE bem como o quadro financeiro plurianual do bloco europeu a partir do próximo ano.

"A batalha na Europa é também fundamental para podermos ter as condições ideais para poder assegurar esta retoma. Porque esta retoma requer mais investimento, mais capital nas empresas, mais investimento público, mais esforço na formação profissional, mais medidas de apoio social.

E, para isso, precisamos do apoio europeu", disse. António Costa lembrou ainda que as exportações portuguesas avolumavam em fevereiro um valor equivalente a 44% do PIB e defendeu que a recuperação portuguesa irá depender em muito daquele que vier a ser o comportamento das economias espanhola e alemã, dois dos principais parceiros comerciais do país. "Precisamos que eles retomem e precisamos que a Europa ajude", disse.

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