Comissão Europeia. Portugal deve crescer só 1,7% este ano, pior marca desde 2014

"Aumento da incerteza global podem ter repercussões negativas nas decisões de investimento das empresas"

O crescimento da economia portuguesa foi revisto em baixa ligeira em 2018 e 2019 pela Comissão Europeia (CE), que agora está bastante mais negativa relativamente aos riscos que podem afetar Portugal e sobretudo a Europa e a zona euro.

De acordo com as novas previsões do inverno, divulgadas esta quinta-feira, em Bruxelas, a economia nacional deve expandir-se apenas 1,7% este ano, o pior registo desde 2014, estava Portugal a sair do programa de austeridade da troika e do governo PSD-CDS. Há três meses, nas previsões outono, apontava para 1,8%.

Este novo valor para 2019 fica claramente abaixo do que serve de suporte ao Orçamento do Estado deste ano. O Governo está a contar com uma expansão de 2,2%. No novo estudo, a CE revela-se muito mais pessimistas relativamente às ondas de choque que podem vir da China (que está a travar), aos efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia (que são cada vez mais uma incógnita) e aos efeitos das guerras comerciais por esse mundo fora.

Portugal, uma pequena economia aberta e dependente das exportações e do turismo, está na linha de fogo deste ambiente menos propício, claro. Segundo Bruxelas, que só atualiza o crescimento da economia e a inflação, "a expansão económica portuguesa deverá continuar moderada, devido sobretudo a um contributo mais fraco das exportações líquidas".

"O crescimento do consumo privado deverá diminuir apenas marginalmente, enquanto o investimento deverá acelerar ligeiramente, apoiado por uma maior absorção dos fundos da UE. No geral, o crescimento do PIB é estimado em 2,1% em 2018 e deverá estabilizar em 1,7% em 2019 e 2020, em meio a uma desaceleração nas exportações de bens e serviços."

"Os riscos para as perspectivas são negativos, já que a deterioração projetada na procura externa e o aumento da incerteza global podem ter repercussões negativas nas decisões de investimento das empresas. Segundo a CE, o ano de 2018 também terá sido mais fraco do que se antecipou. Em vez de 2,2% (outono), Portugal terá crescido 2,1%, abaixo, uma vez mais, da estimativa do Ministério das Finanças, que calculava cerca de 2,3%.

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