A Comissão Europeia insistiu hoje que as contas públicas continuam sujeitas a riscos negativos, apesar das melhorias recentes, considerando que o controlo da despesa continua a ser um desafio.."As finanças públicas melhoraram, mas as perspetivas orçamentais continuam sujeitas a riscos negativos", afirma a Comissão Europeia num relatório divulgado hoje, sobre a quinta missão pós-programa de ajustamento, que ocorreu no final do ano passado..No relatório, a Comissão Europeia estima que o défice orçamental deste ano represente 2% do Produto Interno Bruto (PIB), acima dos 1,6% esperados pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).."O controlo da despesa continua a ser um desafio e os benefícios da revisão da despesa ainda estão por ver", defende Bruxelas, embora admita que a lei dos compromissos ajudou a esse controlo..No entanto, para a Comissão, as eventuais poupanças identificadas no programa de revisão de despesa são "relativamente moderadas (cerca de 0,1% do PIB num período de três anos)" e focam-se apenas no setor da saúde e da educação, nas empresas públicas e na gestão do património público..Bruxelas defende que este programa devia ser alargado a todas as camadas do setor público e com "objetivos claros"..A Comissão afirma mesmo que as reformas estruturais das finanças públicas estão a avançar a um "ritmo lento", embora admita que a despesa "está mais controlada"..O executivo comunitário considera também que Portugal continua capaz de pagar os seus empréstimos no curto prazo, mas que "existem riscos negativos da subida das taxas de juro", sobretudo a 10 anos, desde o início do ano.."Entre outros, esse aumento nas 'yields', parece ter refletido as expectativas do mercado perante possíveis alterações à política monetária acomodatícia do Banco Central Europeu", refere..Para a Comissão, "esta tendência no custo do financiamento denota um sentimento desfavorável do mercado, refletindo pressões da volatilidade global, incertezas internas e as fraquezas nos mercados financeiro e empresarial"..Se se mantiver, alerta, o aumento das taxas de juro "pode trazer riscos à capacidade de reembolsar [os empréstimos feitos no âmbito do resgate financeiro] no médio prazo e pode limitar as opções de refinanciamento"..[artigo:5752500]