BCP não empresta mais dinheiro a clubes de futebol
Sob a liderança do novo presidente executivo, Miguel Maya, o Millenium BCP inscreveu no regulamento interno que não vai emprestar mais dinheiro a clubes de futebol, de acordo com a edição desta quarta-feira do Público.
A justificação prende-se com o facto do risco que acarretam, mas também por não estarem incluídos na sua atividade estratégica, escreve o jornal.
Aliás, esta medida já tinha sido uma das condições impostas pelas autoridades europeias aquando da presença da troika em Portugal. Em 2012, o banco pediu três mil milhões de euros de fundos públicos, através da linha da troika, e uma das condições das autoridades europeias era precisamente que a instituição bancária não aumentasse a sua exposição a clubes de futebol. Condições essas que foram levantadas em 2017, quando o banco liquidou a sua dívida ao Estado.
A decisão do BCP, um dos parceiros históricos do Sporting, em proibir o financiamento a clubes acontece numa altura em que o clube de Alvalade enfrenta problemas financeiros.
Segundo o Público, o BCP e o Novo Banco são os principais credores do clube de Alvalade, ambos com uma exposição de cerca de 150 milhões de euros cada. Em Setembro de 2017, as responsabilidades do Sporting perante terceiros atingiam 330 milhões de euros, sendo que 220 milhões eram dívidas da SAD do clube ao BCP e ao Novo Banco (cerca de 130 milhões em Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) e os restantes 95 milhões de euros são empréstimos).
Recorde-se que a 30 de abril de 2018, o presidente do clube leonino, Bruno de Carvalho, revelou num artigo de opinião, publicado no DN, que o ativo da Sporting SAD ascendia a 287 milhões de euros.
Os VMOC são, lembra o Público, instrumentos criados no âmbito da reestruturação financeira da SAD que serão transformados em ações através de uma operação que retira os bancos do horizonte da SAD e coloca o clube com mais de 90% do capital.