Banca tem de se livrar da "pesada mochila do crédito malparado"
Teixeira dos Santos referiu-se ainda "à excessiva dependência" das empresas portuguesas face ao sistema bancário
O antigo ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, considerou hoje fundamental que a banca portuguesa se livre rapidamente da "mochila" pesada do crédito mal parado que está a dificultar o financiamento da economia.
"É fundamental que esta questão do crédito malparado na nossa banca seja rapidamente resolvida e possa ser colocado e aparcado algures, permitindo à banca libertar-se dessa mochila pesada que está a dificultar a sua ação no financiamento da economia", disse Teixeira dos Santos, no XII Congresso dos Revisores Oficiais de Contas.
O antigo ministro das Finanças reforçou que o setor bancário "tem de ultrapassar rapidamente o legado do crédito malparado", considerando que esse é um problema que limita a capacidade ou a vontade das empresas poderem embarcar em novos projetos, porque, afirma, "quem já tem uma dívida elevada dificilmente está em condições de alavancar a sua atividade com novos financiamentos".
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Por sua vez, acrescentou, com o crédito malparado, a banca tem uma perceção de risco que "acaba por se refletir num custo do crédito que prejudica obviamente as condições de financiamento".
Teixeira dos santos referiu-se ainda "à excessiva dependência" das empresas portuguesas face ao sistema bancário, considerando, por isso, que a recapitalização das empresas é essencial e tem de ser acompanhada de uma restruturação do modelo e estratégia das empresas.
O antigo ministro das Finanças aludiu ainda aos problemas no funcionamento dos mercados, nomeadamente níveis de regulação "ainda excessivos", defendendo maior flexibilização.