Marta Paço, cega de nascença, ganha medalha de bronze no Mundial de surf adaptado
Surfista portuguesa invisual, de 13 anos, terminou a final nos EUA com 3,73 pontos.
A surfista portuguesa Marta Paço, de 13 anos, conquistou no domingo a medalha de bronze na classe AS-VI no Mundial de surf adaptado, que decorreu em La Jola, nos Estados Unidos.
Marta Paço, cega de nascença, terminou a final com 3,73 pontos, menos 11,11 pontos do que a vencedora, a britânica Melissa Reid.
A jovem surfista chega ao bronze no Mundial de surf adaptado um ano depois de começar a competir, em dezembro do ano passado, pelo Surf Clube de Viana do Castelo, como revelou à Surf Total antes de viajar para os EUA.
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Marta Paço disse na altura que sentia "orgulhosa" pela chamada à seleção nacional de surf adaptado, algo de que "não estava à espera". E, desta vez, os nervos não colocaram obstáculos. "No início eu ficava muito nervosa na competição, mas agora adoro a sensação de competir", afirmou à mesma publicação.
Em entrevista à RTP, Marta Paço disse que estar na prancha e dentro de água a fazia sentir "muita liberdade", até porque "na água não há obstáculos". "O surf foi uma grande oportunidade para mim", frisou.
Na competição para atletas tetraplégicos, Nuno Vitorino terminou a final na quarta posição, a menos de um ponto da australiana Samantha Bloom, que foi terceira classificada.
Nuno Vitorino, que é também fundador da SURFaddict (Associação Portuguesa de Surf Adaptado), tornou-se no ano passado o primeiro português a participar no Mundial de surf adaptado.
Portugal esteve representado na competição, que decorreu na praia australiana de La Jola, pelos atletas Marta Paço, Nuno Vitorino e Camilo Abdula, que foi afastado nas eliminatórias.
O Mundial de surf adaptado, que contou com atletas de mais de 25 países, foi criado para dar aos surfistas com desafios físicos a oportunidade de participarem numa competição mundial.