E se o Tour, o Giro e a Vuelta fossem uma única prova este ano?
O calendário de algumas grandes provas de ciclismo deste ano ainda permanecem uma incógnita devido à pandemia de covid-19. A Volta a Itália (Giro) já foi suspensa, mas o Tour e a Vuelta ainda aguardam definições, estando dependentes da forma como a situação evoluir em toda a Europa. Os ciclistas estão na expectativa e alguns deles já começam a avançar com soluções. A mais recente partiu de Matteo Trentin, corredor italiano da Mitchelton-Scott.
Na sua conta no twitter, Matteo propôs uma ideia arrojada. Porque não juntar neste ano as três grandes competições de ciclismo numa só? "Começava em Roma, passava por Madrid e terminava em Paris. Seria um grande início e uma ótima maneira de reunir toda gente com as bicicletas depois deste período terrível", escreveu o italiano nas redes sociais.
"Para ser mais claro. Teria a duração de uma prova normal, sete dias em França, sete em Itália e outros sete em Espanha, com 21 etapas e dois dias de descanso. E o mais importante, um único evento para recomeçarmos todos juntos. Depois em 2021 regressava tudo ao formato normal", acrescentou.
Até ao momento, das grandes três provas, apenas a Volta a Itália foi adiada - estava inicialmente marcada para decorrer entre 9 e 31 de maio, com partida em Budapeste e chegada em Milão. "A RCS, em linha de conta com a situação nacional e internacional, comunica que as datas do Giro2020 estão adiadas", anunciou a empresa organizadora da competição em comunicado, poucas horas depois de a Hungria ter cancelado as etapas, as três iniciais, que devia receber.
A Volta a França, para já, mantém-se agendada - está prevista entre 27 de junho e 19 de julho. Mas a organização aguarda ainda por instruções e pela evolução do covid-19. A ministra dos desportos de França, Roxana Maracineanu, já disse que é muito importante que a prova se realize e a organização mantém-se para já em silêncio. De acordo com o jornal le Parisien, contudo, parece existir já um plano, uma espécie de Volta a França à porta fechada.
A realização da prova seria um pouco à imagem do que aconteceu no Paris-Nice (prova que começou mas não chegou ao fim). No início das etapas foi criado um perímetro de segurança de 500 metros, assim como no final, o que significa que não havia público. Para iniciarem as etapas os ciclistas foram transportados em autocarros para as zonas de partida. Caso este plano avance, a Volta a França seria disputada unicamente em França. Em toda a história, o Tour só não se realizou em duas edições, devido às guerras mundiais entre 1915 e 1918 e 1940 e 1946.