Djokovic, Federer e mais quem para dar luta ao rei de Roland-Garros?

Rafael Nadal é o principal favorito à vitória no Grand Slam francês, torneio que domina desde 2005 e que venceu 11 vezes.

Quem fará frente a Nadal em Roland-Garros? A questão repete-se desde 2005, ano da primeira conquista do espanhol e atual número 2 do ranking mundial. Com exceção feita a 2009 (Federer), 2015 (Wavrinka) e 2016 (Djokovic), nos últimos 14 anos a imagem dominante é Rafael Nadal a levantar o troféu. E neste ano como será? O líder mundial, Novak Djokovic, já exerceu pressão no espanhol ao dizer que ele é o favorito a vencer e Federer está de volta, após quatro anos sem jogar em terra batida. Na opinião do português Pedro Sousa, há que ter ainda em conta Dominic Thiem e Stefanos Tsitsipas, o vencedor do Estoril Open.

O espanhol confessou numa entrevista ao Le Parisien que "só trocava os 11 títulos de Roland-Garros pela possibilidade de não morrer". A história de amor de Nadal e Roland-Garros escreve-se em 15 capítulos, 11 deles (!) vencedores e quatro frente a Roger Federer, a sua maior vítima. Rafael Nadal, de 32 anos, foi campeão logo na primeira vez em Paris, em 2005, então com 19 anos e número 5 da lista mundial. Os oito títulos seguintes surgiram quase sempre em forma de massacre. O histórico é arrasador. A conquista mais importante talvez tenha sido a de 2017, quando, depois de duas temporadas de problemas físicos, voltou ao melhor nível e venceu, quando muitos já o davam como acabado para o ténis. No ano passado voltou a vencer e neste ano vai tentar uma inédita e impressionante 12.ª conquista - vai jogar com um tenista do qualifying -, que a acontecer será também o seu 18.º Grand Slam.

Ao longo da carreira, Nadal contabiliza 81 troféus, 58 dos quais conquistados no pó de tijolo, superfície onde há uma semana se tornou no terceiro jogador da história com mais encontros ganhos (429, após vencer Djokovic em Roma), só superado pelo compatriota Manuel Orantes (538) e pelo argentino Guillermo Vilas (679).

"É sem dúvida o principal favorito e ainda agora em Roma provou que está em boa forma. A cinco sets, Djokovic ou Thiem são os únicos que lhe podem fazer frente. São os dois que têm mais hipóteses contra ele", defendeu Pedro Sousa ao DN, tenista que já jogou cinco torneios parisienses.

Depois há que contar sempre com o campeão de 2009, o suíço Roger Federer. "Já não jogava há alguns anos em terra batida, mas estou curioso para ver como ele aguenta cinco sets neste piso, que fisicamente é mais desgastante. Mas é sempre um jogador a ter em conta e nunca se pode descartar um tenista com o talento e a experiência dele. Se estiver bem pode ir longe no torneio", analisou Pedro Sousa.

O suíço não joga em Roland-Garros desde 2015. Ficou de fora da edição de 2016 devido a uma lesão e optou por não disputar as duas edições seguintes, saltando a temporada de terra batida para apostar na relva e no cimento. Neste ano entendeu voltar e preparou-se para o Grand Slam parisiense nos Masters 1000 de Madrid e Roma, atingindo os quartos-de-final em ambos. Na capital espanhola foi eliminado pelo austríaco Dominic Thiem, em Roma desistiu depois de superar o português João Sousa, dando assim indicação de que está a apostar tudo no open francês.

Roger Federer conquistou o título de Roland-Garros apenas uma vez, em 2009, tendo perdido quatro finais. A última foi em 2011, precisamente diante de Nadal. Agora está de regresso, mas sem pressão. Em declarações à imprensa, o número três mundial desvalorizou a possibilidade de esta poder ser a sua despedida de Roland-Garros. "Cada torneio nesta altura pode ser o meu último, isso é uma realidade. Mas não chego a Paris neste ano a achar que vai ser a última vez que jogo o Roland-Garros. Quero tanto estar neste torneio como queria há dez anos. Nada mudou. Não tenho muitas expectativas, mas seria ótimo ganhar alguns encontros, passar a primeira semana", assumiu o suíço de 37 anos.

O regresso de Federer é uma das grandes novidades a par do renovado court central, naquela que é a 90.ª edição do torneio parisiense. O suíço ficou do lado do quadro de Nadal e por isso só podem defrontar-se nas meias-finais se Federer passar ainda por Diego Schwartzman e Tsitsipas.

Além do número 4 mundial, Rafael Nadal terá ainda em Novak Djokovic um forte adversário. O líder do ranking estreia-se contra o polaco Hubert Hurkacz e tem ainda adversários de peso, como Dominic Thiem, Alexander Zverev, Juan Martin Del Potro ou Fabio Fognini na luta pela vitória no quarto major consecutivo, após os triunfos em Wimbledon e US Open, em 2018, e no Open da Austrália já neste ano.

O líder do ATP é um dos únicos três jogadores a saber o que é ganhar o open francês na era Nadal e chega motivado com a vitória no Masters de Madrid, numa final ganha a Stefanos Tsitsipas.

O campeão do Estoril Open está em grande forma - chegou à final do Masters de Madrid e à semifinal em Roma nas últimas duas semanas - e é preciso contar com ele. Na opinião do tenista português Pedro Sousa, o jovem grego pode intrometer-se na luta entre os mais experientes: "Não sei se podemos considerar Tsitsipas um outsider, já é número 7 do ranking, mas é um candidato. Del Potro esteve bem em Roma e também têm de contar com ele, pode dar luta a cinco sets, mas o Nadal é o grande favorito e o homem a abater."

Até onde pode ir João Sousa?

Para Pedro Sousa, o compatriota João Sousa "é um jogador muito experiente nestas andanças de Roland-Garros e pode fazer frente a qualquer jogador se estiver bem", mas "como não é cabeça-de-série precisa de um bocadinho de sorte no sorteio".

E a verdade é que o sorteio que ditou a sorte do português não foi amigo. O tenista de Guimarães, 70.º do ranking mundial, vai defrontar o espanhol e amigo Pablo Carreño Busta (56.º) na primeira ronda do torneio francês, que arranca neste domingo e se prolonga até 9 de junho. Nos três encontros entre ambos, Sousa venceu dois.

O único representante nacional em Roland-Garros - Pedro Sousa está lesionado e João Domingues acabou por falhar o acesso ao quadro principal - tem como melhor registo em Paris a segunda ronda, fase que atingiu em quatro ocasiões - 2013, 2015, 2016 e 2017. Na última edição foi eliminado logo na estreia, diante do argentino Guido Pella.

Uma favorita e uma surpresa

No torneio feminino, o favoritismo reparte-se entre a campeã em título Simone Halep, a número 1 mundial Naomi Osaka e Serena Williams, que procura conquistar o 24.º major da carreira. A romena vai defender pela primeira vez na carreira o título de um Grand Slam, enquanto a japonesa Osaka pretende ultrapassar o melhor registo em Roland-Garros - a terceira ronda em 2018. Já a norte-americana Serena Williams, que desistiu dos últimos dois torneios devido a uma lesão no joelho esquerdo, tem como missão ganhar o seu quarto Roland-Garros, depois dos triunfos nas edições de 2002, 2013 e 2015.

Ainda antes de começar, o torneio parisiense já tem uma nova estrela. Coco Gauff, campeã de juniores em Roland-Garros no ano passado, venceu a qualificação e entrou para o quadro principal com apenas 15 anos. Nascida em 2004 é a mais jovem número um mundial de juniores da história da modalidade - tinha 14 anos e quatro meses quando venceu o Roland-Garros júnior.

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