Árbitros ponderam boicote aos jogos de Serena Williams

Informação é avançada pelo diário britânico Times, citando um dirigente sob anonimato. Tenista atacou árbitro português na final do US Open
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O ataque de Serena Williams a Carlos Ramos e a crucificação pública ao árbitro português por parte de algumas entidades do ténis deixou indignados os juízes, que, segundo informação do Times, ponderam mesmo um boicote às partidas da tenista norte-americana.

Citando um dirigente da arbitragem, sob anonimato, o jornal britânico refere que "há um consenso entre os árbitros de que Carlos Ramos foi atirado aos lobos simplesmente por fazer o seu trabalho" e que "os juízes estão a debater se devem ou não tomar uma posição em defesa do seu trabalho".

Uma das propostas em análise é, segundo a fonte citada pelo Times, "uma recusa a arbitrar partidas de Serena Williams enquanto ela não pedir desculpa por ter chamado ladrão e mentiroso a Carlos Ramos".

Os árbitros ficaram desiludidos também com as intervenções públicas da WTA (associação que gere o circuito feminino) e da USTA (federação de ténis norte-americana), que suportaram as acusações de sexismo proferidas por Serena Williams em relação aos castigos aplicados pelo árbitro português.

Recorde-se que durante a final feminina do US Open, vencida pela japonesa Naomi Osaka, Carlos Ramos puniu Serena por receber instruções do treinador (primeira infração), por bater com a raquete em protesto (segunda infração, perda de um ponto) e por chamar "ladrão" ao árbitro (terceira infração, penalizada com a perda de um jogo).

Na sequência do incidente, a WTA, através do diretor Steve Simon, suportou as acusações de sexismo dirigidas por Serena e sugeriu que Ramos não teria agido da mesma forma perante um tenista de top masculino. Também a USTA, através da diretora Katrina Adams, defendeu Serena lembrando que "os jogadores masculinos passam a vida a criticar o árbitro durante as trocas de campo e nada lhes acontece".

Entretanto, houve também quem viesse a público criticar a atitude de Serena Williams, como o ex-árbitro Richard Ings ou a antiga campeã Martina Navratilova.

A Federação Internacional de Ténis (ITF) emitiu um comunicado a defender a atuação do português Carlos Ramos. "É compreensível que este incidente grave e lamentável provoque um debate. Mas é importante recordar que o senhor Ramos assumiu as suas funções como funcionário de acordo com o regulamento correspondente e atuou sempre com profissionalismo e integridade", afirmou a ITF.

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