Aproveitar o intervalo para dar uns toques na bola
Não terá mais de 13 anos e vai-se embora, sorridente, mal começa a segunda parte da partida deste domingo entre Espanha e Rússia, a contar para os oitavos-de-final do Mundial 2018. A bola com que se recreara durante o intervalo fica. "Não sei quem ele é. Apareceu e quis jogar", conta Oliver, 23 anos, sentado no relvado da Arena Portugal, em Lisboa.
É francês e, tal como os dois compatriotas que o acompanham, trabalha num call center da capital. A camisola do Real Madrid que um deles veste indicia por quem torcem. "A Espanha é a melhor equipa", justifica Oliver, antes de elogiar o facto de, no Terreiro do Paço, se juntarem pessoas de todas as nacionalidades para assistirem aos jogos que, até 15 de julho, se disputam na Rússia. "É esse o espírito do futebol", remata.
Em Lisboa, o desportivismo é regra... mas nem sempre de forma inocente. "Quero que ganhe a Espanha para que o Brasil lhe ganhe na final", admite Érico, brasileiro de 30 anos, enquanto aguarda na fila para os comes e bebes que confortam quem sofre com o que se passa na outra ponta da Europa.
É de lá que é Andrei, turista russo na capital na companhia da mulher e da filha, de sete meses. A tenra idade fá-la preferir a sesta ao futebol e, por isso, assiste ao desempenho da sua seleção sozinho, entre um mar de adeptos espanhóis. Em Moscovo, onde decorre a partida, é diferente: os seus compatriotas estão em maioria.
"Pode ser que deem força à equipa", diz, "moderadamente confiante", numa altura em que decorria ainda o intervalo e as duas equipas empatavam a um golo. E não se enganou: após 90 minutos de tempo regulamentar e meia-hora de prolongamento em que os eslavos resistiram ao poderio espanhol, a Rússia eliminou este domingo, nas grandes penalidades, a Espanha do Mundial 2018.