Villas-Boas diz que Gabri Veiga abdica de 90% do salário para reforçar FC Porto e pede punição a Varandas
O presidente do FC Porto confirmou esta quinta-feira o interesse e conversas tendo em vista a contratação de Gabri Veiga, adiantando que o médio espanhol dos sauditas Al-Ahli está disposto a abdicar de grande parte do salário para rumar ao Dragão.
"Não queríamos entrar em loucuras, queremos ser comedidos. É um grande talento jovem e europeu, com grande proximidade por ter nascido em Porriño e esperamos levar a bom porto as negociações. Temos autorização do Al Ahli para falar com o jogador, que demonstrou a sua vontade. Ele abdica de 90% do salário para jogar no FC Porto. Tudo isto é louvável. Muitos jogadores tomam opções para adquirem ganhos financeiros com as transferências e ele fez movimento inverso", afirmou André-Villas Boas à margem da assinatura de um protocolo com a Câmara Municipal de Gaia.
Ainda sobre o reforço do plantel, o líder portista frisa que "os mercados agitam nas últimas semanas de agosto, quando fecham", pelo que "operar nesta janela está a ser difícil".
"Queremos reforçar a equipa porque há a necessidade. O FC Porto em 12 meses gerou mais de 200 milhões de euros em jogadores, muito por culpa da sustentação financeira e em termos desportivos sofreu na pele pela partida de alguns jogadores", acrescentou, prometendo não cometer loucuras e adiantando que a renovação de Alan Varela está concluída: "Renova até 2030 e com uma cláusula de rescisão de 130 milhões de euros."
"Queremos muito ir para o Mundial de Clubes reforçado, estamos a dar passos sólidos", acrescentou.
Sobre o ambiente que se vive no futebol português na ressaca da final da Taça de Portugal entre Sporting e Benfica, pediu ao Conselho de Disciplina "mão severa" contra o presidente leonino, Frederico Varandas, por coação dos árbitros.
"Chegou a altura do presidente da FPF dar um murro na mesa. Estamos perante grandes suspeições levantadas de corrupção ativa e passiva. As frases do presidente do Benfica levantam suspeições graves. Eu tenho avisado o presidente da FPF e ex-presidente da Liga que o facto de não ter condenado publicamente os atos de corrupção ativa, provados em sede de justiça, achava lamentável e podia levar à continuação de atos de suspeição no futebol português. Todo este clima não revela nada de bom. A continuação das declarações de ataque a árbitros por parte do presidente do Sporting também é lamentável. Espera-se que o Conselho de Disciplina tenha uma mão severa contra o presidente do Sporting pelas declarações contra os árbitros, um em particular que errou em favor da sua equipa e tem feito várias vezes. Tivemos um presidente interino da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol que tomou posição a favor das declarações do Sporting. Toda a liberdade que tem em coagir árbitros tem de ser severamente punida. Estou desapontado com a forma inerte, impávida e serena como a FPF assiste a todo este carnaval. Gostei das declarações do Secretário de Estado Pedro Dias, que tenta trazer calma ao futebol português. O futebol português está podre, as instituições não estão colaborantes, os três grandes não estão sentados à mesa, há um choque grande entre presidente da FPF e Liga. Está na altura de Pedro Proença dar um murro na mesa relativamente às declarações que se estão a passar, que não podem passar impunes", apelou Villas-Boas.
"O Benfica vai entrar em eleições e isso será um fator determinante. Ao nível de acusação em que as coisas estão é difícil. Cada vez que vem a público, o presidente do Sporting opta por condenar as diferentes instituições com uma sobranceria e hipocrisia que nunca vi. Acho que todos devemos honrar as instituições, porque estamos só de passagem. Isto é apenas o presidente do FC Porto a falar e ele entenderá as palavras de outra forma. Por isso é que é preciso que o Conselho de Disciplina seja severo e puna severamente", prosseguiu.
Villas-Boas defendeu ainda o fim da Taça da Liga.