“Vai ser giro.” Jaime Faria com estreia de sonho marca encontro com Djokovic

“Vai ser giro.” Jaime Faria com estreia de sonho marca encontro com Djokovic

Tenista lisboeta despachou o russo Potov por 3-0 e apurou-se para a segunda ronda do Open da Austrália, onde vai medir forças com “o melhor de sempre” na quarta-feira. Em 2017, o sérvio caiu nesta fase frente a um desconhecido uzbeque.
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O início de 2025 está a ser um turbilhão de emoções para Jaime Faria, jovem tenista português de 21 anos. Depois de se apurar para o quadro principal do Open de Austrália, a estreia num Grand Slam não podia ter corrido melhor, com o lisboeta a vencer nesta segunda-feira o russo Pavel Kotov por 3-0 (6-1, 6-1 e 7-5), e a apurar-se para a segunda ronda... onde vai defrontar na madrugada de quarta-feira o gigante Novak Djokovic.

A jornada desta segunda-feira em Melbourne, aliás, foi histórica, pois pela primeira vez na história do torneio australiano dois portugueses conseguiram apurar-se para a segunda ronda - além de Jaime, também Nuno Borges seguiu em frente, depois de despachar o francês Alexandre Muller (58.º do mundo) com os parciais de 3-6, 2-6 e 5-7.

“Espero um encontro difícil, como é lógico. Jogar com o melhor de sempre será uma experiência única. Vai ser giro. Tenho de aproveitar mas também ir com cabeça fria e pensar que tenho as minhas hipóteses. Vou dar o meu melhor” disse Jaime Faria, que treina no Centro de Alto Rendimento do Jamor e que está numa ascensão fantástica - em 2024 subiu 288 posições no ranking ATP.

“Vai ser giro.” Jaime Faria com estreia de sonho marca encontro com Djokovic
Nuno Borges e Jaime Faria vencem e avançam para segunda ronda do Open da Austrália

“O Jaime tem feito uma excelente campanha. É o momento de ele desfrutar destes dois dias, em que vai preparar da melhor maneira esse encontro [contra Djokovic], junto da sua equipa. Eles têm feito um excelente trabalho, não só esta semana, como na época passada e o Jaime tem vindo a evoluir muitíssimo. Acho que ele deve estar focado. Contra o Djokovic não tem nada a perder”, analisou ex-tenista João Sousa, em declarações à Lusa, ele que agora é diretor de comunicação dos jogadores do ATP Tour.

E vencer Novak Djokovic, recordista de Grand Slams (um total de 24, 10 deles na Austrália), é mesmo uma tarefa hercúlea, apesar de atualmente ser o número 7 do Mundo. Que o diga João Sousa, o português que mais batalhas travou contra o sérvio e nunca o conseguiu bater - seis derrotas em outros tantos jogos.

Novak Djokovic eliminou ontem na primeira ronda o norte-americano Nishesh Basavareddy em quatro sets, impondo-se por 4-6, 6-3, 6-4 e 6-2, em duas horas e 59 minutos. Isto num jogo em que foi orientado pela primeira vez por Andy Murray, o seu novo treinador. “Está constantemente a apoiar-me e a dar-me ânimo. Faz um trabalho brilhante nesse aspeto. Preocupa-se muito e dá-me imensa energia para que eu me sinta bem em court. Sinceramente, creio que é o que preciso. Estava à procura desse extra de motivação e com o Andy tenho isso”, referiu ontem o sérvio após se apurar.

Como curiosidade, refira-se que a última vez que Djokovic caiu numa segunda ronda na Austrália remonta ao ano de 2017, quando foi derrotado pelo uzbeque Denis Istomin, que na altura era o 117.º da hierarquia e ganhou entrada no torneio de Melbourne através de um wild card.

Nuno Borges, o numero 1 nacional, também vai entrar no court na quarta-feira e terá como adversário o australiano Jordan Thompson. “É uma boa oportunidade para jogar num estádio. Estou ansioso. Já jogámos duas vezes, há bastante tempo, ele entretanto teve uma grande temporada de 2024. E aqui na Austrália compete muito bem e muito disponível para jogar cinco sets. Agora há que descansar e recuperar”, disse o português, após bater o francês Alexandre Muller.

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