Um herói e um prodígio entre 10 campeões e quatro estreantes no ataque ao segundo título mundial
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Um herói e um prodígio entre 10 campeões e quatro estreantes no ataque ao segundo título mundial

Começa hoje o Campeonato do Mundo em que Portugal vai defender o troféu perante os também candidatos Brasil, Espanha e Argentina. Zicky Té e Pany Varela são as principais estrelas nacionais.
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Ser bicampeão mundial é o objetivo do já bicampeão buropeu. Três anos depois de se sagrar bampeão do mundo de futsal, Portugal procura juntar-se a Brasil e Espanha entre os países que festejaram mais do que um título. 

Os brasileiros são recordistas com cinco títulos (1989, 1992, 1996, 2008 e 2012) e só por uma vez falharam o pódio mundial, enquanto a Espanha (2000 e 2004) procura um inédito terceiro troféu. Já a Argentina (2016) ambiciona o mesmo bicampeonato de Portugal, após ter falhado essa glória em 2021, quando perdeu a final com a equipa das quinas.

Segunda colocada no ranking FIFA, apenas atrás do Brasil, a seleção nacional esteve sete anos sem perder um jogo oficial, o que aconteceu a 20 de dezembro de 2023, frente à Geórgia (1-2), numa altura em que já tinha garantido o bilhete para o Mundial. Agora, o objetivo é voltar aos triunfos e erguer o troféu no dia 6 de outubro. Entre hoje e 6 de outubro, nas cidades de Bukhara, Andijan e Tashkent, Portugal enfrentará o Panamá, que goleou na fase de grupos do Mundial2016, o estreante Tajiquistão, com quem nunca jogou, e Marrocos, frente a quem empatou (3-3) no último Mundial, no Grupo E.

Sem muitas mexidas na convocatória em relação à conquista de 2021, Portugal perdeu os experientes guarda-redes Bebé, Vítor Hugo e André Sousa e os alas Miguel Ângelo, Pauleta (lesionado) e Ricardinho, estreando-se Edu Sousa, André Correia, Edmilson Kutchy e Lúcio Rocha, que esta semana foi eleito o Melhor Jovem futsalista do mundo. Zicky Té também venceu em 2021, ano do título mundial da equipa das quinas, sendo agora a grande estrela nacional. O pivot de 23 anos estava nomeado para Melhor Jogador do Mundo, tal como Pany Varela, galardoado em 2022, mas o prémio acabou ontem por ser entregue ao brasileiro Pito, do Barcelona.

Jorge Braz fez uma convocatória algo radical, chamando apenas dois guarda-redes (Edu Sousa e André Correia) e um único pivot (Zicky Té) e ainda João Matos, Tomás Paçó, Afonso Jesus, André Coelho, Erick Mendonça, Pany Varela, Tiago Brito, Edmilson Kutchy, Lúcio Rocha, Bruno Coelho e Fábio Cecílio. “Temos uma mistura muito rica entre a irreverência de alguns, que ainda vivem na irresponsabilidade, o que também traz vantagens, e a consistência e maturidade de outros, com mais experiência”, avaliou o selecionador nacional, recordando que entre oito a 10 jogadores que não foram chamados “podiam estar”.

Nesse sentido, destacou a importância de jogadores como João Matos e Bruno Coelho.

Portugal estreou-se em mundiais na Guatemala em 2000, tendo conquistado o título a 3 de outubro de 2021, com um bis de Pany Varela à Argentina (2-1), que tornou herói nacional o então jogador do Sporting agora no Al Nassr da Arábia Saudita. Na sétima presença em Campeonatos do Mundo, a seleção nacional procura no Uzbequistão repetir a glória, numa prova que sentirá a falta de Itália, Japão e Rússia (suspensa pela FIFA devido à invasão da Ucrânia), mas tem Tajiquistão, Nova Zelândia e França como estreantes.

Dos 24 selecionadores presentes no torneio, Jorge Braz é o único treinador campeão do mundo, sendo que outros quatro estiveram em Mundiais, mas como jogadores: Carlos Chilavert (Paraguai), Oleksandr Kosenko (Ucrânia), Matias Lucuix (Argentina) e Vahid Shamsaee (Irão). Entre os futsalistas, o argentino Cristian Borruto e o iraniano Ali Hassanzadeh vão igualar o recorde de cinco presenças do brasileiro Falcão.

O futsal é, nesta altura, a modalidade coletiva mais bem-sucedida internacionalmente, depois do futebol. Em Portugal, o crescimento deu-se com a ajuda do agora secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, que era diretor para o Futsal na Federação Portuguesa de Futebol antes de ser desafiado por Luís Montenegro para a assumir a pasta governamental.

Foi ele que, com “ajuda de 80 especialistas e milhares de contributos”, transformou em realidade o desejo do presidente da FPF, Fernando Gomes, de tornar o futsal a modalidade coletiva de pavilhão mais praticada no país. O resultado foi a conquista de dois títulos europeus (2018 e 2022) e um mundial (2021). Se a conquista inédita do Europeu, em 2018, fez aumentar em 20% o número de praticantes na época seguinte, o título mundial foi sucedido de valores recorde no pós-pandemia, chegando aos 31 922. 

A prova vai contar, pela primeira vez, com dois árbitros portugueses. Eduardo Coelho, de 44 anos, da associação de Aveiro, vai somar a quarta participação numa fase final de um Mundial, depois das presenças na Tailândia (2012), Colômbia (2016) e Lituânia (2021), enquanto Cristiano Santos, de 34 anos, da associação do Porto, será estreante.

isaura.almeida@dn.pt

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